“(…) agradáveis a si no Amado” (Ef 1:6)
'Que estado privilegiado! Isso inclui a nossa justificação diante de Deus, porém o termo “agradáveis”, no grego, diz mais do que isso; significa que somos objetos da complacência divina, ou melhor, até mesmo do prazer divino. Quão impressionante é que nós, vermes, mortais e pecadores, sejamos objeto do amor divino! Contudo, isso ocorre apenas “no Amado”. Alguns cristãos consideram serem aceitos a partir de sua própria experiência; pelo menos, essa é a compreensão que eles têm. Quando o espírito deles é vigoroso, e suas esperanças brilham, pensam que Deus os aceita, pois se sentem tão elevados, tão celestiais, tão acima do mundo! No entanto, quando suas almas se apegam ao pó, eles são vítimas do medo de não serem mais aceitos. Se eles pudessem ver que todas as suas elevadas alegrias não os exaltam, e que todo abatimento não os diminui à vista de seu Pai – antes eles são aceitos nAquele que nunca Se altera, nAquele que é sempre o Amado de Deus, sempre perfeito, sempre sem mancha, nem ruga, nem coisa semelhante –, quão mais felizes seriam, e quanto mais honrariam o Salvador! Alegre-se, então, crente, nisto: tu és aceito “no Amado”. Tu olhas para dentro de ti, e dizes: “Não há coisa alguma aceitável aqui!”, mas olhe para Cristo, e veja se não há tudo aceitável lá. Os teus pecados te perturbam, mas Deus lançou os teus pecados para trás de Suas costas (Is 38:17), e tu és aceito no Justo (At 3:14; 7:52; 22:14). Tens de lutar com a corrupção, e combater com a tentação, mas já és aceito nAquele que venceu os poderes do mal. O diabo te tenta; tenha bom ânimo; ele não pode te destruir, pois tu és aceito nAquele que esmagou a cabeça de Satanás. Conheça, com plena certeza, tua gloriosa posição. Mesmo as almas glorificadas não são mais aceitas do que tu és. Elas apenas são aceitas no céu “no Amado”, e tu és, inclusive agora, aceito em Cristo da mesma forma.'
[Devocional Manhã & Noite, trecho da manhã do dia 23 de setembro]
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“E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer (…)” (Mc 9:23)***
'Um certo homem tinha um filho endemoninhado, que era afligido por um espírito mudo. O pai, tendo visto a inutilidade dos esforços dos discípulos para curar seu filho, teve pouca ou nenhuma fé em Cristo; por isso, quando lhe foi pedido para trazê-lo até Jesus, disse-Lhe: “Se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos”. Desse modo, ouve um “se” no pedido, mas o pobre e temente pai havia colocado o “se” no lugar errado. Jesus Cristo, sem ordená-lo a desdizer o “se”, gentilmente o coloca em sua legítima posição. “Não; em verdade”, parecia Ele dizer, “não deve haver qualquer ‘se’ sobre o meu poder, nem sobre a minha vontade; o ‘se’ está em outro lugar”. “Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê”. A confiança do homem foi fortalecida; ele ofereceu uma humilde oração por um aumento de fé e, imediatamente, Jesus falou a palavra, e o demônio foi expulso, com uma ordem para nunca mais voltar. Há uma lição aqui que precisamos aprender. Nós, assim como este homem, muitas vezes vemos que existe um “se” em algum lugar, mas estamos continuamente cometendo um grave erro colocando-o no lugar errado. “Se” Jesus puder me ajudar, “se” Ele puder me dar graça para vencer a tentação, “se” Ele puder me perdoar, “se” Ele puder me fazer vitorioso. Não; “se” você puder crer, Jesus tanto pode como quer. O seu “se” está fora de lugar. Se você puder confiar com segurança, da mesma forma como todas as coisas são possíveis a Cristo, assim todas as coisas serão possíveis a você. A fé se sustenta no poder de Deus, e está revestida de Sua majestade; ela veste o traje real e cavalga o cavalo do Rei, pois essa é a graça que o Rei Se deleita honrar. Cingindo-se com o glorioso poder do Espírito que tudo opera, a fé se torna, na onipotência de Deus, poderosa para fazer, ousar e sofrer. Todas as coisas, sem limites, são possíveis ao que crê. Minha alma, podes crer no teu Senhor esta noite?'
[Devocional Manhã & Noite, trecho da noite do dia 23 de setembro]
***Nota: No texto bíblico, aparecem duas partículas condicionais "se". "[...] mas, se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê." (Marcos 9:22b,23). Segundo os especialistas em gramática da língua portuguesa, a partícula "se", usada desta forma (no versículo 22: "se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos") é uma conjunção subordinativa adverbial condicional, usada para iniciar uma oração subordinada adverbial condicional, e equivale a “caso”. Há um valor semântico de condição, hipótese. Em outras palavras, o “se” condicional introduz uma oração ("se tu podes alguma coisa") que indica a hipótese ou a condição para a ocorrência da oração principal ("tem compaixão de nós e ajuda-nos").