Dúvida e crença
Alguém pode duvidar...
Alguém também pode ter dúvida de duvidar...
Alguém ainda pode estar duvidando de ter dúvida de duvidar...
Quiçá, alguém pode ter duvidado de estar duvidando de ter dúvida de duvidar...
Ciclo de negação interminável da dúvida.
Alguém pode crer...
Alguém também pode ter crença em crer...
Alguém ainda pode estar crendo que tem crença em crer...
Quiçá, alguém pode ter crido em estar crendo que tem crença em crer...
Ciclo de afirmação cumulativa da crença.
O apóstolo Paulo alertou os crentes de Colossos para estarem “confirmados na fé” e tomarem cuidado para cada um não se tornar “presa” dos perigos encontrados nas “filosofias e vãs sutilezas” provenientes de tradição humana, segundo os interesses do mundo: “Portanto, assim como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim também nele andai, arraigados e edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, abundando em ação de graças. Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2:6-9).
O autor G. K. Chesterton, em sua obra “Ortodoxia”, apresenta sua visão sobre a dúvida e a humildade, da seguinte forma: “Mas o mal de que sofremos hoje em dia é a humildade no lugar errado. A modéstia deslocou-se do órgão da ambição. A modéstia se fixou no órgão da convicção, onde ela nunca deveria estar. O homem foi concebido para duvidar de si mesmo, mas não duvidar da verdade, e isso foi exatamente invertido. Hoje em dia a parte humana que o homem afirma é exatamente a parte que não deveria afirmar. A parte de que ele duvida é exatamente a parte de que não deveria duvidar – a razão divina ... Estamos em vias de produzir uma raça de homens mentalmente modestos demais para acreditar na tabuada. Corremos o risco de ver filósofos que duvidam da lei da gravidade como se ela fosse uma simples fantasia pessoal”.
Rogo ao Senhor que nos conceda abundante sabedoria e correta humildade para discernir a sã doutrina da vã doutrina (ver 2 Timóteo 4:3-5). Glória a Ti, Senhor ! Amém.
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