Indicação de livro:
"Firme nas Promessas: Um manual bíblico para a criação de filhos", Douglas Wilson
Particularmente no cap. 7, “A Necessidade da Educação Cristã”, pode ser encontrado um trecho nas páginas 111 e 112, sobre a importância da cosmovisão na educação cristã formal dos nossos filhos. As aplicações e implicações para a apologética cristã parecem ser imediatas, principalmente no que tange a necessidade de "treinar guerreiros" para uma "guerra intelectual, ética e religiosa", que ocorre em ambientes agnósticos ou seculares deliberadamente avessos à Fé Cristã, como o exemplo típico do meio acadêmico-universitário, que atualmente costuma ser hostil para os cristãos:
"O cristianismo não é a única cosmovisão que perpassa todas as áreas da vida; os falsos ensinos também são igualmente abrangentes. Se um pai cristão tenta neutralizar o falso ensino, significa que ele tem de gastar muitas horas a cada noite desfazendo muito daquilo que os filhos aprenderam em um dia de escola*. Essa tarefa é impossível porque os pais não sabem exatamente o que os filhos aprenderam naquele dia. E os próprios filhos muitas vezes não têm condições de identificar e relatar o que havia de antibíblico naquilo que ouviram. Eles não são capazes de fazer isto porque ainda não foram ensinados a pensar como cristãos; eles não são capazes de fazer isto porque não foram educados biblicamente. Isso torna a responsabilidade de supervisão uma tarefa extremamente difícil; na verdade, impossível. A única alternativa é uma educação cristã privada, a qual os pais cristãos podem fornecer em casa ou em uma escola cristã.
Pais cristãos são moralmente obrigados a manter seus filhos longe de escolas que não tenham princípios bíblicos porque enviar filhos a uma zona de guerra intelectual, ética e religiosa sem a devida preservação e o treinamento adequado não é nem um pouco amoroso. Em uma guerra física, sabemos que um país está numa situação desesperadora quando envia crianças para a batalha. Do mesmo modo, o cristianismo em nosso país** está numa situação degradante. Enviamos nossas crianças para guerrear, ao invés de treiná-los para serem guerreiros. A questão não é evitar que os filhos tenham embates com aqueles que odeiam a Deus; antes, é treiná-los e prepará-los para isso. Não enviamos nem mesmo adultos para um campo de batalha sem treinamento e preparação. Durante o tempo de treinamento, nossos filhos devem ser protegidos. O que nos faz pensar que enviar crianças vulneráveis de sete anos para serem 'sal e luz' em uma instituição oficialmente agnóstica, sem qualquer estrutura ou preparação, é um ato de amor?
Existem meios para tal preparação, um deles é a educação cristã. Uma vez que tal educação é providenciada pelos pais, e o filho é verdadeiramente instruído, podemos então enviá-lo ao mundo..."
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* No contexto do livro, se referindo à "escola secular".
** A princípio, o livro está se referindo à América, país do autor Douglas Wilson. Contudo, parece bem razoável a extrapolação desta conclusão para outros países, como por exemplo, o Brasil.
Obs.: Neste blog, pode ser encontrado mais conteúdo sobre apologética cristã.