Print Friendly and PDF

12 novembro 2021

Deus: inspiração para poesia e para ciência

 


Deveríamos nos perguntar: “O que inspira um genuíno poeta?

Observe algumas estrofes da bela poesia de Amaro Poeta [i]:

 

Deus fez o mundo do nada

E em seis dias terminou,

Dois terços de água em cima

O mar na terra plantou,

E o céu bordado de estrelas

Suspenso no ar deixou.

 

O arco íris pintou

No céu como um diadema,

O sol nascer cor de ouro

E morrer da cor de gema,

E no crepúsculo da tarde

Deixou escrito um poema.

 

Com sua força suprema

Deu velocidade ao vento,

Deu as aves asas soltas

Pra bailar no firmamento,

Porque o mestre é o único

De perfeição cem por cento.

...

O universo perfeito

Pintou de todas as cores,

Fez do chão um lençol verde

E ornamentou de flores,

Com animais e florestas

E deu para os seus pastores [ii],

...

A chuva que cai do manto

Pingo a pingo é peneirada,

O rio de água doce

E o mar de água salgada,

Que a natureza obedece

A quem fez tudo do nada.

...

Do poder ilimitado

O mestre é onipotente,

Do saber absoluto

Deus é o onisciente,

E por estar em toda parte

Ele é onipresente.

 

Deus com sua mão potente

É comandante da nave,

A bordo do globo faz

Girar o cosmo suave,

Dos desígnios e mistérios

Só ele possui a chave.

 

Quem do olho tira a trava

Enxerga os defeitos seus,

Que o mestre é dono de tudo

Até da fé dos ateus,

Que até quem não tem fé sabe

Que o dono do mundo é Deus.


Parece que a inspiração para este genuíno poeta foi o tema da criação de Deus, revelada nas Escrituras, particularmente no relato histórico e literal do livro de Gênesis.  

Os versos finais desta genuína poesia de Amaro Poeta também parecem estar em acordo com as sábias palavras do apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo:

Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis” (Rm 1:20).

Ao longo deste texto (Rm 1:18-27), o apóstolo Paulo deixe bem claro que todos os seres humanos que, “tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças”, “se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato” (v. 21). Ele ainda declara que tais seres humanos, “inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos” (v. 22).

Como o livro dos Salmos é notoriamente reconhecido como literatura poética e de sabedoria, podemos lembrar que o salmista “poeta” (rei Davi, neste caso), também inspirado pelo Espírito Santo, nos ensina esta mesma verdade sobre a soberania de Deus na criação do universo e do ser humano:

Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Sl 19:1).

Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste” (Sl 8:3-5).

Neste ponto, poderíamos nos perguntar também: “O que inspira um sensato cientista?

Considerando a verdade bíblica como fundamento absoluto, como todos os seres humanos são indesculpáveis por terem o conhecimento de Deus e de seus atributos (“sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas”), então os cientistas (que se ocupam ainda mais com a investigação detalhada da natureza - criação de Deus), são ainda mais indesculpáveis, se não o glorificarem como Deus, nem lhe derem graças. Graças a Deus, por sua providência, que permitiu o desenvolvimento das diversas áreas da ciência ao longo da história da humanidade [iii].

Glória somente a Deus, por sua magnífica obra de criação!

Graças a Deus, por sua misericordiosa e sábia providência!

 

*Notas:

[i] Amaro Rodrigues, conhecido como Amaro Poeta: escritor, poeta, cordelista, natural de Vitória de Santo Antão - PE.

[ii] No contexto do “Mandato cultural”, ver por exemplo, Gn 2:15.

[iii] Por exemplo, ver “A Alma da Ciência: Fé Cristã e Filosofia Natural”, de Nancy R. Pearcey & Charles B. Thaxton.