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05 julho 2024

Ano do Jubileu


8Contarás sete semanas de anos, sete vezes sete anos, de maneira que os dias das sete semanas de anos te serão quarenta e nove anos.9Então, no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta [shophar] vibrante; no Dia da Expiação, fareis passar a trombeta por toda a vossa terra.10Santificareis o ano quinquagésimo e proclamareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu {i} vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família.11O ano quinquagésimo vos será jubileu; não semeareis, nem segareis o que nele nascer de si mesmo, nem nele colhereis as uvas das vinhas não podadas.12Porque é jubileu, santo será para vós outros; o produto do campo comereis.” (Lv 25:8-12)

“Se teu irmão empobrecer e vender alguma parte das suas possessões, então, virá o seu resgatador, seu parente, e resgatará o que seu irmão vendeu...47Quando o estrangeiro ou peregrino que está contigo se tornar rico, e teu irmão junto dele empobrecer e vender-se [escravo/servo] {ii} ao estrangeiro, ou peregrino que está contigo, ou a alguém da família do estrangeiro,48depois de haver-se vendido, haverá ainda resgate para ele; um de seus irmãos poderá resgatá-lo” (Lv 25:25...47,48)

O maior e mais precioso presente ou dádiva que podemos receber ao celebrarmos 50 anos de vida - à semelhança do “Ano do Jubileu” - é a convicção de que o Senhor Jesus Cristo é o nosso “parente resgatador” (Lv 25:25), que nos libertou da “escravidão do Egito” dos nossos pecados, e nos transportou para o Seu reino de justiça, amor, paz, perdão, misericórdia e graça, onde somos “livres escravos de Cristo” (1Co 7:22). 

Ao Senhor Jesus Cristo, Resgatador e Redentor nosso, seja a glória eternamente!

No último capítulo (150) do Livro de Salmos, o salmista também faz referência ao uso da “trombeta” [shophar] em uma doxologia {iii} final:

Aleluia!

Louvai a Deus no seu santuário;

louvai-o no firmamento, obra do seu poder.

Louvai-o pelos seus poderosos feitos;

louvai-o consoante a sua muita grandeza.

Louvai-o ao som da trombeta;

louvai-o com saltério e com harpa.

Louvai-o com adufes e danças;

louvai-o com instrumentos de cordas e com flautas.

Louvai-o com címbalos sonoros;

louvai-o com címbalos retumbantes.

Todo ser que respira louve ao Senhor.

Aleluia!


*Notas:

{i} jubileu: “yobel, de etimologia incerta, mas provavelmente derivada do fenício YBL, que significa carneiro, pois o ano era anunciado com o sopro de uma trombeta de chifre de carneiro [shophar]. Provavelmente não está relacionado ao latim jubilare. O Ano do Jubileu é o descanso sabático ao final de sete ciclos anuais sabáticos — depois de 49 anos (Lv 25:8). Durante este ano do jubileu, as dívidas econômicas eram perdoadas, as terras eram restauradas às famílias que as venderam para pagar dívidas, e os escravos que haviam sido vendidos para pagar dívidas deveriam ser liberados... O termo (jubileu) só é encontrado no Pentateuco, com a maioria das referências em Lv 25 a 27... A redenção de parentesco é demonstrada em Rt 4 e Jr 32.” (fonte: traduzido de “Year of Jubilee”, The Lexham Bible Dictionary)

{ii} escravo/servo: “Os israelitas não podiam vender permanentemente terras que não possuíam: ‘Também a terra não se venderá em perpetuidade, porque a terra é minha; pois vós sois para mim estrangeiros e peregrinos’ (Lv 25:23)... A base teológica para a libertação da escravidão é fundamentada em uma lógica semelhante à propriedade da terra. Yahweh [Jeová] redimiu os israelitas da escravidão no Egito, tornando-os, em última instância, sua propriedade (Lv 25:42,55; 26:13,45). Como os israelitas eram propriedade de Yahweh, eles não poderiam vender uns aos outros permanentemente, por causa de escravidão por dívidas. Qualquer escravidão por dívidas exigia um termo específico quando a pessoa retornava à liberdade pessoal, pertencendo exclusivamente a Deus.” (fonte: traduzido de “Year of Jubilee”, The Lexham Bible Dictionary)

{iii} doxologia [do grego doxa (glória)]: “Uma forma de palavras que oferece louvor a Deus, especialmente por sua obra de criação e redenção. As Escrituras registram várias dessas formas de louvor que foram usadas tanto no culto público quanto no privado.” (fonte: traduzido de “doxology”, Dictionary of Bible Themes)