'Ó Senhor Deus, ajuda-nos agora a realmente Te adorar. Queremos agradecer-Te por esta ocasião. Bendizemos o Teu nome por separar este tempo sagrado. Senhor, queres fechar a porta para o mundo para nós? Ajuda-nos a esquecer nossas preocupações. Capacita-nos a nos elevar completamente para fora deste mundo. Que possamos nos livrar de todas as suas tendências que nos puxam para baixo. Que as atrações das coisas mais grosseiras se dissipem, e que Tu nos arrebates para Ti mesmo. Não pedimos para sermos arrebatados, nem para ver um anjo com vestes resplandecentes, mas pedimos que, pela fé, possamos ver Jesus, e que a Sua presença seja tão evidentemente percebida entre nós que possamos nos alegrar como se nossos olhos O contemplassem, e amá-Lo, confiar n'Ele e adorá-Lo tão fervorosamente quanto o faríamos se pudéssemos agora colocar nossos dedos na marca dos cravos. Ó precioso Senhor Jesus Cristo, Te adoramos com todo o nosso coração. Tu és Senhor de todos. Bendizemos-Te por teres Te tornado homem para seres nosso parente próximo [ver "parente resgatador" em Levítico 25:25], e sendo nosso parente próximo, Te bendizemos por nos tomares em união matrimonial Contigo e por redimir-nos e nossa herança do cativeiro em que fomos vendidos. Tu pagaste Tua vida pelo Teu povo. Tu resgataste Teu povo com o sangue do Teu coração. Portanto, sê eternamente amado e adorado. E agora, Tu não estás aqui, pois ressuscitaste. Nossas almas seguem o caminho brilhante pelo qual subiste pelo portão de pérola até o trono de Teu Pai. Parecemos Te ver sentado ali, Homem, porém Deus, reinando sobre todas as coisas para o Teu povo; e nossos ouvidos quase captam os sons do cântico eterno que ressoa aos Teus pés: "Digno é o Cordeiro que foi morto de receber honra, poder, glória, domínio e força para todo o sempre" (Apocalipse 5:12). Senhor, dizemos "Amém". Das margens da multidão que circunda o Teu trono, levantamos nossas vozes débeis em sinceros "Améns", pois Tu foste morto e nos redimiste para Deus pelo Teu sangue, e nos fizeste reis e sacerdotes para Deus, e reinaremos Contigo, pois embora distantes no espaço, sabemos que estamos muito perto do Teu coração. Tu olhas sobre as cabeças dos esquadrões angelicais para nos contemplar, e ouves os louvores — sim, e os gemidos dos Teus amados, pois não estamos nós tão próximos de Ti, Tua carne e Teus ossos? Sabemos que estamos. Sentimos os laços de parentesco dentro de nós. Somos do nosso Amado, e Ele é nosso, e ansiamos atravessar a multidão que O circunda e chegar à frente, e ali nos prostrar aos preciosos pés que foram pregados no madeiro por nós, e adorar o Cordeiro que vive para todo o sempre, que prevaleceu para tomar o livro e abrir os seus sete selos, a quem seja a glória, sem fim. Aleluia! [...]'
'[...] Ó, vem, Divino Médico, e liga cada osso quebrado. Vem com o Teu sagrado nardo, que Tu mesmo compuseste com o sangue do Teu coração, e aplica-o à consciência ferida, para que ela sinta o Seu poder. Ó, dá paz àqueles cuja consciência é como o mar agitado que não pode descansar. Ó Deus, nosso Deus, que o ensino da escola dominical, a pregação dos evangelistas, e as visitas pessoais às mentes individuais não sejam em vão. Concede conversões. Nós gememos esta oração do nosso íntimo, mas também podemos cantá-la, pois Tu já nos ouviste abundantemente, e o nosso coração se alegra em Deus, o Salvador, que age tão graciosamente entre os filhos dos homens. Temos ficado maravilhados quando o Espírito Santo tem descido até mesmo sobre o maior dos pecadores, e homens distantes de Deus têm sido trazidos para perto. Mas, Senhor, faze mais isso entre nós. Deixa-nos ver coisas maiores do que estas. Onde temos visto um salvo, que possamos ver cem, para o louvor do nome glorioso e do Amado. Senhor, guarda-nos todos do pecado. Ensina-nos a andar de forma prudente. Capacita-nos a guardar nossas mentes contra o erro doutrinário, nossos corações contra sentimentos errados e nossas vidas contra ações más. Que jamais falemos precipitadamente com nossos lábios, nem cedamos à ira. Acima de tudo, guarda-nos da cobiça, que é idolatria, e da malícia, que é do diabo. Concede-nos estar cheios de doçura e luz. Que o amor habite e reine em nós. Que não olhemos cada um para o que é seu, mas cada um para o que é dos outros. Dá-nos viver para Jesus, pois não há vida como essa. Ajuda-nos a sermos homens cristãos, homens de Cristo, e que em todas as coisas reflitamos a luz que recebemos dEle. Abençoa nossa amada igreja e todas as suas organizações. Ó Deus, cuida dela. Faz com que cada membro da igreja seja um pastor sobre outros. Que todos lutem juntos pelo bem de todos, e assim venha o Teu reino entre nós. [...]'
[C.H. Spurgeon, do livro "Orações de Spurgeon: as orações de púlpito de Charles Spurgeon"]