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15 dezembro 2012

Gratidão anekdiegetos

Sobre a inefável graça de Deus...

Gratidão anekdiegetos

A palavra grega transliterada “anekdiegetos” aparece na segunda epístola aos coríntios (2 Coríntios 9:15), e significa “inefável”, “indizível”, ou seja, algo que não se pode definir em palavras ou que não se pode verbalizar.
A graça de Deus é um dom inefável e, muitas vezes, incompreensível para a limitada pequenez da mente humana diante da Sua sabedoria. O ser humano está acostumado a pensar em recompensa, pagamento ou retribuição por um favor. É difícil compreender, com profundidade, o conceito da gratuidade da graça do Senhor Deus, que nos concedeu “seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
O apóstolo Paulo também nos ensina que a recompensa ao trabalhador é uma dívida: “Ora, ao que trabalha não se lhe conta a recompensa como dádiva, mas sim como dívida” (Romanos 4:4). A gratidão, de maneira inversa, é o reconhecimento do recebimento de uma dádiva gratuita, sem a expectativa de retribuição ou pagamento. Em outras palavras, enquanto o pagamento é proveniente de uma troca, a gratidão é proveniente de uma doação.
Mesmo sem entender completamente a “superabundância” da graça de Deus (2 Coríntios 9:14), podemos glorificar o Santo Nome do Senhor com gratidão profunda e honesta da nossa parte, apenas aceitando a graça divina e recebendo-a com alegria e regozijo. Esta gratidão pode ser expressa com palavras, mas também pode ser uma gratidão inefável (“anekdiegetos”), onde podemos contar inclusive com a intercessão do Espírito Santo, através de “gemidos inexprimíveis” (Romanos 8:26).
Como está escrito nas Escrituras: “A benignidade do Senhor jamais acaba, as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei nele.” (Lamentações 3:22-24).
O dom gratuito de Deus, que nos regenera através da obra redentora centrada em Jesus Cristo, e que nos salva pela Sua graça, por meio da fé (Efésios 2:8-9), precisa ser comemorado a cada amanhecer, onde são renovadas as misericórdias do Senhor.
Façamos como o salmista, que pensava nas coisas celestiais como a primeira atividade da manhã, logo ao despertar: “Antecipo-me à alva da manhã e clamo; aguardo com esperança as tuas palavras” (Salmo 119:147). Glória a Ti, Senhor ! Amém.