Campeonato da fé
No
início da jornada de transformação, logo depois da conversão, o cristão humano talvez
possa sentir como se estivesse em um campeonato pela santificação, tentando ser
mais cristão que outros cristãos, ou mais santo que os outros santos da
humanidade. E, muitas vezes, não o faz por mal, mas apenas por falta de
maturidade da sua fé.
Por
vezes, a busca honesta pela palavra e pelos ensinamentos de Deus pode passar
por momentos ofegantes e ansiosos, muitas vezes devido a uma sede intensa relacionada
à demanda reprimida pela água viva que transborda do nosso Pai celestial,
principalmente se a conversão ocorre em estágios já avançados da vida terrena
adulta deste indivíduo.
Com
o amadurecimento da fé, percebemos que o verdadeiro campeonato ocorre entre o
espírito e a carne, em cada um de nós.
Na
epístola aos Gálatas (5:17), pode ser encontrado o texto: “Pois a carne deseja
o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles
estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam”.
No
final do sétimo capítulo da carta aos Romanos, pode ser encontrado um texto que
deixa ainda mais claro o caráter de campeonato, ou seja, de disputa (antistrateuomai, do grego) entre o
espírito e a carne: “Pois, no íntimo do meu ser tenho prazer na lei de Deus; mas
vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da
minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros.
Miserável homem que eu sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? Graças
a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! De modo que, com a mente, eu próprio sou
escravo da lei de Deus; mas, com a carne, da lei do pecado”.
O
texto bíblico também deixa claro que o exercício da mente é coerente com o primeiro
mandamento (Mateus 22:37-39), afirmando que devemos amar o Senhor, nosso Deus,
de todo o nosso coração e alma, mas também de todo o nosso entendimento, ou
seja, com toda a nossa capacidade intelectual (dianoia, do grego). Desta forma, o autor da carta aos Romanos
termina o sétimo capítulo escrevendo: “... com a mente, eu próprio sou escravo
da lei de Deus; mas, com a carne, da lei do pecado”.
Portanto,
procure fortalecer a sua mente através da leitura e do estudo da palavra, para
que a força do “músculo neural” da mente (atenta e exercitada) prevaleça sobre
a dos “músculos motores” da carne, fazendo com que o primeiro vença este
campeonato da fé.