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25 março 2019

Muitas vozes

Fiz uma pesquisa com pessoas experientes em música, como por exemplo em ministério de louvor em igrejas, se seria possível um ouvido bem treinado distinguir uma voz no meio de uma sinfonia (neste caso, a voz de um instrumento) ou de um coral, e as respostas foram convergentes. Essencialmente, o que eles responderam foi que é possível um ouvido bem treinado, como o de um maestro regente ou mesmo o de um ouvinte na plateia, reconhecer ou distinguir um determinado grupo de instrumentos em uma sinfonia ou uma camada de vozes em um coral, em uníssono. Me disseram que é possível, até mesmo, distinguir uma voz única que “tivesse características próprias de timbre, vibratos ou melismas, que a diferenciasse da maioria”.
A cada dia que passa, o mundo está emitindo cada vez mais vozes atrativas, que tem capturado a atenção dos filhos e filhas de Deus, prendendo e estimulando sua curiosidade para questões, na melhor das hipóteses, secundárias e mesmo irrelevantes para o avanço do Reino de Deus. O problema maior é que, na pior das hipóteses, estas questões não são secundárias, mas são até mesmo opostas ou contrárias ao avanço do Reino de Deus ou ao cumprimento da vontade de Deus para a vida destes filhos ou filhas de Deus.
Para falar de apenas um dos exemplos destas vozes, é a tecnologia, particularmente a tecnologia da informação (TI), que tem sido um grande chamariz da atenção de crianças, jovens e adultos de diferentes idades, por causa do grande apelo e utilidade dos aparelhos e dispositivos que utilizamos no dia-a-dia, como smartphones, tablets, smartv, computadores, etc. A TI é uma voz atrativa em si mesma, pois constitui toda uma área de desenvolvimento na ciência e engenharia da computação, mas certamente tem aplicações em virtualmente todas as áreas da ciência e do conhecimento. Contudo, a TI também acaba sendo, através do uso de dispositivos tecnológicos, uma porta de entrada para conteúdos de conhecimento e cultura, através do acesso a redes e mídias sociais, vídeos, blogs, broadcasts, etc. Em outras palavras, a TI acaba sendo também um meio que dá acesso ao conteúdo, da mesma forma que a fé é um meio para a graça, assim como um canudo é um meio para beber a água (ver texto http://astse.blogspot.com/2019/03/justificacao-pela-fe-somente.html).
Não estou querendo dizer, com isso, que não devemos utilizar TI. Muito pelo contrário, pois eu mesmo utilizo, e muito! Acho que TI pode e deve ser utilizada, assim como tudo que Deus permitiu que o homem criasse, para a Sua própria glória, desde que seja usado com sabedoria e prudência, com a finalidade de instrução do Seu povo e pensando no avanço do Reino de Deus nessa terra, atendendo ao chamado que o próprio Senhor nos comissionou (Mateus 28:18-20).
É importante lembrar também das palavras de sabedoria de Salomão, para escutar a sua voz: “Agora, pois, filho, dá-me ouvidos e não te desvies das palavras da minha boca” (Provérbios 5:7).
Nós precisamos, como embaixadores de Cristo, ser sal da terra e luz do mundo (Mateus 5:13-14) e proclamar aos quatro cantos desta terra que existe um Salvador misericordioso, com uma voz gentil chamando “vinde a mim” (ver texto http://astse.blogspot.com/2019/03/palavra-viva-9.html). E a TI pode certamente ser utilizada como ferramenta extremamente útil para cumprir esta comissão de espalhar o Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo.

Aqui precisamos fazer duas perguntas importantes:
1) Será que temos vivido o Evangelho da cruz de Cristo antes de anunciá-lo ao próximo? “O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco” (Filipenses 4:9).
2) Meus irmãos, será que temos deixado o aroma suave de Cristo (Efésios 5:1-2) em nossas interlocuções? No contato com nossos interlocutores, nas redes sociais, nos grupos de discussão do Whatsapp, nos e-mails, no facebook, etc. Será que “deixar o perfume de Cristo” tem sido a nossa marca registrada, em nossos diálogos e contatos por meio da TI?

Podemos seguir a receita e instrução do apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo:
“Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos. Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor. Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus. Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Filipenses 4:4-8).
Neste texto, a palavra “moderação”, que aparece no verso 5 significa também “gentileza”, no original. Portanto, diz a Palavra, seja a vossa “gentileza” conhecida de todos os homens, por exemplo, por meio da nossa voz consciente em nossos contatos através de TI. “Perto está o Senhor”. A necessidade de proclamação do Evangelho é premente, cada vez mais urgente!
 
No meio de tantas vozes ativas deste mundo, nós, como ovelhas deste Salvador gentil, precisamos ouvir atentamente e identificar a sua voz: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem” (João 10:27). Para isso, precisamos desenvolver nossa “audição espiritual”, como um músico bem treinado, para escutarmos este timbre que se diferencia da multidão de vozes. Ele é o “bom pastor”, que conhece suas ovelhas, e elas o conhecem (João 10:14).
 
Que a graça e a paz do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo esteja sobre todos nós, hoje e sempre!

Prof. Marcelo Zaldini Hernandes
Depto. Ciências Farmacêuticas - UFPE
Soli Deo Gloria