"[...] Os livros são maravilhosos. Eu gosto de lê-los; gosto de escrevê-los. Mas há um tipo de falsidade embutida [...] porque um livro é um objeto inevitavelmente enganoso. Todas as sentenças terminam com um ponto. Todos os pontos e vírgulas estão no lugar certo. Todas as sentenças têm sintaxe correta. Todas as páginas são numeradas em sequência; você não tem de pular coisa alguma. Todos os títulos dos capítulos se revelam a você de maneira ordenada. Os livros têm capas, que dão uma falsa sensação de completude. Está tudo lá, disposto de maneira agradável e ordenada para você. Mas a vida não é assim [...] Eu não sou assim [...] A vida é cheia de partidas e paradas, becos sem saída, desvios decepcionantes e suposições errôneas. Eventualmente, pela graça de Deus, encontramos nosso caminho para atos de obediência, atos de louvor. Mas, ao longo do caminho, gastamos um tempo considerável desembaraçando-nos de espinheiros e coçando a cabeça. Penso que será útil parar, ler e orar ao longo de tudo isso — e, melhor ainda, fazê-lo com um colega, cônjuge ou amigo. Mas você não deverá supor que [...] estamos operando em um nível mais elevado do que você. Não existem níveis mais elevados na vida de Cristo — existe somente seguir a Jesus e obedecê-lo, dia após dia, lutando contra o pecado e os pecadores, e ser surpreendido pela graça e pela ressurreição [...] Não estamos operando com um conjunto de verdades, abstrações e generalidades, mas com um hábito cultivado do coração e uma determinação para nos imergirmos em nosso lugar, nossa cidade, nossa congregação, à maneira de Jesus na Galileia e em Jerusalém, de Paulo em Roma, de Timóteo em Éfeso e de Tito em Creta.”
[trechos do livro “O pastor descartável", M.J. Dawn & E. Peterson, Editora Cultura Cristã]