Crer, verbo irregular
O verbo crer,
segundo as normas gramaticais da nossa língua, é irregular. A palavra regular,
do latim regularis, quer dizer “que
serve de regra”, portanto, irregular poderia ser interpretado como algo do tipo
“sem regra definida”. Fica fácil perceber a irregularidade do verbo crer nos
seguintes exemplos de conjugação do mesmo: eu creio, tu crês, nós cremos, vós
credes, eles crêem, para crer eu, para creres tu, para crerdes vós, para crerem
eles, se eu cresse, se tu cresses, se nós crêssemos, se vós crêsseis, se eles
cressem. Estes diferentes tempos verbais são úteis para a exemplificação
proposta.
Acontece que também são irregulares, ou seja, “sem regra definida”, os
caminhos que levam ao substantivo crença. Cada indivíduo experimenta uma
jornada diferente na busca pela sua crença ou fé no cristianismo.
Alguns já nascem em lares cristãos, embebidos com a esperança da fé, e
aprendem desde cedo a adorar a um Deus pai, todo poderoso, de maneira natural e
cotidiana. Outros, não tem o contato com a fé desde o berço, mas se deparam com
ela ao longo da vida, novamente, em diferentes formatos, “sem regra definida”.
Contudo, existem sempre aqueles mais céticos, mais resistentes à idéia
da crença no Divino Criador e em toda a sua glória e esplendor. E, que fique
bem claro, estes céticos não o fazem por mal, na grande maioria das vezes, mas
apenas porque são mais questionadores na sua própria natureza humana. Estes
curiosos questionadores normalmente precisam ser convencidos pelas evidências
históricas, arqueológicas, sociológicas e científicas presentes nas escrituras
sagradas do cristianismo. E se tais evidências existirem de verdade ? Então a
jornada de encontro e aproximação com Deus começa neste exato momento da
descoberta.
Relato aqui o começo da minha jornada, em particular, diante das sólidas
e incontestáveis evidências da presença de Deus em nossas vidas e da
ressurreição do Seu filho, Jesus Cristo, cordeiro de Deus, que derramou seu
sangue na cruz para a redenção da humanidade, a cerca de dois mil anos atrás.
Mesmo tendo recebido uma educação cristã tradicional na infância e
juventude, não posso dizer que entendia a magnitude do viver cristão autêntico,
naquela época. Minha curiosidade científica acabou me levando pelos caminhos do
conhecimento científico formal, particularmente nas ciências exatas. Este
caminho me levou a estudar e descobrir os detalhes mais minuciosos da matéria
que constitui todas as coisas animadas e inanimadas do universo conhecido.
Neste ponto, eu estava bem satisfeito com o conhecimento que eu tinha adquirido
do mundo e com a visão científica que sustentava os meus questionamentos em
relação às leis da natureza.
A partir daí, me deparei, de maneira inesperada, com inúmeras evidências
concretas da presença de Deus e começaram a acontecer várias revelações em
minha vida.
A primeira revelação foi exatamente a que relato aqui, que me fez
entender toda a minha trajetória e os caminhos que me trouxeram até este ponto
da minha vida, onde busco testemunhar agora a minha crença e fé na tríplice
aliança bíblica. Esta revelação também me fez perceber a tamanha irregularidade
do verbo crer e os curiosos e majestosos mecanismos que Deus possui para
aproximar Seus servos do Seu reino e da Sua obra.
Qualquer pessoa com formação científica, principalmente na área de
ciências exatas, pode ler este texto e se assustar - sim, se assustar - com os
termos que estou usando, a exemplo de: Deus, Senhor, bíblica, fé, ressurreição,
cruz, Jesus Cristo. Eu sei disto, pois eu mesmo lia, sem nenhum entusiasmo,
estes termos em cerimônias e outras ocasiões em templos religiosos. Mas a
infinita sabedoria de Deus nos conduz por caminhos aparentemente tortuosos e
inimagináveis, recrutando para os Seus propósitos divinos também estes cristãos
mais céticos e questionadores.
Neste ponto, o impacto da presença de Deus em nossas vidas é tão
proeminente e difundido que dispara um processo de busca e intensificação da crença
ou fé, por caminhos surpreendentes, “sem regra definida”. É, portanto, necessário
reconhecer a beleza da irregularidade do verbo crer na vida de cada crente
devoto, tendo ele vindo de lares e berços cristãos ou então tendo ele recebido
estas revelações por intermédio de outras ferramentas celestiais.
Eu creio.
Tu crês ?
Eles crêem ?