Mais alguns trechos e citações traduzidos do livro "Seven Days That Devide the World", de John C. Lennox. Continuo recomendando a leitura completa do livro.
Capítulo 2: "Mas ela se move? Uma lição sobre a Escritura"
"Nós podemos certamente concordar que a Bíblia não foi escrita em uma linguagem científica contemporânea e avançada. Esta circunstância não nos deveria causar surpresa ou dificuldade, mas sim gratidão e alívio. Suponha, por exemplo, que Deus teria pretendido explicar a origem do universo e da vida para nós, em linguagem científica detalhada. A ciência está constantemente mudando, se desenvolvendo e sendo atualizada, tornando-se (como esperamos) mais e mais precisa. Se a explicação bíblica estivesse, digamos, no nível da ciência do século 22, ela seria ininteligível para todos, incluindo os cientistas de hoje."
"... Como João Calvino expôs ["Commentary on the Book of Psalms"; vol. V; 1849], 'O Espírito Santo não teve a intenção de ensinar astronomia; e, ao propor que o significado da instrução fosse comum para a mais simples e inculta pessoa, ele fez uso da linguagem popular, através de Moisés e de outros profetas... O Espírito Santo preferiu falar infantilmente, ao invés de ininteligivelmente, para o humilde e o inculto.' Esta afirmação, nota-se, não vem de alguém que tem vago conhecimento da autoridade das Escrituras; nem é um reflexo recente produzido pelo alegado embaraço de cristãos confrontados pela ciência moderna. Na verdade, Agostinho (354-430) teve o mesmo pensamento cerca de mil anos antes de Calvino: 'Nós não lemos no Evangelho que o Senhor falou que mandaria o Paracleto (Espírito Santo) para ensinar sobre o curso do sol e da lua, pois Ele queria fazer cristãos, e não matemáticos'. No lugar de uma linguagem científica, a Bíblia frequentemente faz uso do que é chamada de linguagem fenomenológica - a linguagem da aparência. Ela descreve o que qualquer um pode ver. Ela fala acerca do sol subindo no horizonte, da mesma forma que qualquer um faz, incluindo os cientistas, mesmo quando eles sabem que o sol apenas aparenta subir no horizonte, por causa da rotação do planeta terra. Dizer que o sol 'sobe no horizonte' não compromete a Bíblia, ou um cientista, com qualquer modelo do sistema solar em particular."
"Nós sabemos agora que o planeta terra não descansa literalmente em fundações (Salmos 104:5) ou pilares feitos de pedra, concreto ou aço. Podemos ver, portanto, que as palavras 'fundações' e 'pilares' são usadas em um sentido metafórico. No entanto, é preciso enfatizar novamente que as metáforas representam realidades. Deus, o Criador, certamente construiu estabilidades muito reais no sistema planetário que garantirá sua existência pelo tempo suficiente até que cumpra os Seus propósitos. A ciência têm sido capaz de mostrar-nos que o planeta terra é estável em sua órbita por longos períodos de tempo, em parte graças à obediência da gravidade a uma lei de inverso quadrado, à presença da lua, que estabiliza a inclinação do eixo da terra, e à existência do gigante planeta júpiter, que ajuda a manter os outros planetas no mesmo plano orbital. A estabilidade do planeta terra, portanto, é muito real. É uma estabilidade literal ou verdadeira, mesmo que agora não faça mais sentido entender a palavra estabilidade literalisticamente, como se referindo a imobilidade. Porém, há algo a mais. Nós aceitamos a interpretação metafórica porque podemos ver que traz uma compreensão perfeitamente sensível e informativa do texto bíblico. O planeta terra não precisa estar no centro do universo físico para ser o centro da atenção de Deus."
Capítulo 2: "Mas ela se move? Uma lição sobre a Escritura"
"Nós podemos certamente concordar que a Bíblia não foi escrita em uma linguagem científica contemporânea e avançada. Esta circunstância não nos deveria causar surpresa ou dificuldade, mas sim gratidão e alívio. Suponha, por exemplo, que Deus teria pretendido explicar a origem do universo e da vida para nós, em linguagem científica detalhada. A ciência está constantemente mudando, se desenvolvendo e sendo atualizada, tornando-se (como esperamos) mais e mais precisa. Se a explicação bíblica estivesse, digamos, no nível da ciência do século 22, ela seria ininteligível para todos, incluindo os cientistas de hoje."
"... Como João Calvino expôs ["Commentary on the Book of Psalms"; vol. V; 1849], 'O Espírito Santo não teve a intenção de ensinar astronomia; e, ao propor que o significado da instrução fosse comum para a mais simples e inculta pessoa, ele fez uso da linguagem popular, através de Moisés e de outros profetas... O Espírito Santo preferiu falar infantilmente, ao invés de ininteligivelmente, para o humilde e o inculto.' Esta afirmação, nota-se, não vem de alguém que tem vago conhecimento da autoridade das Escrituras; nem é um reflexo recente produzido pelo alegado embaraço de cristãos confrontados pela ciência moderna. Na verdade, Agostinho (354-430) teve o mesmo pensamento cerca de mil anos antes de Calvino: 'Nós não lemos no Evangelho que o Senhor falou que mandaria o Paracleto (Espírito Santo) para ensinar sobre o curso do sol e da lua, pois Ele queria fazer cristãos, e não matemáticos'. No lugar de uma linguagem científica, a Bíblia frequentemente faz uso do que é chamada de linguagem fenomenológica - a linguagem da aparência. Ela descreve o que qualquer um pode ver. Ela fala acerca do sol subindo no horizonte, da mesma forma que qualquer um faz, incluindo os cientistas, mesmo quando eles sabem que o sol apenas aparenta subir no horizonte, por causa da rotação do planeta terra. Dizer que o sol 'sobe no horizonte' não compromete a Bíblia, ou um cientista, com qualquer modelo do sistema solar em particular."
"Nós sabemos agora que o planeta terra não descansa literalmente em fundações (Salmos 104:5) ou pilares feitos de pedra, concreto ou aço. Podemos ver, portanto, que as palavras 'fundações' e 'pilares' são usadas em um sentido metafórico. No entanto, é preciso enfatizar novamente que as metáforas representam realidades. Deus, o Criador, certamente construiu estabilidades muito reais no sistema planetário que garantirá sua existência pelo tempo suficiente até que cumpra os Seus propósitos. A ciência têm sido capaz de mostrar-nos que o planeta terra é estável em sua órbita por longos períodos de tempo, em parte graças à obediência da gravidade a uma lei de inverso quadrado, à presença da lua, que estabiliza a inclinação do eixo da terra, e à existência do gigante planeta júpiter, que ajuda a manter os outros planetas no mesmo plano orbital. A estabilidade do planeta terra, portanto, é muito real. É uma estabilidade literal ou verdadeira, mesmo que agora não faça mais sentido entender a palavra estabilidade literalisticamente, como se referindo a imobilidade. Porém, há algo a mais. Nós aceitamos a interpretação metafórica porque podemos ver que traz uma compreensão perfeitamente sensível e informativa do texto bíblico. O planeta terra não precisa estar no centro do universo físico para ser o centro da atenção de Deus."
Seção do capítulo 2: "Lições finais à partir de Galileu"
"O incidente de Galileu nos ensinou que devemos ser humildes o suficiente para distinguir entre o que a Bíblia fala e a nossa interpretação do que ela fala. O texto bíblico pode ser apenas mais sofisticado do que nós imaginamos inicialmente, e estaremos nos arriscando se o utilizarmos para suportar idéias que ele nunca teve a intenção de ensinar. A Bíblia pode ser compreendida com o ensinamento de que o planeta terra é fixo. Mas isto não precisa ser interpretado desta forma. Pelo menos, Galileu pensou assim em seus dias, e a história provou posteriormente que ele estava certo. Uma outra lição, em uma direção diferente, é que foi Galileu (quem acreditava na Bíblia) quem propôs o avanço para uma melhor compreensão científica do universo. Ele estava agindo não somente contra o obscurantismo de alguns religiosos, mas (e principalmente) contra a resistência (e o obscurantismo) dos filósofos seculares do seu tempo, os quais, tal como os religiosos, foram discípulos convictos de Aristóteles. Filósofos e cientistas dos dias de hoje também têm a necessidade de ter humildade diante dos fatos, mesmo que estes fatos estejam apontando para uma fé em Deus! A falta de fé em Deus não é garantia maior de ortodoxia científica, do que é a fé em Deus."
"O incidente de Galileu nos ensinou que devemos ser humildes o suficiente para distinguir entre o que a Bíblia fala e a nossa interpretação do que ela fala. O texto bíblico pode ser apenas mais sofisticado do que nós imaginamos inicialmente, e estaremos nos arriscando se o utilizarmos para suportar idéias que ele nunca teve a intenção de ensinar. A Bíblia pode ser compreendida com o ensinamento de que o planeta terra é fixo. Mas isto não precisa ser interpretado desta forma. Pelo menos, Galileu pensou assim em seus dias, e a história provou posteriormente que ele estava certo. Uma outra lição, em uma direção diferente, é que foi Galileu (quem acreditava na Bíblia) quem propôs o avanço para uma melhor compreensão científica do universo. Ele estava agindo não somente contra o obscurantismo de alguns religiosos, mas (e principalmente) contra a resistência (e o obscurantismo) dos filósofos seculares do seu tempo, os quais, tal como os religiosos, foram discípulos convictos de Aristóteles. Filósofos e cientistas dos dias de hoje também têm a necessidade de ter humildade diante dos fatos, mesmo que estes fatos estejam apontando para uma fé em Deus! A falta de fé em Deus não é garantia maior de ortodoxia científica, do que é a fé em Deus."