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21 novembro 2022

Aprendizado piedoso 161

Em 7 de janeiro de 1855, o ministro da Capela da rua New Park, em Southwark, iniciou seu sermão matutino da seguinte forma: 
 
'Tem sido dito que o “estudo apropriado da humanidade é o homem”. Eu não refutarei a ideia, mas creio que seja igualmente verdadeiro que o estudo apropriado do eleito de Deus seja Deus; o estudo apropriado de um cristão é a Divindade. A mais elevada ciência, a mais sublime especulação, a mais poderosa filosofia, que jamais poderá ocupar a atenção de um filho de Deus, é o nome, a natureza, a pessoa, a obra, os feitos, e a existência do grande Deus a quem ele chama de seu Pai. Há algo de extraordinário desenvolvimento para a mente na contemplação da Divindade. É um assunto tão vasto que todos os nossos pensamentos ficam perdidos em sua imensidão; tão profundo que nosso orgulho fica submerso em seu infinito. É possível compreender outros assuntos e tratar deles, e neles sentirmos uma espécie de autossatisfação, e continuar tendo o pensamento: “Vejam como sou sábio”. Entretanto, quando chegamos a esta ciência sublime, ao constatar que nosso fio de prumo não pode sondar sua profundidade e que nosso olho de águia não pode enxergar sua altura, abandonamos o pensamento de que o homem, em sua vaidade, seja sábio, pois ele é como um asno selvagem; e fazemos uma solene exclamação: “Nasci ontem e nada sei”. Nenhum assunto de contemplação tenderá mais a humilhar a mente do que os pensamentos acerca de Deus... Contudo, ao mesmo tempo em que o assunto humilha a mente, ele também a desenvolve. Aquele que frequentemente pensa em Deus terá a mente mais abrangente do que o homem que simplesmente se arrasta por este estreito globo... O mais excelente estudo para desenvolver a alma é a ciência de Cristo, e ele crucificado, e o conhecimento da Divindade na gloriosa Trindade. Nada aumentará mais o intelecto, nada enaltecerá mais toda a alma do homem quanto uma investigação devota, diligente e continuada do grande assunto da Divindade. E, ao mesmo tempo em que humilha e expande, este assunto é eminentemente consolador. Oh!, existe, ao contemplar Cristo, um bálsamo para cada ferida; ao refletir sobre o Pai, há o fim de toda tristeza; e, na influência do Espírito Santo, há um bálsamo para cada chaga! Deseja cessar o seu pesar? Deseja suprimir suas preocupações? Então vá e mergulhe no mais profundo mar da Divindade; perca-se em sua imensidão e você sairá como de um sofá de descanso, revigorado e fortalecido. Eu não conheço algo que possa confortar tanto a alma, acalmar as ondas de tristeza e dor, trazer paz para os ventos da provação, como uma meditação piedosa sobre a Divindade. É para refletir sobre este assunto que eu o convido nesta manhã...'
 
Essas palavras, ditas há mais de um século por C. H. Spurgeon (naquele tempo, incrivelmente, com apenas 20 anos de idade), foram verdadeiras naquele tempo e são verdadeiras agora. Elas formam um prefácio propício para uma série de estudos sobre a natureza e o caráter de Deus.
 
(Trecho do livro "O conhecimento de Deus", de J.I. Packer)