Quebrantado pelo Oleiro
Sinto-me barro
quebrantado pelo Oleiro supremo.
Quebrantado não somente no coração, mas também em minha mente, em minha
razão e em meu entendimento.
Ser quebrantado, segundo o significado bíblico, remete a uma posição de
humildade, dependência e obediência à vontade soberana de Deus.
O Oleiro molda o barro, porém, antes da modelagem que dá forma ao vaso,
o barro precisa ser amassado, batido, ou quebrantado, para expulsar as bolhas
de ar ou imperfeições do barro. Em seguida, o calor que a graça do Espírito
Santo do Oleiro transmite ao forno cerâmico dá resistência ao barro, fazendo
com que a sua forma de vaso seja resistente e duradoura. Agora, a vez de dar
acabamento ao vaso de barro, lixando-o, tirando-lhe algumas rebarbas, e pintando-o
com um verniz translúcido e transparente, apenas para conservá-lo das
intempéries da jornada, e nunca para mascarar nem esconder a sua base sólida de
barro humilde.
Este vaso sempre está em eterno aprimoramento e recozimento no forno
alimentado pela energia calorosa do Espírito Santo. Sendo um vaso atento e
obediente, ele busca se parecer cada vez mais com o vaso perfeito, que possui
acabamentos em madeira e carpintaria, e que redimiu todos os vasos da face do
planeta de barro, recuperando-os do afastamento que experimentavam do seu Oleiro.
E o barro deve cumprir o seu propósito de vaso, desfrutando do amor do seu Oleiro,
e se esforçando para servir tanto de molde para a feitura de novos vasos,
quanto de meio de transporte da água usada para amassar novos barros.
Após cumprir sua trajetória de vaso, seguindo as normas escritas em hebraico
e em grego no manual do Oleiro, o vaso pode descansar por toda a eternidade.
Neste ponto, o seu barro se transforma e ele segue para a prateleira superior
dos vasos prontos para ganhar as alturas, como se fosse mais leve do que o
próprio pelo do pincel que o envernizou.