Trecho traduzido do livro "God and Stephen Hawking: Whose Design Is It Anyway?", de John C. Lennox. Recomendo a leitura completa do livro.
"O laureado com prêmio Nobel, Sir Peter Medawar, ressaltou este perigo a muito tempo atrás, em seu excelente livro 'Advice to a Young Scientist', que deveria ser leitura compulsória para todos os cientistas.
'Não há caminho mais rápido para um cientista trazer descrédito sobre si mesmo e sobre a sua profissão do que veementemente declarar - particularmente quando nenhuma declaração de nenhum tipo foi requisitada - que a ciência conhece, ou dentro em breve irá conhecer, as respostas para todas as questões que valem a pena perguntar, e as questões que não admitem uma resposta científica são, de certa forma, não-questões ou pseudo-questões que apenas tolos perguntam e apenas o ingênuo professa ser capaz de responder'.
Medawar continua dizendo: 'A existência de um limite para a ciência é, contudo, exposto pela sua inabilidade em responder questões pueris e elementares sobre as primeiras e últimas coisas - questões como, por exemplo: "Como tudo começou?""Para que todos estamos aqui?""Qual é o sentido da vida?"' [Advice to a Young Scientist, London, Harper and Row, 1979, p. 31; veja também o seu livro The Limits of Science, Oxford, Oxford University Press, 1984, p. 66]. Ele acrescenta que nós devemos recorrer à literatura imaginativa e à religião para obter respostas para tais questões.
Francis Collins é igualmente claro sobre as limitações da ciência: 'A ciência é impotente para responder questões do tipo "Porque o universo veio a existir?""Qual é o sentido da existência humana?""O que acontece depois que morremos?"' [The Language of God, New York, The Free Press, 2006].
Obviamente Medawar e Collins têm paixão pela ciência. Portanto, não há inconsistência em ser um cientista comprometido em grau máximo, simultaneamente reconhecendo que a ciência não pode responder a todo tipo de questão, incluindo algumas das mais profundas questões que os seres humanos são capazes de perguntar."