“... Se nos aprouver acomodar-nos à doutrina simples da Escritura, não haverá o perigo de algum de nós se iludir com tais artimanhas. Pois ali está prescrita uma única maneira de se confessar, a saber: uma vez que é o Senhor quem perdoa, esquece e apaga os pecados, a Ele confessamos nossos pecados, com intuito de obter seu perdão. Ele é o médico; mostremo-lhe, pois, nossas feridas. Ele é o lesado e o ofendido; peçamo-lhe paz. Ele é o conhecedor dos corações, ciente de todos os pensamentos; apressemo-nos a depositar nosso coração diante dele. Ele é, enfim, quem chama os pecadores; não demoremos a nos aproximar dele.”
(João Calvino, Livro 3, Capítulo IV, parágrafo 9)
“... A tais mentiras oponho a remissão gratuita dos pecados, pois não há nada anunciado de modo mais claro na Escritura (Is 52:3; Rm 5:8; Cl 2:14; Tt 3:5). Primeiro, o que é a remissão senão um dom de mera liberalidade? Pois não se diz que ‘perdoa’ aquele credor que, em ato privado, atesta que o dinheiro lhe foi pago, mas aquele que, sem nenhum pagamento, só por sua beneficência, rompe a obrigação.”
(João Calvino, Livro 3, Capítulo IV, parágrafo 25)
“... Um é próprio do juiz; outro, do Pai. Pois o juiz, quando castiga o malfeitor, olha para o próprio delito e determina a pena pelo próprio crime. O pai, quando corrige seu filho com severidade, não faz isso parra vingar-se ou para lhe impor uma multa, mas antes para ensiná-lo e fazê-lo ser mais cauteloso no futuro.”
(João Calvino, Livro 3, Capítulo IV, parágrafo 31)
“... Os filhos [de Deus], por sua vez, são açoitados com varas não para pagar uma multa por seus delitos, mas para tirar proveito do arrependimento. Por isso entendemos que tais castigos se referem mais ao futuro que ao passado. Prefiro explicá-lo com palavras de Crisóstomo, mais do que com as minhas: ‘Por causa disso’, diz, ‘impõe-nos uma pena, não para obter alguma recompensa de nossos pecados, mas para corrigir-nos para o futuro’ [Pseudo-Chrysostomus, Sermo de Poenitentia ET confessione, in Ed. Erasmi Basileae 1530 t. V p. 514]. E também Agostinho: ‘Aquilo que tu sofres e por que gemes é medicina para ti, não pena; castigo, não condenação. Não repilas o açoite se não queres ser repelido da herança’ [Aug. in Ps. 102, 20 MSL 37, 1332]. E: ‘... toda esta miséria do gênero humano sob a qual o mundo geme, sabei, irmãos, que é uma dor medicinal, e não uma sentença penal’ [Aug. in Ps. 138, 15 MSL 37, 1793].”
(João Calvino, Livro 3, Capítulo IV, parágrafo 33)
“... ele [Agostinho] mesmo o explica em outro lugar: ‘A carne de Cristo’, diz, ‘é o verdadeiro e único sacrifício pelos pecados. Não somente por todos aqueles que nos são apagados no batismo, mas por aqueles que depois se nos insinuam por fraqueza, por causa dos quais toda a Igreja clama diariamente: “Perdoai-nos nossas dívidas!” (Mt 6:12). E nos são perdoados por causa daquele único sacrifício’ [Aug. Contra duas epist. Pelagianorum III, 6, 16 MSL 44, 600; CSEL 60, 505. 5ss].”
(João Calvino, Livro 3, Capítulo IV, parágrafo 38)
“... Mas, porque o meu propósito é ensinar coisas proveitosas...”
(João Calvino, Livro 3, Capítulo IV, parágrafo 39)
(João Calvino, Livro 3, Capítulo IV, parágrafo 9)
“... A tais mentiras oponho a remissão gratuita dos pecados, pois não há nada anunciado de modo mais claro na Escritura (Is 52:3; Rm 5:8; Cl 2:14; Tt 3:5). Primeiro, o que é a remissão senão um dom de mera liberalidade? Pois não se diz que ‘perdoa’ aquele credor que, em ato privado, atesta que o dinheiro lhe foi pago, mas aquele que, sem nenhum pagamento, só por sua beneficência, rompe a obrigação.”
(João Calvino, Livro 3, Capítulo IV, parágrafo 25)
“... Um é próprio do juiz; outro, do Pai. Pois o juiz, quando castiga o malfeitor, olha para o próprio delito e determina a pena pelo próprio crime. O pai, quando corrige seu filho com severidade, não faz isso parra vingar-se ou para lhe impor uma multa, mas antes para ensiná-lo e fazê-lo ser mais cauteloso no futuro.”
(João Calvino, Livro 3, Capítulo IV, parágrafo 31)
“... Os filhos [de Deus], por sua vez, são açoitados com varas não para pagar uma multa por seus delitos, mas para tirar proveito do arrependimento. Por isso entendemos que tais castigos se referem mais ao futuro que ao passado. Prefiro explicá-lo com palavras de Crisóstomo, mais do que com as minhas: ‘Por causa disso’, diz, ‘impõe-nos uma pena, não para obter alguma recompensa de nossos pecados, mas para corrigir-nos para o futuro’ [Pseudo-Chrysostomus, Sermo de Poenitentia ET confessione, in Ed. Erasmi Basileae 1530 t. V p. 514]. E também Agostinho: ‘Aquilo que tu sofres e por que gemes é medicina para ti, não pena; castigo, não condenação. Não repilas o açoite se não queres ser repelido da herança’ [Aug. in Ps. 102, 20 MSL 37, 1332]. E: ‘... toda esta miséria do gênero humano sob a qual o mundo geme, sabei, irmãos, que é uma dor medicinal, e não uma sentença penal’ [Aug. in Ps. 138, 15 MSL 37, 1793].”
(João Calvino, Livro 3, Capítulo IV, parágrafo 33)
“... ele [Agostinho] mesmo o explica em outro lugar: ‘A carne de Cristo’, diz, ‘é o verdadeiro e único sacrifício pelos pecados. Não somente por todos aqueles que nos são apagados no batismo, mas por aqueles que depois se nos insinuam por fraqueza, por causa dos quais toda a Igreja clama diariamente: “Perdoai-nos nossas dívidas!” (Mt 6:12). E nos são perdoados por causa daquele único sacrifício’ [Aug. Contra duas epist. Pelagianorum III, 6, 16 MSL 44, 600; CSEL 60, 505. 5ss].”
(João Calvino, Livro 3, Capítulo IV, parágrafo 38)
“... Mas, porque o meu propósito é ensinar coisas proveitosas...”
(João Calvino, Livro 3, Capítulo IV, parágrafo 39)