Miraculina
Synsepalum dulcificum é
o nome científico de uma curiosa planta originária do continente africano,
donde pode ser colhida uma fruta avermelhada, quando madura, popularmente
conhecida como fruta-milagrosa.
Esta fruta possui, em sua constituição molecular, uma glicoproteína
(mistura de proteína e carbohidrato), que recebeu o nome de miraculina.
A miraculina é responsável pela peculiar capacidade que esta fruta apresenta,
sendo capaz de alterar a percepção gustativa, o paladar, transformando sabores que
a língua identificaria como azedos, em doces.
Apesar da extraordinária capacidade que esta substância apresenta e do
seu potencial uso benéfico na área alimentícia, por exemplo, chamo a atenção
para outro aspecto, principalmente por causa do curioso e compreensível nome
que ela recebeu.
Imagine como seria conveniente ter uma fruta-milagrosa, que poderia ser
consumida toda a vez que alguma experiência gustativa, tátil, olfativa, visual
ou sonora fosse-nos potencialmente desagradável, transformando-a miraculosamente
em uma aventura prazerosa e bem-sucedida. E porque não estender também esta
capacidade de alteração da percepção para experiências emocionais e intelectuais
? Não seria interessante ter uma fruta-milagrosa que pudesse nos livrar de
qualquer fato ou acontecimento desagradável ou indesejável ? A espera por um
“produto milagroso” que possa no livrar de qualquer mazela existencial, neste
contexto, é tipicamente frustrante.
O verdadeiro milagre é a nossa vida e a própria consciência desta
bênção, a capacidade de despertarmos toda nova manhã, junto com o sol no
horizonte, imaginando quais os sabores que iremos experimentar na jornada que
nos aguarda diariamente.
A verdadeira fruta-milagrosa é a nossa fé, amparada pelo poder do Santo Espírito
de Deus, que altera a nossa percepção cristã, transformando experiências realmente
ou potencialmente desagradáveis (azedas) em momentos de aprendizado e
desenvolvimento, produzindo o doce sabor do engrandecimento da alma e do
coração.
Louvado seja o nosso Senhor.