Deveríamos
nos perguntar: “O que inspira um genuíno poeta?”
Observe
algumas estrofes da bela poesia de Amaro Poeta [i]:
Deus fez o mundo do nada
E em seis dias terminou,
Dois terços de água em cima
O mar na terra plantou,
E o céu bordado de estrelas
Suspenso no ar deixou.
O arco íris pintou
No céu como um diadema,
O sol nascer cor de ouro
E morrer da cor de gema,
E no crepúsculo da tarde
Deixou escrito um poema.
Com sua força suprema
Deu velocidade ao vento,
Deu as aves asas soltas
Pra bailar no firmamento,
Porque o mestre é o único
De perfeição cem por cento.
...
O universo perfeito
Pintou de todas as cores,
Fez do chão um lençol verde
E ornamentou de flores,
Com animais e florestas
E deu para os seus pastores [ii],
...
A chuva que cai do manto
Pingo a pingo é peneirada,
O rio de água doce
E o mar de água salgada,
Que a natureza obedece
A quem fez tudo do nada.
...
Do poder ilimitado
O mestre é onipotente,
Do saber absoluto
Deus é o onisciente,
E por estar em toda parte
Ele é onipresente.
Deus com sua mão potente
É comandante da nave,
A bordo do globo faz
Girar o cosmo suave,
Dos desígnios e mistérios
Só ele possui a chave.
Quem do
olho tira a trava
Enxerga os
defeitos seus,
Que o
mestre é dono de tudo
Até da fé
dos ateus,
Que até
quem não tem fé sabe
Que o dono
do mundo é Deus.
Parece
que a inspiração para este genuíno poeta foi o tema da criação de
Deus, revelada nas Escrituras, particularmente no relato histórico e literal
do livro de Gênesis.
Os
versos finais desta genuína poesia de Amaro Poeta também parecem estar
em acordo com as sábias palavras do apóstolo Paulo, inspirado
pelo Espírito Santo:
“Porque
os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua
própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo
percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso,
indesculpáveis” (Rm 1:20).
Ao longo deste texto (Rm 1:18-27), o apóstolo Paulo deixe bem claro que todos os seres humanos que, “tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças”, “se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato” (v. 21). Ele ainda declara que tais seres humanos, “inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos” (v. 22).
Como
o livro dos Salmos é notoriamente reconhecido como literatura poética e de
sabedoria, podemos lembrar que o salmista “poeta” (rei Davi, neste caso),
também inspirado pelo Espírito Santo, nos ensina esta mesma
verdade sobre a soberania de Deus na criação do universo e do ser humano:
“Os
céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”
(Sl 19:1).
“Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste” (Sl 8:3-5).
Neste
ponto, poderíamos nos perguntar também: “O que inspira um sensato
cientista?”
Considerando a verdade bíblica como fundamento absoluto, como todos os seres humanos são indesculpáveis por terem o conhecimento de Deus e de seus atributos (“sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas”), então os cientistas (que se ocupam ainda mais com a investigação detalhada da natureza - criação de Deus), são ainda mais indesculpáveis, se não o glorificarem como Deus, nem lhe derem graças. Graças a Deus, por sua providência, que permitiu o desenvolvimento das diversas áreas da ciência ao longo da história da humanidade [iii].
Glória somente a Deus, por sua magnífica obra de criação!
Graças a Deus, por sua misericordiosa e sábia providência!
*Notas:
[i] Amaro Rodrigues, conhecido como Amaro Poeta: escritor,
poeta, cordelista, natural de Vitória de Santo Antão - PE.
[ii] No contexto do “Mandato cultural”, ver por exemplo, Gn 2:15.
[iii] Por exemplo, ver “A Alma da Ciência: Fé Cristã e Filosofia
Natural”, de Nancy R. Pearcey & Charles B. Thaxton.