A compreensão do que é o “tempo” tem desafiado muitos seres humanos ao longo dos séculos. Um dos pensamentos mais conhecidos sobre este tema é o chamado “paradoxo do tempo”, formulado – mas nunca respondido – por Aristóteles, o famoso filósofo e polímata [1] grego: “Aristóteles, quando pensou sobre o tempo, começou com um enigma que ele nunca respondeu: Pense no tempo, dividido entre passado, presente e futuro. Agora pense, rapidamente, sobre o que é o presente. Quão ‘espesso’ é o presente? Qual é a ‘largura’ ou o ‘tamanho’ do presente? O presente é apenas o limite entre o passado e o futuro. E aí está o paradoxo do tempo, porque o passado é algo ‘não existente’ (o passado existiu, mas agora não existe mais), e o futuro também é algo ‘não existente’ (o futuro vai existir, mas ainda não existe), e o presente é um ‘nada’. Portanto o tempo parece ser um ‘nada’ dividindo algo ‘não existente’ (passado: o ‘não mais’) de algo ‘não existente’ (futuro: o ‘ainda não’).” [2]
Contudo, só conseguiremos compreender o que é o “tempo”, pelo menos parcialmente, se ouvirmos a explicação de quem Criou o tempo – de quem é o “Senhor do tempo” – na Sua Palavra, que é a nossa única regra de fé e prática:
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.” (Eclesiastes 3:1–8)
O rei Salomão, o Pregador (Eclesiastes) inspirado pelo Espírito Santo, ainda declara no verso 11 deste capítulo 3: “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim”.
Outra maravilhosa declaração sobre o tempo vem do salmista: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” (Salmos 1:1–3)
Durante uma pregação intitulada “A verdade sobre a morte”, baseada no texto de Lucas 12:54 a 13:9, o pastor John MacArthur nos ensina: “O dom mais universal da graça comum de Deus é o tempo... tempo para arrependimento... tempo para crer... Deus é paciente... Deus é paciente... Estamos vivendo no tempo da Sua paciência...” [3].
Agora, caro leitor(a), precisamos lembrar que o “Senhor do tempo”, e o “Senhor da paciência”, também é o “Senhor da esperança”, segundo outro magnífico texto bíblico, a partir do ensino do apóstolo Paulo, também inspirado pelo Espírito Santo:
“Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos.” (Romanos 8:18–25)
Glória somente a Deus - o Senhor do tempo - no passado, no presente, e no futuro!
*Notas:
[1] conceitos.com/polimatia
[2] www.youtube.com/watch?v=Vfc55F3iIkA
[3] astse.blogspot.com/2024/06/aprendizado-piedoso-184.html