Alguns trechos do livro "Um mundo com significado: como as artes e as ciências revelam o gênio da natureza", de Benjamin Wiker & Jonathan Witt.
Recomendo a leitura completa deste livro.
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“... A raiz de ‘nihil’ – ‘nada’ – faz do niilismo um nome adequado a tal visão pessimista do cosmo.
Mas o niilismo vai muito mais para trás na cultura ocidental. Uma cultura fundada na aceitação moderna do materialismo filosófico, uma visão do cosmo que pode ser traçada aos atomistas gregos e, em especial, ao filósofo Epicuro (341-270 a.C.).
Construindo sobre as idéias de Leucipo e Demócrito, Epicuro defendia que os deuses não haviam feito o universo. O universo de per si seria eterno, e nele, o rodopio incessante e sem propósito de átomos não-pensantes cria, por acidente, todas as coisas, desde os planetas até as estrelas, plantas, e até mesmo, pessoas. O epicurismo foi redescoberto no começo da Renascença e, de lá, passou pela estrutura moderna reducionista e materialista, para a descrição da natureza...”
“Novamente, aqui, reconhecemos a incoerência porque entendemos o que significa ser coerente. Reconhecemos também que o significado tem uma direção definida de cima para baixo, do todo para as partes. Ou seja, o contexto maior do parágrafo oferece significado à sentença; o contexto maior de uma sentença oferece significado para suas palavras, e as letras individuais transmitem significado apenas quando se tornam parte de palavras.”
“Entretanto, o que dizer de um mau projeto? Por que o universo é, na maior parte, desabitado e inóspito? Por que existem terremotos, dores lombares, lixo de DNA? É importante esclarecer, de início, que observar a assinatura do gênio não significa uma visão ingênua da natureza como ‘o melhor de todos os mundos possíveis’. Podemos reconhecer a mão do gênio sem permanecer cegos em relação às doenças e deformidades, à dor e ao sofrimento.”
“... O materialismo tem criado uma espécie de terra plana que esmaga a vida da vida, destruindo sua riqueza natural, negando sua verdadeira profundidade, turvando suas nuanças brilhantes e variadas...”
“Assim também o materialista. ‘Como explicação do mundo, o materialismo possui uma espécie insana de simplicidade’, continua [G. K.] Chesterton. ‘Tem a qualidade da argumentação de um louco; temos imediatamente o senso de que ele quer cobrir tudo, e de que, ao mesmo tempo, deixa tudo de fora’ [G. K. Chesterton, ‘Ortodoxia’]. O erro do materialista, nós argumentamos, é uma espécie de ilusão, a constrição da razão dentro de um pequeno e apertado círculo. Dizemos, com Chesterton, àqueles que decaíram para o materialismo: ‘Concedo que sua explanação explique muitas coisas, mas veja quanto ela deixa de fora!’...
O materialista, absorto na redução de todas as coisas, zomba de quando se fala em um projetista imaginativo, insistindo em ver tanto o esplendor de Shakespeare quanto o mundo como uma espécie de obstinada morbidez. O que fazer? ‘Se você ou eu estivesse lidando com uma mente que estivesse decaindo para a morbidez’, sugere Chesterton, ‘deveríamos nos preocupar, principalmente, não em tecer argumentos, mas em fornecer oxigênio; em convencer a pessoa de que haveria algo mais limpo e fresco fora do sufoco de um único argumento’.”
Mas o niilismo vai muito mais para trás na cultura ocidental. Uma cultura fundada na aceitação moderna do materialismo filosófico, uma visão do cosmo que pode ser traçada aos atomistas gregos e, em especial, ao filósofo Epicuro (341-270 a.C.).
Construindo sobre as idéias de Leucipo e Demócrito, Epicuro defendia que os deuses não haviam feito o universo. O universo de per si seria eterno, e nele, o rodopio incessante e sem propósito de átomos não-pensantes cria, por acidente, todas as coisas, desde os planetas até as estrelas, plantas, e até mesmo, pessoas. O epicurismo foi redescoberto no começo da Renascença e, de lá, passou pela estrutura moderna reducionista e materialista, para a descrição da natureza...”
“Novamente, aqui, reconhecemos a incoerência porque entendemos o que significa ser coerente. Reconhecemos também que o significado tem uma direção definida de cima para baixo, do todo para as partes. Ou seja, o contexto maior do parágrafo oferece significado à sentença; o contexto maior de uma sentença oferece significado para suas palavras, e as letras individuais transmitem significado apenas quando se tornam parte de palavras.”
“Entretanto, o que dizer de um mau projeto? Por que o universo é, na maior parte, desabitado e inóspito? Por que existem terremotos, dores lombares, lixo de DNA? É importante esclarecer, de início, que observar a assinatura do gênio não significa uma visão ingênua da natureza como ‘o melhor de todos os mundos possíveis’. Podemos reconhecer a mão do gênio sem permanecer cegos em relação às doenças e deformidades, à dor e ao sofrimento.”
“... O materialismo tem criado uma espécie de terra plana que esmaga a vida da vida, destruindo sua riqueza natural, negando sua verdadeira profundidade, turvando suas nuanças brilhantes e variadas...”
“Assim também o materialista. ‘Como explicação do mundo, o materialismo possui uma espécie insana de simplicidade’, continua [G. K.] Chesterton. ‘Tem a qualidade da argumentação de um louco; temos imediatamente o senso de que ele quer cobrir tudo, e de que, ao mesmo tempo, deixa tudo de fora’ [G. K. Chesterton, ‘Ortodoxia’]. O erro do materialista, nós argumentamos, é uma espécie de ilusão, a constrição da razão dentro de um pequeno e apertado círculo. Dizemos, com Chesterton, àqueles que decaíram para o materialismo: ‘Concedo que sua explanação explique muitas coisas, mas veja quanto ela deixa de fora!’...
O materialista, absorto na redução de todas as coisas, zomba de quando se fala em um projetista imaginativo, insistindo em ver tanto o esplendor de Shakespeare quanto o mundo como uma espécie de obstinada morbidez. O que fazer? ‘Se você ou eu estivesse lidando com uma mente que estivesse decaindo para a morbidez’, sugere Chesterton, ‘deveríamos nos preocupar, principalmente, não em tecer argumentos, mas em fornecer oxigênio; em convencer a pessoa de que haveria algo mais limpo e fresco fora do sufoco de um único argumento’.”
"Em meio a seus esforços com respeito à confusões da teoria do ‘flogisto’, Lavoisier fez uma queixa famosa contra os flogistianos que deve ser citada. É semelhante às queixas de muitos cientistas de boa reputação contra a teoria da seleção natural generalizada como um mecanismo faz-tudo, faz-qualquer-coisa, do darwinismo [***ver texto de Philip S. Skell***]:
‘Os químicos têm feito do flogisto um princípio vago, não estritamente definido e, por conseguinte, cabível em todas as explicações requeridas. Às vezes, tem peso, às vezes, não tem; às vezes, é fogo livre, às vezes, é fogo combinado com terra; às vezes, passa pelos poros dos vasos, às vezes, não penetra neles. Explica ao mesmo tempo a causticidade e a não-causticidade, transparência e opacidade, cor e ausência de cores. É um verdadeiro Proteus que muda de forma a cada instante.’ [citado por William Brock, ‘Norton History’]”.
[Observação: Proteus é uma deidade marinha criada pela mitologia grega, que tem o poder de prever o futuro e de se metamorfosear, particularmente quando procurava evitar um humano que se aproximava para saber dele as previsões para o futuro.]
‘Os químicos têm feito do flogisto um princípio vago, não estritamente definido e, por conseguinte, cabível em todas as explicações requeridas. Às vezes, tem peso, às vezes, não tem; às vezes, é fogo livre, às vezes, é fogo combinado com terra; às vezes, passa pelos poros dos vasos, às vezes, não penetra neles. Explica ao mesmo tempo a causticidade e a não-causticidade, transparência e opacidade, cor e ausência de cores. É um verdadeiro Proteus que muda de forma a cada instante.’ [citado por William Brock, ‘Norton History’]”.
[Observação: Proteus é uma deidade marinha criada pela mitologia grega, que tem o poder de prever o futuro e de se metamorfosear, particularmente quando procurava evitar um humano que se aproximava para saber dele as previsões para o futuro.]
***Texto de Philip S. Skell***:
‘Explanações darwinianas para tais coisas são, muitas vezes, flexíveis demais: a seleção natural torna os humanos autocentrados e agressivos – exceto quando são feitos altruístas e pacíficos. Ou , então, a seleção natural produz seres humanos viris que animadamente espalham sua semente – exceto quando preferem seres humanos que são protetores e provedores fiéis. Quando uma explicação é tão frouxa que poderá ser usada para explicar quaisquer comportamentos, será difícil testá-la mediante experiência, muito menos usá-la como catalisadora de qualquer descoberta científica.’
[Philip S. Skell, ‘Why Do We Invoke Darwin?’, The Scientist 19, n.4, 29/08/2005]