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10 abril 2025

Qual o real significado de ser HUMANO?

Alguém poderia perguntar o que torna o "ser humano", de fato, HUMANO? Algumas tentativas muito comuns de resposta, talvez incluíssem:

#1) "Não seria a sua capacidade de pensar, ou seja, a sua racionalidade, em contraste com 'outros animais' menos evoluídos?"
Basta olhar ao nosso redor e, infelizmente, no nosso próprio espelho, para percebermos a grande irracionalidade de tantas atitudes humanas. A lista de exemplos seria tão grande, incluíndo nossa própria vida, que não caberia em um texto com este propósito, que é o de ser mais curto e reflexivo.

#2) "Não seria a sua capacidade de gerar descendentes igualmente racionais, e de cuidar deles de uma forma tão especial e diferente de 'outros animais' menos evoluídos?"
Excluindo-se os óbvios casos de pessoas com problemas de esterilidade indesejada e não intencional, com os quais nos compadecemos profundamente devido ao seu sofrimento dilacerante na busca por meios e métodos de reprodução para gerar filhos, o que se pode observar comumente é que vários seres humanos dos nossos dias tem predileção clara pela criação de pets, ao invés de outros seres humanos. É importante enfatizar que nossa intenção, com estas colocações, não é a de ofender criadores de pets, de forma alguma, mas é a de colocar em perspectiva estas questões desafiadoras da nossa era. 

#3) "Não seria a sua capacidade de amar e fazer o bem?"
Novamente, basta olhar para diversos exemplos, muito próximos, incluíndo vários de nossa própria vida, para este argumento rapidamente "ir por terra", e ser completamente rechaçado.

#4) "Não seria a sua capacidade de se comunicar de forma tão racional, superior, ética e amorosa, com outros seres humanos?"
Apesar de tantos meios de comunicação extraordinários que temos disponíveis hoje em dia, a exemplo dos recursos tecnológicos para comunicação instantânea à distância, e incluindo os recursos magníficos para superar dificuldades, deficiências e limitações humanas de todos os tipos, o que se tem observado frequentemente é que o ser humano se comunica cada vez menos, com menos palavras, e até mesmo com menos letras nas palavras, como observa-se nas famosas "gírias" usadas na internet.

O que, então, significa ser HUMANO?

Homo sapiens
Unidos, entre si, pela "cósmica energia" da "mãe terra"
Manifestando sua alta capacidade de aprimorar-se a si mesmo
Anulando eficazmente qualquer eventual defeito em si mesmo
Nivelando a humanidade em "altos padrões" éticos e morais
Ouvacionado e celebrado por seus "grandes feitos" intelectuais

ou, então...

Humilhado por sua própria incapacidade cognitiva e intelectual
Ultrajado na sua própria insuficiência moral e ética
Marejando os olhos de tristeza e dor na experiência comum da vida
Anulando sua própria capacidade de amar e se importar com o próximo
Negando sua inescapável condição, como criatura
Obliterando, em si mesmo, a imagem de Deus, seu Criador

"Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou." (Gênesis 1:26-27)

O "real" significado de ser HUMANO só pode ser definido, de fato, pelo "Rei" que nos criou... A Ele, somente, seja toda a glória, a honra e o louvor, pelos séculos dos séculos!

P.S.: talvez pudéssemos lembrar de uma quinta tentativa de resposta muito comum, para explicar o que significa ser humano. Alguém poderia dizer que é por causa da nossa capacidade de "sonhar". Só posso responder, caro(a) leitor(a), que tenho exercitado esta capacidade humana, "sonhando" e ansiando com aquele grande Dia em que encontraremos este grande e eterno Rei, Senhor e Redentor, face-a-face, na glória maravilhosa e indescritível do Céu!

"Deus, não me envie mais para a minha parte do paraíso, mas envia-me para Cristo. E, certamente, eu serei rico o suficiente e também participante do melhor céu que há, se Cristo for o meu céu." (Samuel Rutherford, Carta 87)

06 abril 2025

Livro: "D.Martyn Lloyd-Jones: Cartas 1919 - 1981"

Trechos do livro "D.Martyn Lloyd-Jones: Cartas 1919 - 1981" (Seleção e Anotações por Iain H. Murray) [Editora PES - Publicações Evangélicas Selecionadas]:

*Trechos de DADOS BIOGRÁFICOS:
1899 - Nasce [David Martyn Lloyd-Jones] em Cardiff, Gales do Sul, em 20 de dezembro.
1916-21 - Estudante de Medicina no Hospital S. Bartolomeu.
1921 - Torna-se Assistente do Médico da Corte, Sir Thomas Horder.
1925-26 - Conflitos sobre o chamado para pregar.
1927 - Casa-se com Bethan Phillips, e se torna Ministro de Sandfields, Aberavon, Porto Talbot.
1938 - Depois de 11 anos de pastorado em Sandfields, torna-se assistente temporário do pr. G. Campbell Morgan, na Capela de Westminster, Londres.
1939 - A Segunda Guerra Mundial começa na véspera do dia em que M. Lloyd-Jones foi formalmente recebido como co-pastor da Capela de Westminster. Lloyd-Jones se torna presidente da Associação Inter-Varsity de Estudantes (Inter-Varsity Fellowship of Students).
1943 - O pr. Campbell Morgan se aposenta, e Lloyd-Jones assume o pastoreio da Capela de Westminster.
1945 - Inauguração da Biblioteca Evangélica de Londres, que tem M. Lloyd-Jones como apoiador.
1947 - M. Lloyd-Jones se torna presidente da Associação Internacional de Estudantes Evangélicos (International Fellowship of Evangelical Students - IFES).
1950 - Dá início à série sobre o Sermão do Monte.
1953 - Lloyd-Jones é atacado no Semanário Britânico (Br'itish Weekly) pela publicação do seu discurso à Associação Inter-Varsity: "Mantendo a Fé Evangélica Hoje".
1959 - "Estudos no Sermão do Monte" ("Studies in the Sermon on the Mount"), primeiro grande volume de sermões expositivos.
1968 - Após 3 décadas de ministério na Capela de Westminster, M. Lloyd-Jones se aposenta, com sua tricentésima septuagésima segunda (#372) exposição no livro de Romanos.
1969 - Última visita aos Estados Unidos [da América], com palestras sobre "Pregação", posteriormente publicadas em "Pregação e Pregadores" ("Preachers and Preaching").
1970 - Publicação do primeiro volume da sua série sobre "Romanos" ("Romans").
1971 - Última visita ao Continente, com discurso em favor da Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos (IFES): "Que é um Evangélico?".
1980 - M. Lloyd-Jones prega pela última vez, em junho.
1981 - Falece em Ealing, em primeiro de março.

*Trechos da INTRODUÇÃO [Iain H. Murray, Edimburgo, setembro de 1994]:
'Hoje o Dr. Lloyd-Jones é bem conhecido no mundo por seus livros e, todavia, o último papel em que ele jamais pensou para si foi o de escritor. Quando um artigo sobre a sua vida foi publicado em 1939, ele considerou esse fato com muito humor. Ele verdadeiramente pensava a seu respeito como "um mero pregador". Nunca usou uma máquina de escrever e escrevia muito pouco. Nenhum de seus trabalhos publicados veio à luz com esse fim em vista. Eles foram publicados como sermões ou palestras, e nunca teriam sido impressos, não fossem as transcrições taquigráficas e as gravações que sobreviveram, tornando isso possível. A comparação da data em que a mesma matéria [sermão/palestra] era proferida pela primeira vez, com a data da sua primeira impressão, quase sempre dez ou vinte anos mais tarde, torna isso muito claro. Pelo menos uma razão pela qual  ele nunca atendia ao pedido de uma autobiografia era que sentar-se para escrever estava fora dos seus hábitos a vida toda. Sabe-se que a sua dedicação era ao púlpito, acrescentando-se, porém, que ele sempre teve grande entusiasmo pelo recurso da palavra falada, seja na conversação pessoal ou pelo telefone. Ambos desempenharam importante papel em sua vida. Em contraparte, a caneta era seu último recurso. 
[...] O fato é que havia muitos fatores que constantemente anulavam a sua relutância em pegar a caneta. O primeiro era a sua intensa afeição por sua esposa e por sua família. Se ele ficava longe de Bethan por mais de um dia ou dois, ele sempre escrevia, e geralmente com alguma extensão. Ela era, em todos os sentidos, uma companheira em tudo o que ele fazia. Não obstante ser uma médica, ela alegremente dedicou sua vida a ajudá-lo na pregação e a cuidar do lar. A mãe dele também recebeu muitas cartas suas. Ele sempre mantinha contato com ela quando ela estava fora do seu lar em Londres, geralmente em sua amada Cardiganshire. Nessas ocasiões ele, em geral, escrevia a ela semanalmente. Desde os seus primeiros anos de vida, as suas filhas Elizabeth e Ann recebiam bilhetes dele quando ele estava fora, e quando elas se tornaram estudantes em Oxford, elas recebiam cartas praticamente cada semana. Isso continuou para Elizabeth, quando ela se casou em 1954, e se mudou para o norte da Inglaterra. Quarenta anos mais tarde, ela recorda como ficava esperando pela terça-feira, o dia em que sua carta chegava. Tenho muita esperança em que essas cartas, incluídas neste livro, revelem quanto todas essas relações familiares significavam para ele. Qualquer negligência de ministros e missionários, para com as suas famílias, ele considerava como uma falta contra o cristianismo bíblico.'
Um coração de pastor era outro fator que constantemente tornava a correspondência uma necessidade para ele. Como as páginas seguintes mostram, simpatia e interesse pelas pessoas, fossem quem fossem, transparecem em muitas de suas cartas. Ele estava sempre dando orientação e conselho, e creio que ele nunca deixou de atender a nenhum pedido dessa espécie. E, de nenhum modo, o seu aconselhamento era estereotipado. Quando ele [Lloyd-Jones] conhecia o indivíduo preocupado, a opinião que dava era sempre sabiamente relacionada com o seu agudo conhecimento da personalidade da pessoa. Ele sempre elogiava tão generosamente os pontos em que ele percebia força [no destinatário com quem estava se correspondendo] que constantemente dava às pessoas a certeza de que os seus problemas e dificuldades seriam superados.
[...] Ao longo desta coleção, [estão incluídos] extratos das quase setenta cartas que subsistiram daquelas que o Dr. Lloyd-Jones escreveu a [rev.] Philip Hughes. Conquanto não haja nenhuma coleção paralela da sua pena a ninguém mais, estas e outras que constam no presente volume [livro] são típicas das muitas que foram motivadas pelo zelo em ajudar colegas e animar os jovens. Em toda a Grã-Bretanha, e fora dela, havia homens no ministério cuja obra e constância se devia mais do que eles poderiam dizer à amizade que ele [Lloyd-Jones] lhes proporcionava. A maior parte do seu ministério, neste aspecto, era feito por meio de entrevistas pessoais e telefonemas, mas um bom número das cartas aqui impressas dá-nos uma permanente indicação da razão pela qual o seu aconselhamento significava tanto para muitos.
Na maioria, as cartas ora publicadas foram escritas à mão. Só em 1946 ele começou a fazer uso dos serviços de um secretário de tempo parcial. Aos poucos, daquela data em diante, ele passou a ditar as cartas; nunca as cartas para a família, e só de vez em quando para os amigos chegados. Não se pode deixar de admitir que, em termos de legibilidade, há um mundo de diferença entre as cartas que ele redigia e as que ele ditava! Não obstante, o seu punho era muito apreciado por seus correspondentes, entre outras coisas por causa do alto senso de realização pessoal por parte dos que dominavam, ou julgavam dominar, os seus manuscritos! Conta-se que a esposa de um ministro de Gales primeiramente tomou uma nota quase indecifrável, que lhe chegou pelo correio, como sendo um recado da lavanderia chinesa. Um exame mais cuidadoso revelou que vinha do Dr. Lloyd-Jones informando a hora em que ele ia chegar para cultos que seriam realizados celebrando um aniversário...
[...] Devo esclarecer que esta é apenas uma seleção representativa da correspondência ainda existente. Deliberadamente não utilizei todas as suas cartas já publicadas em sua biografia, todavia este volume [livro] ficaria muito empobrecido se algumas das mais importantes não fossem incluídas aqui. Ao fazer a seleção, procurei mostrar a amplitude dos seus interesses. Há, por exemplo, considerável contraste entre o conteúdo das cartas à sua mãe [que amava sua terra natal], com sua prosa sobre pessoas, lavouras, fazendas e cavalos, e as cartas enviadas a correspondentes que desejavam saber coisas como a sua opinião sobre [Karl] Barth ou [Reinhold] Niebuhr! Sempre se renova a impressão que me causa o quanto do seu caráter como cristão transparece de tantas maneiras incidentais nessas cartas. Em parte, é por essa razão que essas cartas são inalteráveis. Embora se pudesse tirar algumas sentenças sem nenhum prejuízo, preferi deixar isso ao juízo do leitor. As cartas, diversamente das biografias, prestam-se para a inclusão de coisas comuns, mas, em alguns aspectos, isso é vantagem para nós [leitores], pois, como diz Pascal: "Não se julga a virtude de um homem pelas grandes ocasiões, e sim, por sua vida comum".
Nos sermões e palestras do Dr. Lloyd-Jones, já publicados, vê-se uma prontidão à firmeza e, se necessário, a ficar sozinho pela verdade, à semelhança de [Martinho] Lutero. No entanto, aqui se vêem, de mil modos, indicações da atração exercida pela sua humanidade na vida diária, e especialmente da sua bondade e consideração para com os outros. Esta última característica chega a explicar porque tantas vezes ele conservou a amizade e a estima até daqueles dos quais divergia. O leitor verá, por exemplo, nestas páginas, uma carta em que fez críticas ao [...] professor Donald MacKay. Foi o próprio professor MacKay que nos forneceu essa carta, anexando-lhe o seu testemunho de quanto significava para ele o ministério de Martyn Lloyd-Jones.
[...] Há também nessas cartas a presença adicional de informações de considerável significado histórico. Nada teve maior impacto sobre mim [Iain H. Murray], quanto à diferença entre os dias do escritor [Martyn Lloyd-Jones] e os nosso dias, do que as referências aos cultos de meio de semana que ele dirigia em muitas partes da Grã-Bretanha. Tais cultos de meio de semana, frequentados por centenas, e às vezes, milhares de pessoas, desapareceram. Razões sociais podem explicar parcialmente a mudança, porém, fundamentalmente, a diferença está relacionada com um declínio do interesse pela pregação da Palavra de Deus. Foi-se uma era. Mas essas cartas nos fazem lembrar que quando Deus levanta um homem cujo coração está cheio de amor e cujos lábios foram tocados pelo fogo celestial, sempre haverá prontidão para ouvir...'

Glória somente a Deus por tudo, sempre!

Aprendizado piedoso 209

"Milhões de anos representam apenas cifras na eternidade. Que palavra incrível é a palavra eternidade!  Eternidade, para os piedosos, é um dia sem pôr do sol! Eternidade, para os ímpios, é uma noite sem nascer do sol! A eternidade é um abismo que pode engolir todos os nossos pensamentos: Medite nessa porção das escrituras: 'E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna' (Mt 25:46)."

"Eternidade, para os piedosos, é um dia sem pôr do sol!"

"Eternidade, para os ímpios, é uma noite sem nascer do sol!"