Print Friendly and PDF
Mostrando postagens com marcador paradoxo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador paradoxo. Mostrar todas as postagens

08 junho 2024

O Senhor do tempo

A compreensão do que é o “tempo” tem desafiado muitos seres humanos ao longo dos séculos. Um dos pensamentos mais conhecidos sobre este tema é o chamado “paradoxo do tempo”, formulado – mas nunca respondido – por Aristóteles, o famoso filósofo e polímata [1] grego: “Aristóteles, quando pensou sobre o tempo, começou com um enigma que ele nunca respondeu: Pense no tempo, dividido entre passado, presente e futuro. Agora pense, rapidamente, sobre o que é o presente. Quão ‘espesso’ é o presente? Qual é a ‘largura’ ou o ‘tamanho’ do presente? O presente é apenas o limite entre o passado e o futuro. E aí está o paradoxo do tempo, porque o passado é algo ‘não existente’ (o passado existiu, mas agora não existe mais), e o futuro também é algo ‘não existente’ (o futuro vai existir, mas ainda não existe), e o presente é um ‘nada’. Portanto o tempo parece ser um ‘nada’ dividindo algo ‘não existente’ (passado: o ‘não mais’) de algo ‘não existente’ (futuro: o ‘ainda não’).” [2

Contudo, só conseguiremos compreender o que é o “tempo”, pelo menos parcialmente, se ouvirmos a explicação de quem Criou o tempo – de quem é o “Senhor do tempo” – na Sua Palavra, que é a nossa única regra de fé e prática: 

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.” (Eclesiastes 3:1–8

O rei Salomão, o Pregador (Eclesiastes) inspirado pelo Espírito Santo, ainda declara no verso 11 deste capítulo 3: “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim”.

Outra maravilhosa declaração sobre o tempo vem do salmista: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” (Salmos 1:1–3

Durante uma pregação intitulada “A verdade sobre a morte”, baseada no texto de Lucas 12:54 a 13:9, o pastor John MacArthur nos ensina: “O dom mais universal da graça comum de Deus é o tempo... tempo para arrependimento... tempo para crer... Deus é paciente... Deus é paciente... Estamos vivendo no tempo da Sua paciência...” [3]. 

Agora, caro leitor(a), precisamos lembrar que o “Senhor do tempo”, e o “Senhor da paciência”, também é o “Senhor da esperança”, segundo outro magnífico texto bíblico, a partir do ensino do apóstolo Paulo, também inspirado pelo Espírito Santo: 

“Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos.” (Romanos 8:18–25)

Glória somente a Deus - o Senhor do tempo - no passado, no presente, e no futuro!

*Notas:
[1] conceitos.com/polimatia
[2] www.youtube.com/watch?v=Vfc55F3iIkA
[3] astse.blogspot.com/2024/06/aprendizado-piedoso-184.html


10 novembro 2023

Aprendizado piedoso 170

O ser e o anti-ser

A vida cristã parece um paradoxo [1]...

O crente precisa negar a si mesmo, para afirmar a Jesus Cristo como Senhor e Salvador [2].

O crente precisa morrer para o seu pecado, para viver uma nova vida de santificação pelo Espírito [3].

O crente precisa diminuir a si próprio, para que Cristo possa crescer nele cada vez mais [4]

O crente ainda é um pecador injusto, mas já foi declarado justo por meio da obra do Redentor [5].

O crente é odiado pelo mundo, enquanto é amado pelo Senhor da compaixão e da misericórdia [6].

O crente serve a um Deus sábio e poderoso, que é considerado louco e fraco pelos homens [7].

O crente precisa estar fraco, para poder ser usado por Aquele que é forte [8].

O crente vive uma leve e momentânea tribulação, que depois se reverte em eterno peso de glória [9].

O crente que derrama lágrimas nas dificuldades e tribulações desta vida, será consolado [10].

O crente que tem fome e sede de justiça aqui neste mundo, será farto [11].

Tentando resumir este aparente paradoxo da vida cristã: "o viver é Cristo, e o morrer é lucro" [12].

"Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte; para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos" (Fp 3:7-11, ênfases acrescentadas)

Soli Deo Gloria

----------
*Notas:
[1] Paradoxo: "uma declaração contrária à crença ou expectativa comum". Do latim paradoxum ("declaração aparentemente absurda mas realmente verdadeira"). Do grego paradoxon, que é o uso substantivado do adjetivo paradoxos (para "contrário a" + doxa "opinião/pensar/aparecer" {dokein}). O significado de "declaração que é aparentemente autocontraditória mas não ilógica ou obviamente falsa" remonta aos anos de 1560s.  Fonte: https://www.etymonline.com/pt/word/paradox
- Exemplos de versículos bíblicos que estão conectados com as frases do texto:
[2] Mt 16:24 "Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me".
[3] Rm 8:13 "Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis".
[4] Jo 3:30 "Convém que ele [Jesus Cristo] cresça e que eu [João Batista] diminua".
[5] Rm 5:9 "Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira".
[6] Jo 15:18 "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim".
[7] 1Co 1:25 "Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens".
[8] 2Co 12:10 "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte".
[9] 2Co 4:17 "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação".
[10] Mt 5:4 "Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados".
[11] Mt 5:6 "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos".
[12] Fp 1:21 "Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro".