O bom velhinho
A época de natal se aproxima e já é possível notar a figura do “bom velhinho” decorando as casas e os estabelecimentos comerciais.
Os enfeites estão cada vez mais tecnológicos, com luzes e outros efeitos especiais, procurando chamar a atenção para o natal, com cada vez mais brilho e sonoridade. São enfeites musicais, bonecos detalhados, árvores gigantescas e luzes que desafiam a qualquer Itaipu.
Ao pé das árvores, podem ser encontradas caixas falsas com embrulhos bonitos, simulando os presentes que ainda não foram comprados. O setor do comércio já experimenta o alvoroço do movimento aquecido para as compras do final de ano.
A época natalina deveria ser uma lembrança viva e alvissareira do nascimento do Messias Ungido em Belém da Judéia. O nascimento do Deus Vivo, que se fez carne para habitar entre nós (ver João 1:14), chamado Emanuel (“Deus conosco”) e profetizado muito tempo antes, segundo os oráculos do Altíssimo (ver Isaías 7:14 e Mateus 1:23).
Este texto não representa uma afronta contra o “bom velhinho”, mas sim uma lembrança do nascimento do “bom pastor”, que é o verdadeiro e absoluto significado do natal. O próprio Senhor Jesus Cristo declarou: “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas” (João 10:14-15).
Os cristãos, em particular, devem se lembrar que muito além de um “bom velhinho”, existe um “excelente Senhor”. Segundo o autor da carta aos Hebreus: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles” (Hebreus 1:1-4, ênfase acrescentada). E ainda, na mesma carta: “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas” (Hebreus 8:6, ênfases acrescentadas).
Quanto aos presentes, algumas crianças podem até ainda acreditar que o “bom velhinho” os entrega na noite de natal. De qualquer forma, acabam brincando com os novos brinquedos, pelo menos por algumas horas, até se desinteressarem. Na verdade, normalmente já começam inclusive a esperar por novos brinquedos, motivados pelo mesmo consumismo material que ocupa as mentes e os corações dos adultos nesta época do ano. No entanto, o apóstolo Paulo nos ensina que é o “bom pastor” quem nos oferece presente muito mais excelente, a dádiva (“charisma”, em grego) de Deus para a salvação: “mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6:23b).
Este presente de Deus, representado pela vinda do Redentor, que em certo sentido foi entregue no primeiro natal, é gratuito para os que crêem no Senhor, porém custou alto preço através do Seu precioso sangue, na cruz do Calvário: “sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” (1Pedro 1:18-19).
O autor da carta aos Hebreus relembra a todos nós, cristãos, sobre a superioridade do sacerdócio do Senhor Jesus Cristo, quando o Espírito Santo de Deus o inspira a escrever: “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hebreus 4:14-16).
Portanto, irmãos e irmãs em Cristo Jesus, tenhamos todos a ousadia sincera (ver Efésios 3:11-12 e Hebreus 3:6) e a humildade piedosa de nos achegarmos diante do “trono da graça” nesta época de natal, agradecendo ao Senhor pelas múltiplas dádivas materiais que ele concede, por sua graça, mas agradecendo principalmente por suas incalculáveis dádivas espirituais, especialmente pelo maior e mais excelente presente de todos: a salvação oferecida pela Sua graça e misericórdia.
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Efésios 1:3).
Louvado seja o Teu sublime Nome, Deus clementíssimo.
A Ti, todo o louvor e toda a glória, desde agora e para sempre. Amém.