Triunfo do vencido
Nas batalhas humanas, ou entre outros animais da natureza, a criatura
vencedora é considerada a triunfante da luta, e normalmente recebe os despojos
do vencido. Por outro lado, nas ocasiões que envolvem os questionamentos entre
o humano e o celestial, o triunfo é tanto do vencido, quanto do vencedor.
Na comunhão consciente e racional com o Nosso Senhor Jesus Cristo,
particularmente em momentos de inquietação da mente e do coração, o cristão
honesto e comprometido tem a consciência clara de que precisa ser vencido pela
vontade soberana de Deus, para que este filho alcance o triunfo por meio da Sua
imensurável Graça. O apóstolo Paulo deixa bem evidente este conceito de
triunfar em Nosso Senhor: “E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em
Cristo, e por meio de nós manifesta em todo o lugar a fragrância do seu
conhecimento” (2Co 2:14).
Parece paradoxal, mas é perfeitamente compreensível e coerente, em
consonância com a realidade Divina revelada nas sagradas escrituras:
- O
ser humano é caído pelo pecado, mas também é re-erguido e resgatado pela
redenção através do sangue de Cristo Jesus, o Cordeiro imaculado. (ver Rm6:11)
- O
escândalo da Cruz do Calvário pode parecer loucura e fraqueza para alguns doutos
de mente sã, mas na verdade, a realidade da Cruz representa a imensa sapiência
e fortaleza da obra salvífica do Deus Triúno e Absoluto. (ver 1Co 1:25)
- A
criatura humana representa um minúsculo grão de areia na vastidão da matéria
cósmica presente no universo conhecido, mas mesmo insignificante em tamanho, cada
filho de Deus significa individualmente muito em sua relação pessoal com o
Criador do Universo. (ver Sl 8:3-5)
Enquanto o mundo secular tipicamente
se debate na busca gananciosa pelo resultado da vitória arrasadora do vencedor
sobre o vencido, o exemplo de humildade e esvaziamento do próprio Senhor Jesus,
Deus Filho, nos admoesta a “considerar os outros superiores a si mesmo” (Fp
2:3-11).
Exaltado seja sempre o nome do
Cristo Jesus de Nazaré e que possamos alcançar o “triunfo dos vencidos” por Seu
intermédio, através do exemplo sublime e definitivo de amor e misericórdia proclamados
em Seu sacrifício na Cruz.