“(…) para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé (…)” (Rm 3:26)
'Sendo justificados pela fé, temos paz com Deus (Rm 5:1). A consciência não mais nos acusa. O juízo agora decide a favor do pecador, em vez de contra ele. A memória olha para trás, por sobre os pecados passados, com profunda tristeza, mas sem medo de qualquer penalidade vindoura, pois Cristo pagou a dívida do Seu povo até o último jota e til, e recebeu o divino recibo; e a menos que Deus possa ser tão injusto a ponto de exigir um duplo pagamento de uma dívida, nenhuma alma por quem Jesus morreu como substituto poderá ser lançada no inferno. Parece ser um dos princípios de nossa natureza iluminada acreditar que Deus é justo. Sentimos que é assim, e ficamos aterrorizados no início; contudo, é maravilhoso que essa mesma crença que Deus é justo torna-se depois o pilar da nossa confiança e paz. Se Deus é justo, eu, um pecador, sozinho e sem substituto, devo ser punido. No entanto, Jesus Se coloca em meu lugar e é punido por mim. E agora, se Deus é justo, eu, um pecador, estando em Cristo, nunca poderei ser punido. Deus teria de mudar Sua natureza antes que uma só alma, por quem Jesus foi um substituto, pudesse alguma vez sofrer o chicote da lei. Portanto, Jesus ter tomado o lugar do crente, ter prestado um equivalente completo à ira divina por tudo aquilo que Seu povo teria de sofrer como resultado do pecado, faz com que o crente possa clamar com glorioso triunfo: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus?” (Rm 8:33). Não Deus, pois Ele os justificou; não Cristo, pois Ele é quem morreu, “ou antes quem ressuscitou dentre os mortos” (Rm 8:34). Minha esperança vive, não porque não sou um pecador, mas porque sou um pecador por quem Cristo morreu; minha confiança não está em que eu seja santo, mas que, sendo profano, Ele é a minha justiça; minha fé não repousa sobre o que eu sou, ou serei, ou sinto, ou conheço, mas no que Cristo é, naquilo que Ele fez, e no que Ele está fazendo por mim agora. Sobre o leão da justiça, a bela donzela da esperança cavalga como uma rainha.'
[Devocional Manhã & Noite, trecho da manhã do dia 25 de setembro]
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“Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria (…)” (1Co 1:30)
'O intelecto do homem procura descanso e, por natureza, procura-o longe do Senhor Jesus Cristo. Homens de grande instrução são propensos, mesmo quando convertidos, a contemplar a simplicidade da cruz de Cristo com um olhar bem pouco reverente e amoroso. Eles estão enredados na velha rede em que os gregos foram levados, e têm um ardente desejo para misturar filosofia com revelação. A tentação de um homem de pensamento refinado e educação elevada é afastar-se da simples verdade de Cristo crucificado e inventar, como se diz, uma doutrina mais intelectual. Isso levou as igrejas cristãs ao gnosticismo, e as enfeitiçou com todos os tipos de heresias. Essa é a raiz da neologia e outras coisas finas que, em tempos passados, estavam tão em voga na Alemanha e, agora, estão enredando certas classes de teólogos. Quem quer que você seja, bom leitor, e qualquer que possa ser a sua educação, se você for do Senhor, tenha certeza que você não encontrará descanso em filosofar a divindade. Você pode receber esse dogma de um grande pensador, ou da imaginação de um profundo raciocinador, mas aquilo que o joio é para o trigo, assim serão esses dogmas à pura palavra de Deus. Toda essa razão, quando melhor orientada, pode descobrir tão apenas o á-bê-cê da verdade, e mesmo ela padece de certeza, enquanto em Cristo Jesus está entesourado toda a plenitude da sabedoria e do conhecimento. Todas as tentativas, por parte dos cristãos, de se contentarem com sistemas como o unitarista e com aquilo que os pensadores da Ampla Igreja aprovariam, falharão; verdadeiros herdeiros do céu devem se voltar para esta realidade grandiosamente simples, que faz os olhos dos mais humildes brilharem de alegria, e que deleita o coração do pobre e piedoso: que “Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores” (1Tm 1:15). Jesus satisfaz o intelecto mais elevado quando é recebido com fé, porém longe dEle a mente do regenerado não encontra qualquer descanso. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento” (Pv 1:7). “Bom entendimento têm todos os que cumprem os seus mandamentos” (Sl 111:10).'
[Devocional Manhã & Noite, trecho da noite do dia 25 de setembro]