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17 agosto 2025

C.H. Spurgeon: Manhã & Noite (17/08)

“(…) na misericórdia de Deus (…)” (Sl 52:8
'Medite um pouco nessa misericórdia do Senhor. É tenra misericórdia. Com um toque gentil e amoroso, Ele sara os quebrantados de coração e ata as suas feridas (Sl 147:3). Ele é gracioso tanto na maneira quanto na quantidade de Sua misericórdia. É uma grande misericórdia. Não há coisa alguma pequena em Deus; a Sua misericórdia é como Ele mesmo: é infinita. Você não pode medi-la; Sua misericórdia é tão grande que ela perdoa grandes pecados de grandes pecadores, mesmo depois de grandes períodos de tempo; e então concede grandes favores e grandes privilégios, e nos eleva a grandes deleites no grande céu do grande Deus. É misericórdia imerecida, como de fato toda verdadeira misericórdia deve ser, pois misericórdia merecida é apenas uma nomenclatura imprópria para justiça. Não havia qualquer direito, por parte do pecador, à bondosa consideração do Altíssimo; tivesse o rebelde sido condenado de imediato ao fogo eterno, ele teria perfeitamente merecido a condenação; e se libertado da ira, apenas o amor soberano pode ser encontrado como causa, pois não havia coisa alguma no próprio pecador. É ampla misericórdia. Algumas coisas são grandiosas, mas têm pouca eficácia nelas; contudo, essa misericórdia é um cordial para seu espírito abatido, um unguento dourado para suas feridas ensanguentadas, uma ligadura celestial para seus ossos quebrantados, uma carruagem real para seus pés cansados, um seio de amor para seu coração trêmulo. É misericórdia multiforme. Como diz Bunyan: “Todas as flores no jardim de Deus são em dobro”. Não é apenas uma singular misericórdia. Você pode pensar que tem apenas uma misericórdia, mas irá encontrá-la como um feixe de misericórdias. É abundante misericórdia. Milhões já a receberam, porém está longe de ser esgotada; ela é tão refrescante, tão plena e tão gratuita como sempre foi. É misericórdia infalível. Nunca te deixará. Se a misericórdia for tua amiga, ela estará contigo na tentação, para guardá-lo de ceder; contigo em dificuldades, para impedi-lo de afundar; contigo vivendo, para ser a luz e a vida do teu semblante; e contigo ao morrer, para ser a alegria da tua alma quando os confortos terrenos estiverem rapidamente diminuindo.'
[Devocional Manhã & Noite, trecho da manhã do dia 17 de agosto


“(…) Esta enfermidade não é para morte (…)” (Jo 11:4
'Das palavras de nosso Senhor aprendemos que há um limite para a doença. Aqui está um “para” em que seu fim último é contido, e mais além não pode ir. Lázaro poderia passar pela morte, mas a morte não seria o ultimato de sua doença. Em toda enfermidade, diz o Senhor às ondas de dor: “Até aqui virás, e não mais adiante” (Jó 38:11). Seu propósito determinado não é a ruína, mas a instrução de Seu povo. A sabedoria desliga o termômetro na boca da fornalha e regula o calor
1. O limite é encorajadoramente abrangente. O Deus da providência limitou o tempo, a forma, a intensidade, a repetição e os efeitos de todas as nossas doenças; cada pulsação está decretada, cada hora sem dormir está predestinada, cada recaída ordenada, cada depressão de espírito conhecida de antemão, e cada resultado santificador eternamente proposto. Nada grande ou pequeno escapa à ordenadora mão que conta os cabelos da nossa cabeça (Mt 10:30). 
2. Esse limite é sabiamente ajustado às nossas forças, ao fim projetado, e à graça distribuída. A aflição não vem ao acaso; o peso de cada golpe da vara é medido com precisão. Aquele que não cometeu qualquer erro no equilíbrio das nuvens (Jó 37:16) e na medida dos céus (Is 40:12), não comete erros ao medir os ingredientes que compõem a medicina das almas. Não podemos sofrer demasiadamente, nem sermos aliviados tarde demais
3. O limite é ternamente designado. A faca do Cirurgião celestial nunca corta mais fundo que o absolutamente necessário; “porque não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens” (Lm 3:33). O coração de uma mãe clama: “Poupe meu filho”, porém mãe alguma é mais compassiva que o nosso gracioso Deus. Quando consideramos o quão obstinado somos, é de admirar que não sejamos conduzidos com um pouco mais de força. Este pensamento é cheio de consolação: Aquele que fixou os limites da nossa habitação também fixou os limites da nossa tribulação.'
[Devocional Manhã & Noite, trecho da noite do dia 17 de agosto