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16 janeiro 2014

"d.eu.s homem"

A diferença entre o "d.eu.s homem" e o "Deus homem"...


“d.eu.s homem”

Desde a época de Adão e Eva, os primeiros representantes da humanidade, o desejo do ser humano se tornar um deus é o que moveu boa parte dos seus feitos e que, inclusive, foi o que levou ao próprio pecado original, como registrado no livro de Gênesis.
O “d.eu.s homem”, ou seja, o “desejo do eu soberano no homem”, é o que o faz buscar, muitas vezes, por uma auto-suficiência inalcançável e por um poder inatingível.
Mas o “desejo do eu soberano” também poderia ser chamado de “desejo do eu supremo”, ou ainda, de “desejo do eu superlativo”. Esse “d.eu.s homem” é aquele que nega a existência de outro Deus, além de si mesmo.
Contudo, o verdadeiro “Deus homem”, ou seja, o Deus encarnado (João 1:14), é o que se fez homem e habitou entre nós a cerca de 2.000 anos atrás. O “Deus homem” mostrou sua divindade na plenitude e, também, sua humanidade na plenitude. No entanto, Ele fez isto sem desejar soberania, mas sim se esvaziando de Si mesmo e se fazendo servo e cordeiro, pois já havia Glória suficiente naquele carpinteiro nazareno, como Filho Primogênito do Deus Todo Poderoso.
Enquanto o “d.eu.s homem” procura calcar o seu destino sobre os seus próprios pés, tentando depender apenas dos seus próprios feitos e conquistas, o Deus encarnado abriu o véu que separava os humanos do amor de Deus e, como único mediador junto ao Pai, derramou a Graça da salvação pela fé em seu Santo Nome, através da dispensação da Nova Aliança, proclamada pelas boas novas do Evangelho.
O Evangelho de Jesus Cristo talvez possa ser apresentado desta forma: o “d.eu.s homem”, com toda a carga no seu ombro e o fardo que carrega, não precisa sustentar sobre si todo o peso do julgamento diante de Deus. Graças à misericórdia e ao amor do próprio Deus, os filhos de Deus desfrutam da certeza da obra redentora do “Deus homem”, que se apresentou como sacrifício naquele madeiro maldito, a cruz do Calvário, para a expiação dos pecados daqueles os quais o Pai lhe concedera.
Um trecho de um poema de Robert Murray M'Cheyne descreve bem a realidade do "Deus homem"  como o único capaz de cumprir a justiça do próprio Senhor Deus, sendo o justificador daqueles que crêem. O título do poema é “Jeová Tsidkenu”, e trata-se de uma referência à passagem do livro do profeta Jeremias (23:6), onde aparece a definição de um dos nomes de Deus (“Jeová Tsidkenu”), que significa “Senhor, Justiça nossa”:

Quando a graça generosa despertou-me com a luz do alto,
Fui tomado de temor e de mortal sobressalto;
Nenhum refúgio ou segurança em mim mesmo posso encontrar,
Somente Jeová Tsidkenu pode me salvar./
Diante desse nome nenhum terror pode restar;
Banida a culpa, com ousadia hei de me aproximar
Para beber da fonte viva que jamais terá fim;
Jeová Tsidkenu é tudo para mim./
   
O autor do poema deixa claro que “Nenhum refúgio ou segurança em mim mesmo posso encontrar; Somente Jeová Tsidkenu pode me salvar”. O “d.eu.s homem” depende do “Deus homem” para ser salvo.
Desta forma, o Evangelho de Jesus Cristo significa “boas novas” (do grego, “euaggelion”), pois ao mesmo tempo em que é como um espelho, para tornar evidente a condição decaída do ser humano, escancarando a grande lacuna de qualquer divindade em si mesmo, também é como um bálsamo, fornecendo a esperança da salvação através da fé no Mediador da Nova Aliança, o Senhor Jesus Cristo.
O Evangelho representa, portanto, ao mesmo tempo o diagnóstico da situação do homem, e o tratamento eficaz que ele necessita para ser salvo.
Graças Te damos, Deus Vivo, Justiça nossa!
Rogamos a Ti, Senhor, que nos permita dizer, como o autor do poema: “Banida a culpa, com ousadia hei de me aproximar; Para beber da fonte viva que jamais terá fim; Jeová Tsidkenu é tudo para mim”.
Glória somente a Ti! Amém.

O texto completo (PDF) também está disponível neste link.