Metonímia paulina
A metonímia é uma figura de linguagem usada tanto na língua formal
quanto na coloquial, onde um termo é aplicado no lugar de outro, desde que haja
entre eles uma aproximação por afinidade ou sentido. Um exemplo de metonímia
pode ser encontrado na frase “és a minha âncora”, onde o conceito de
“segurança” é substituído pela sua representação (“âncora”).
Na epístola aos Romanos, o apóstolo
Paulo utiliza esta figura de linguagem no versículo 24 do oitavo capítulo: “Pois
nessa esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem
espera por aquilo que está vendo?”
Nesta metonímia, a palavra
“esperança” está sendo utilizada no lugar daquilo que é esperado. O apóstolo
argumenta inteligentemente “Quem espera por aquilo que está vendo ?”, ou seja,
se você já estiver vendo aquilo que estava a esperar, então não está mais
esperando, mas sim, aquilo já está em sua presença. Esta observação lógica e
coerente de Paulo nos faz pensar na questão da esperança e da fé de maneira
objetiva e concreta.
Na continuação do versículo 25,
encontramos o texto: “Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo
pacientemente”. Noutra epístola paulina, aos Hebreus (10:23), está escrito “Apeguemo-nos
com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel”.
Desta forma, parece que devemos confiar na fidelidade do nosso Senhor,
aguardando pacientemente, com base na certeza inequívoca da sua promessa.
E, se fraquejarmos na esperança, podemos contar com a intercessão do
próprio Espírito Santo através de seus “gemidos inexprimíveis”, como está
escrito no versículo 26 do oitavo capítulo aos Romanos.
Louvado seja Deus pelas primícias do seu Santo Espírito.