...num reino bem distante, chamado Aiselce...
...havia um déspota chamado Insegurança...
...havia um governador chamado Mediocridade...
...havia um conselheiro chamado Medo...
...havia um arlequim chamado Inveja...
...havia um juiz chamado Hipocrisia...
...havia um carrasco chamado Desamor...
...mas também havia um povo guerreiro, cheio de esperança...
Porém, mal sabiam os moradores de Aiselce, que este reino era propriedade exclusiva de um Rei de muito maior autoridade, que era bom e justo, e que habitava no meio deles, porém um pouco disfarçado – de forma pouco perceptível – para poder observar o cotidiano do povo de Aiselce, sem que eles percebessem...
Ao observar o povo de Aiselce, o Rei se entristecia diariamente, mas por causa do seu grande amor por esse povo, e por tê-lo comprado pagando o alto preço do sacrifício do seu próprio e único Filho – o Príncipe – este Rei misericordioso manifestava uma paciência quase interminável, apesar dos desmandos e atitudes frequentemente miseráveis e mesquinhas que ele observava em Aiselce...
Contudo, certo dia, o Rei agendou uma futura visita real à Aiselce, e prometeu que neste dia faria justiça definitiva e soberana contra toda a injustiça e o mal, transportando para outro reino somente aqueles que eram, de fato, seus verdadeiros súditos. Esse outro reino era ainda maior, divinamente grandioso e eterno, chamado Osiarap...
Alguns dos moradores de Aiselce não prestaram muita atenção a este agendamento de visita futura do Rei, mas outros vivenciaram uma verdadeira convicção de temor e tremor diante desta promessa solene e inabalável do Rei. Alguns, dentre as autoridades que lideravam o reino, pensavam que poderiam se garantir com o Rei, quando ele os visitasse neste agendamento futuro, dizendo algo do tipo: “Oh Rei! Oh Rei! Porventura, não temos nós trabalhado em teu nome, e em teu nome não realizamos muitas coisas?”.
No dia agendado pelo Rei, e sem nenhum atraso, o povo de Aiselce o viu chegando vestido em suas vestes majestosas e reais. Com a autoridade que lhe era própria, o Rei transportou parte do povo de Aiselce – incluindo líderes e liderados – para o reino Osiarap, enquanto ou outros foram lançados no indesejável reino de Sedah, com muito “choro e ranger de dentes”.
Os súditos que foram para Osiarap encontraram lá um belo jardim, com um rio que saia do trono, rodeado por uma praça onde estava localizada a “árvore da vida”, e onde não precisavam nem de “luz de candeia”, porque havia neste reino uma brilhante “Estrela da manhã”. Os habitantes de Osiarap viveram lá para sempre, sem nenhuma lágrima, nem morte, nem pranto, nem dor, por que as “primeiras coisas” já tinham passado. No trono de Osiarap está assentado o Soberano, que é o “Alfa e o Ômega”, o “Princípio e o Fim”, mas que também aparece como a figura de um Cordeiro, que concomitantemente é um Leão... A Ele, toda a glória e o louvor, por toda a eternidade de Osiarap! Amém.