Inocência justificada
No décimo oitavo capítulo do evangelho segundo Lucas, entre os
versículos 9 e 14, encontra-se registrada a parábola do fariseu e do publicano,
contada por Jesus.
Nesta curiosa e ilustrativa parábola, o fariseu se vangloria de suas boas
ações e da sua boa conduta cristã e mesmo assim não consegue a mesma
justificação diante de Deus, como consegue o publicano, que é justificado pois
se humilha diante do Senhor, não ousando nem olhar para o céu, mas batendo no
próprio peito e dizendo “Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador”, como
está descrito no décimo terceiro versículo.
Parece então que a inocência do publicano pecador foi mais importante
diante da justiça de Deus do que a vanglória do fariseu obediente e seguidor da
palavra.
Esta inocência justificadora não quer dizer a falta de culpa ou a
ausência de pecado, mas sim uma postura honesta e transparente, no mesmo
sentido da inocência de uma criança. Coerentemente, no versículo 17 do mesmo
capítulo deste evangelho, está escrito: “Digo-lhes a verdade: Quem não receber
o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele”.
A sublime e verdadeira inocência da confissão sincera dos pecados diante
de Deus, por exemplo, durante uma oração espontânea, pode surtir extraordinários
efeitos na vida cristã, através de uma experiência humilde e retificadora na
comunhão com o nosso Criador soberano.
Pois, como está escrito no décimo quarto versículo, “Pois quem se exalta
será humilhado, e quem se humilha será exaltado”.
Não tenha vergonha, nem medo de se humilhar inocentemente em sua
comunhão individual com Deus, mostrando a espontaneidade infante com a pureza
preservada no âmago mais entranhado do seu ser.
Ame a verdade, e ela te libertará do cativeiro do pecado e da autocomiseração.
O Senhor seja louvado e glorificado, agora e sempre.