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14 abril 2022

Pensamento em citação 54


"À medida que conquistamos pico após pico, vemos diante de nós regiões cheias de interesse e beleza, mas não vemos o nosso objetivo, não vemos o horizonte; à distância erguem-se picos ainda mais altos, que irão render aos que os ascenderem perspectivas ainda mais amplas, e um sentimento mais profundo, a verdade que é enfatizada por cada avanço na ciência, de que 'Grandes são as obras do Senhor'."
[Conclusão da palestra inaugural de J.J. Thomson, The British Association at Winnipeg. Nature 81, n.2078, p.248-263 (1909)]

"A ideia de que a eletricidade é transmitida por uma minúscula partícula relacionada ao átomo foi apresentada pela primeira vez na década de 1830. Na década de 1890, J. J. Thomson conseguiu estimar sua magnitude realizando experimentos com partículas carregadas em gases. Em 1897 ele mostrou que os raios catódicos (radiação emitida quando uma tensão [voltagem] é aplicada entre duas placas de metal dentro de um tubo de vidro preenchido com gás, em baixa pressão) consistem em partículas - elétrons - que conduzem eletricidade. Thomson também concluiu que os elétrons fazem parte dos átomos." [Nobel Prize]
 
"Mas posso citar uma lista de nomes que expressam um fato definido, que são os seus alunos que foram ganhadores do Prêmio Nobel. A atribuição destes prêmios [Nobel] começou em 1901. Ele próprio [J.J. Thomson] recebeu o prêmio de física em 1906. Os Prêmios Nobel atribuídos aos seus alunos foram: Rutherford (1908), W.L. Bragg (1915), Barkla (1917), Aston (1922), C.T.R. Wilson (1927), O.W. Richardson (1928), G.P. Thomson (1937). Não há mais ninguém que possa mostrar uma lista de oito [8] Prêmios Nobel concedidos a ele [J.J. Thomson] e a seus alunos durante sua vida, e é improvável que haja. Todas essas pessoas realmente receberam a parte importante do seu treinamento sob [a orientação de] "J.J.", e no Laboratório Cavendish. Ele foi um grande inspirador. Não consigo pensar em nenhum outro homem que, em tal medida, tenha feito tanto bem intelectual a tantos outros em sua própria vida."

J. J. Thomson foi nomeado "Professor Cavendish" em 1884, aos 28 anos de idade.
 
The works of the Lord are great; sought out of all them that have pleasure therein’ 
(Psalms 111:2, KJV)

"Sobre a entrada principal do Laboratório Cavendish, sede do Departamento de Física da Universidade de Cambridge, há uma inscrição: 'Grandes são as obras do SENHOR, consideradas por todos os que nelas se comprazem' (Salmos 111:2). Esse uso de uma passagem bíblica na arquitetura é um tanto incomum para um laboratório universitário de física, que foi construído em 1973. A passagem foi colocada ali por sugestão de Andrew Briggs, que era estudante de doutorado na época. Briggs é agora Professor de Nanomateriais na Universidade de Oxford. Ele apreciou a inscrição latina do Salmo 111, versículo 2, esculpida nas portas do primeiro Laboratório Cavendish, quase certamente por instigação do primeiro Professor Cavendish, James Clerk Maxwell. Então, ele sugeriu que fosse colocado, em inglês, na entrada do novo prédio." (Física & Salmos)



01 fevereiro 2022

PocaFé

 

Em tempos de escassez e dificuldade crescentes para a humanidade, tem faltado muita coisa aos seres humanos, a começar pela fé e pelo amor genuinamente cristãos.

Há um ditado que diz “farinha pouca, meu pirão primeiro”.  Nem precisa de explicação, não é mesmo?! Por isso, se tornou um aforismo ou ditado popular.

Outra escassez que temos experimentado nestes dias é a escassez de amigos e da oportunidade de tomar um bom cafezinho com eles. Assim, temos vivido uma época de “PocaFé”, com pouca (ou nenhuma) fé em Cristo Jesus, e pouco café entre amigos e entre irmãos na fé...

A ‘ausência’ de amigos verdadeiros se faz ‘presente’ no ‘vazio’ da alma ‘cheia’ de tristeza e cansaço.

O contrassenso de um mundo que está aparentemente “encolhendo” através do desenvolvimento de tecnologias de comunicação (os aplicativos, as redes sociais, o velho e esquecido e-mail, a “medieval” ligação telefônica, etc), mas na verdade, está “inflamado no inchaço” do afastamento das pessoas que costumam usar estas tecnologias de comunicação apenas de maneira muito utilitária e pragmática, economizando em frases, em palavras, e até mesmo em letras (“tc”, “vc”, “OMG”, “LOL”, etc).

Ah! Como a vida (especialmente a vida cristã) está ficando mais empobrecida sem amigos e sem café entre eles! Uma vida PocaFé!

Que contraste com o Verdadeiro Amigo, Criador, Mestre, Salvador... o Senhor Jesus Cristo!

“O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda. Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros.” (João 15:12-17)

O que fazemos em tempos de PocaFé?

Fazemos uma oração de clamor, em nome do Filho, que é o “Autor e Consumador da fé” (Hb 12:2):

Senhor, tu és o único e verdadeiro Deus Vivo, Criador, Provedor, Salvador, Conselheiro, Rei, Profeta, Sacerdote, e Amigo! Clamamos, através dos méritos do nosso bendito Redentor Jesus – por meio da sua obediência e do seu sacrifício – que o Senhor, na sua poderosa providência e entranhável misericórdia, estabeleça novos relacionamentos de amizades cristãs verdadeiras em nossas vidas, e restaure as amizades corroídas pelo tempo e pelo desgaste do nosso pecado. Pedimos, e agradecemos, em nome e por amor a Jesus Cristo, o verdadeiro Amigo! Amém

Soli Deo Gloria

 

15 novembro 2021

Tangendo ao intangível

 

Segundo o relato bíblico histórico (Mt 27:27-31), momentos antes da sua crucificação, o Senhor Jesus Cristo, que é o “sol da justiça” e a “brilhante Estrela da manhã” [i], foi “coroado” com uma coroa de espinhos e com um caniço (como se fosse um cetro real) na mão direita, apenas para escarnecerem dele, dizendo: “Salve, rei dos judeus!”. Aqueles zombadores, no pretório, não sabiam que estavam mesmo diante do Rei dos reis e Senhor dos Senhores (1Tm 6:15; Ap 17:14).

Uma das declarações que talvez tenha resumido de forma mais expressiva e contundente a autoridade majestosa do nosso Rei, Profeta e Sacerdote, é a seguinte: “Não há sequer uma parte do nosso mundo do pensamento que possa ser hermeticamente separada das outras partes; e não há um único centímetro quadrado, em todos os domínios de nossa existência, sobre os quais Cristo, que é soberano sobre tudo, não clame: ‘Meu!’” [ii].

Diante desta realidade, somos remetidos também à declaração do apóstolo Pedro: “Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória” (1Pe 5:4). A bela palavra “imarcescível” [iii] também é utilizada em outro magnífico texto encontrado no primeiro capítulo da mesma carta, 1Pe 1:3-9. Inspirado pelo Espírito Santo, o apóstolo Pedro expressa que mesmo que não consigamos “ver” o Senhor Jesus, podemos ama-Lo e exultar “com alegria indizível e cheia de glória” (v.8), “crendo” por meio da fé [iv].

De forma interessante e coerente com esta verdade, o mesmo padrão parece se repetir com a estrela do nosso sistema solar (o Sol), com os elétrons [v] e com o oxigênio necessário para a respiração dos seres vivos, por exemplo, pois apesar de não conseguirmos “enxergar” (pelo menos, “a olho nú”), ou então alcançar [vi] algumas destas realidades físicas, químicas, biológicas, etc − que são, neste sentido e contexto, “intangíveis” − nós claramente as percebemos por meio dos seus efeitos indiretos, como por exemplo o calor e a luz do Sol, o choque elétrico proveniente de uma descarga de elétrons, a preservação da vida através da respiração do oxigênio presente não apenas no ar atmosférico, mas também na água, para organismos aquáticos.

Pensando neste conceito de tangibilidade/intangibilidade, é fascinante como a realidade intangível se revela no que é tangível, principalmente para quem atua em qualquer área da ciência e é, portanto, um estudante da natureza como obra da criação de Deus. O apóstolo Paulo esclarece bem esta questão em Rm 1, particularmente no v. 20: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis”.

Portanto, temos este efeito tutorial de aprendizado nas coisas tangíveis que nos conduzem, em última instância, ao Intangível, Eterno, Infinito... à Causa Primária... o Senhor Deus “criador do céu e da terra” (Sl 124:8;134:3).

Desta forma, isto se torna uma tremenda lição de humildade e gratidão, pois se os seres humanos são, de maneira geral, “indesculpáveis”, pois todos nós temos o conhecimento de Deus por meio das “coisas que foram criadas”, e então, o cientista como estudante dos detalhes magníficos da obra da criação de Deus, seria ainda mais indesculpável por não o glorificar como Deus, nem lhe dar graças (Rm 1:21).

Em sua clemência e misericórdia como Rei dos reis, este Deus “intangível” em sua infinitude e eternidade se tornou “tangível”, pois “a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens” ... se tornou “Deus conosco” (ver Fp 2:5-11 e Mt 1:23).

Graças a Deus por Jesus Cristo!

Glória a Deus por sua soberania, poder, majestade, clemência e misericórdia!

 

*Notas:

[i] “Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça” (Ml 4:2a). “Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante Estrela da manhã” (Ap 22:16b).
[ii] Abraham Kuyper, “Soberania das esferas”, discurso inaugural da Universidade Livre de Amsterdã, em 20/10/1880.
[iii] “Incorruptível” ou “que não desaparece”.
[iv] “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus” (Hb 12:2).
[v] Os elétrons, tipicamente conhecidos como partículas subatômicas, estão relacionados ao fenômeno da eletricidade, por exemplo.
[vi] Atingir ou tanger.


12 novembro 2021

Deus: inspiração para poesia e para ciência

 


Deveríamos nos perguntar: “O que inspira um genuíno poeta?

Observe algumas estrofes da bela poesia de Amaro Poeta [i]:

 

Deus fez o mundo do nada

E em seis dias terminou,

Dois terços de água em cima

O mar na terra plantou,

E o céu bordado de estrelas

Suspenso no ar deixou.

 

O arco íris pintou

No céu como um diadema,

O sol nascer cor de ouro

E morrer da cor de gema,

E no crepúsculo da tarde

Deixou escrito um poema.

 

Com sua força suprema

Deu velocidade ao vento,

Deu as aves asas soltas

Pra bailar no firmamento,

Porque o mestre é o único

De perfeição cem por cento.

...

O universo perfeito

Pintou de todas as cores,

Fez do chão um lençol verde

E ornamentou de flores,

Com animais e florestas

E deu para os seus pastores [ii],

...

A chuva que cai do manto

Pingo a pingo é peneirada,

O rio de água doce

E o mar de água salgada,

Que a natureza obedece

A quem fez tudo do nada.

...

Do poder ilimitado

O mestre é onipotente,

Do saber absoluto

Deus é o onisciente,

E por estar em toda parte

Ele é onipresente.

 

Deus com sua mão potente

É comandante da nave,

A bordo do globo faz

Girar o cosmo suave,

Dos desígnios e mistérios

Só ele possui a chave.

 

Quem do olho tira a trava

Enxerga os defeitos seus,

Que o mestre é dono de tudo

Até da fé dos ateus,

Que até quem não tem fé sabe

Que o dono do mundo é Deus.


Parece que a inspiração para este genuíno poeta foi o tema da criação de Deus, revelada nas Escrituras, particularmente no relato histórico e literal do livro de Gênesis.  

Os versos finais desta genuína poesia de Amaro Poeta também parecem estar em acordo com as sábias palavras do apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo:

Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis” (Rm 1:20).

Ao longo deste texto (Rm 1:18-27), o apóstolo Paulo deixe bem claro que todos os seres humanos que, “tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças”, “se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato” (v. 21). Ele ainda declara que tais seres humanos, “inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos” (v. 22).

Como o livro dos Salmos é notoriamente reconhecido como literatura poética e de sabedoria, podemos lembrar que o salmista “poeta” (rei Davi, neste caso), também inspirado pelo Espírito Santo, nos ensina esta mesma verdade sobre a soberania de Deus na criação do universo e do ser humano:

Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Sl 19:1).

Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e de honra o coroaste” (Sl 8:3-5).

Neste ponto, poderíamos nos perguntar também: “O que inspira um sensato cientista?

Considerando a verdade bíblica como fundamento absoluto, como todos os seres humanos são indesculpáveis por terem o conhecimento de Deus e de seus atributos (“sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas”), então os cientistas (que se ocupam ainda mais com a investigação detalhada da natureza - criação de Deus), são ainda mais indesculpáveis, se não o glorificarem como Deus, nem lhe derem graças. Graças a Deus, por sua providência, que permitiu o desenvolvimento das diversas áreas da ciência ao longo da história da humanidade [iii].

Glória somente a Deus, por sua magnífica obra de criação!

Graças a Deus, por sua misericordiosa e sábia providência!

 

*Notas:

[i] Amaro Rodrigues, conhecido como Amaro Poeta: escritor, poeta, cordelista, natural de Vitória de Santo Antão - PE.

[ii] No contexto do “Mandato cultural”, ver por exemplo, Gn 2:15.

[iii] Por exemplo, ver “A Alma da Ciência: Fé Cristã e Filosofia Natural”, de Nancy R. Pearcey & Charles B. Thaxton.



01 novembro 2021

Fé subatômica

 


Segundo a compreensão atual [i] do modelo padrão da física de partículas, estima-se que um átomo tenha tipicamente o tamanho na escala de ångströms (10-10 m), enquanto que apenas o núcleo seria cerca de 10.000 vezes menor (10-14 m), um bárion (prótons e nêutrons, por exemplo) teria o tamanho na escala de 10-15 m, e um quark teria uma escala menor do que 10-19 m. Em outras palavras, existe uma diferença de quase 10 ordens de grandeza (quase 10 bilhões de vezes) entre o tamanho de um átomo e de uma partícula elementar como um quark. Para uma comparação mais cognitiva destas dimensões e escalas, podemos imaginar que se os prótons e nêutrons (bárions) tivessem um tamanho de 10 cm (na escala de uma régua), então os quarks teriam a dimensão menor do que 0,1 mm, ou seja, a décima parte da menor divisão (milímetro) de uma régua. Nesta comparação, o átomo inteiro teria o diâmetro de cerca de 10 km (a distância típica de um percurso de carro).

Ao longo da vida cristã, durante a peregrinação neste mundo caído pelo pecado (incluindo o nosso próprio), muitas vezes nossa fé é abalada, e, nestas ocasiões, ela parece estar menor do que um quark de um próton, de um núcleo, de um átomo, de uma molécula, de uma célula, de um tecido de um pequeno grão de mostarda.

“E ele lhes respondeu: Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível” (Mt 17:20). Esta declaração do Senhor Jesus Cristo provavelmente é a origem da expressão popular: “fé que remove montanhas”.

Apesar da pequenez da nossa fé em alguns momentos ao longo desta vida, se ela está firmada no Senhor Jesus, que é o “Autor e Consumador da fé” (Hb 12:1-3), ela é uma fé real e concreta, pois esta solidamente depositada no Deus onisciente, onipresente e onipotente, que é o criador e sustentador de tudo o que existe, além de ser o salvador daqueles que depositam toda a sua esperança e fé Nele. Como ensina o apóstolo Paulo: “O justo viverá por fé” (Rm 1:17).

Portanto, o que importa mesmo não é a insignificante pequenez da nossa minúscula fé, mas sim a significativa grandeza do nosso Senhor, e a peculiar e extraordinária dimensão do seu amor e da sua justiça: “...e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus” (Ef 3:17-19).

“A alma é a vida do corpo; a fé é a vida da alma; Cristo é a vida da fé” (John Flavel).

Sola fide

Soli Deo Gloria

 

*Notas:

[i] “Contemporary Physics Education Project”: www.cpepphysics.org


A química da morte e da vida

 




Na química da morte e da vida, podemos perceber um fato peculiar, que corrobora com o que o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, nos ensina nas Escrituras:

“Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida.” (2Co 2:14-16a)

O fato peculiar é que a molécula atribuída como responsável pelo aroma agradável do assim chamado “arroz aromático” (arroz basmati e arroz jasmin, por exemplo) [i], e também uma das moléculas associadas ao aroma agradável do “pão assado” [ii], é a 2-acetil-1-pirrolina [iii], abreviada por 2AP. O mais curioso sobre a molécula 2AP, é que a sua rota de biossíntese no arroz (e em outras plantas) tem como um precursor a molécula de Putrescina. A molécula de Putrescina [iv] é uma diamina, similar à molécula de Cadaverina [v], ambas podendo ser formadas pela decomposição dos aminoácidos em organismos vivos e mortos, e conferindo tipicamente o odor repulsivo e repugnante da putrefação em cadáveres. 

Portanto, esta maravilhosa realidade química corrobora com o ensinamento do apóstolo Paulo, particularmente quando lembramos que o Senhor Jesus Cristo também se declara como o “pão da vida” (Jo 6:35,48) em uma das 7 magníficas declarações “Eu Sou” encontradas no Evangelho segundo João, e que podemos escutar como um eco da declaração do Senhor em Êxodo 3: “Eu Sou o Que Sou”. Alguns capítulos depois (Êx 16:22-36), observamos no relato bíblico que “os filhos de Israel” comeram do “maná” por 40 anos, ou seja, do “pão” com que o Senhor os sustentou no deserto (v.32). E aqueles que confiam na obra de criação, providência, redenção e salvação do Senhor, o “pão da vida”, podem desfrutar do “aroma” e do “sabor agradável” deste “pão que desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça” (Jo 6:50). Este é o mesmo “pão do céu” que temos a alegria e o privilégio de testemunhar e receber, representado por um pão físico separado do seu uso cotidiano, no memorial celebrado durante o sacramento da Ceia do Senhor (1Co 11:23-32). Comemos deste pão frequentemente, enquanto caminhamos como “peregrinos” neste “deserto da vida”, aguardando pela bem-aventurança de saciar completamente nossa “fome e sede de justiça” (Mt 5:6), no encontro derradeiro com o “pão da vida”.

Além disso, outros textos bíblicos também nos ensinam esta verdade de que Deus nos concede vida por meio do seu Espírito, que nos convence do sacrifício de Cristo Jesus em sua morte na Gólgota (Mt 27:33; Mc 15:22, “lugar da caveira”). Em 2Tm 2:11, o apóstolo Paulo declara: “Fiel é esta palavra: Se já morremos com Ele, também viveremos com Ele”. Neste contexto, poderíamos dizer que a necessidade que temos da salvação, através do sacrifício expiatório do “pão da vida”, é devido ao odor de “putrescina” e “cadaverina” da “carne decomposta pelo nosso pecado”.

Para terminar este texto com um “aroma de esperança” para os que depositam toda confiança e fé no “pão da vida”, podemos lembrar da revelação que o apóstolo João recebeu do Senhor Jesus Cristo a respeito do “novo céu e nova terra” (Ap 21), e compartilhou fazendo a declaração alvissareira que o próprio Senhor Jesus nos “enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá” (v.4). Ou seja, parece que não haverá mais odor de Putrescina e Cadaverina no “novo céu e nova terra”, pois não haverá mais “decomposição” dos corpos glorificados.

Parafraseando o Dr. John C. Lennox, “sim, estou falando sobre o céu, e não me esqueci que sou um cientista”. Vale lembrar que C.S. Lewis declarou, certa vez (The Problem of Pain): “Nós estamos muito tímidos atualmente de sequer mencionar o céu”.

Graças à Deus pela química...

Graças a Deus pelo “pão da vida”...

Graças a Deus pelo “novo céu e nova terra”...

Glória somente à Deus por tudo!

 

*Notas:

[i] https://doi.org/10.1080/87559129.2017.1347672

[ii] https://doi.org/10.1021/jo051940a

[iii] https://doi.org/10.1007/s11103-008-9381-x

[iv] https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/1045

[v] https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/273



02 outubro 2021

flor beija-flor

 


(fotos da internet)

Imitando beija-flores: "a flor beija-flor"

Esta planta, que parece um beija-flor, é chamada Crotalaria cunninghamii, e é nativa da Austrália.

Contemplar esta maravilha da criação de Deus e dizer que foi o resultado do "trabalho" da evolução darwiniana é como ouvir uma magnífica peça musical de J.S. Bach ("Jesus, alegria dos homens" - cantata 147, por exemplo), e dizer que é apenas um "ruído aleatório" sem propósito. J.S. Bach usava a sigla SDG (Soli Deo Gloria) no final de suas partituras musicais para direcionar toda a glória a Deus por suas criações musicais.

Soli Deo Gloria
Glória somente a Deus, que detém os "direitos autorais" da Sua magnífica criação!



11 abril 2021

LOCKDOWN

 

“Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu” (Salmos 42:5).
Este texto foi escrito por uma alma abatida diante da situação que temos vivido em nossos dias, com a condição de pandemia do coronavírus, a quarentena, o confinamento (“lockdown”), e o que mais estiver reservado na soberana, boa, perfeita e justa vontade do Senhor para acontecer com este mundo, até a Sua volta triunfal, em poder, majestade e glória. Maranata!
Esta é apenas uma das almas abatidas com o confinamento, que têm procurado ir continuamente aos pés da cruz do Calvário, para encontrar a misericórdia e o socorro, junto ao trono da graça, em ocasião oportuna (Hebreus 4:14-16). 
Aos pés desta cruz, há uma estreita (Mateus 7:13-14), porém, refrescante sombra, produzida pelo sol escaldante que transpassa (Isaías 53:5) esse madeiro maldito. Esta sombra, em forma de “T” (considerando uma cruz Tau - crux commissa), talvez seja um lembrete de que neste mundo teremos “T”ribulações, mas que também podemos encontrar “T”ranquilidade quando confiamos Nele (Mateus 11:28-30).
Pensando ainda sobre “lockdown”, é inevitável relembrar as palavras do apóstolo Paulo (Efésios 6:13-20), diante do seu confinamento (“pelo que sou embaixador em cadeias”, v.20), onde ele é desafiado a pregar o Evangelho de Cristo de forma ainda mais audaciosa e intrépida.
Em outra passagem bíblica (1Coríntios 7:22), o apóstolo Paulo usa um interessante jogo de palavras contrastantes, para mostrar que a nossa verdadeira liberdade, como cristãos, está no fato de sermos servos de Cristo Jesus, nosso bom e gentil Senhor, que não “esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega” (Mateus 12:20; Isaías 42:3).
As almas abatidas com o confinamento (“lockdown”) precisam agora refletir no fato de que o próprio Senhor Jesus Cristo, o Deus encarnado, o Emanuel (“Deus conosco”, Mateus 1:23), já experimentou também os mais extremos de todos os confinamentos: 
- Em primeiro lugar, Ele, “subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens” (ver Filipenses 2:5-11). O Deus onisciente, onipotente e onipresente, eterno e infinito, Criador do espaço e do tempo, esteve confinado no espaço de um corpo humano e em uma certa época do tempo, a cerca de 2 mil anos atrás. 
- Em segundo lugar, Ele foi confinado no cárcere, como está relatado nos Evangelhos (Mateus 26:48,55, por exemplo), para ser apresentado diante dos seus acusadores, apesar de ser perfeitamente inocente. 
- Em terceiro lugar, Ele foi confinado fisicamente em uma cruz, sendo transfixado nos pulsos e nos pés, com pregos de cerca de 13 a 18 cm de comprimento, e 1 cm de diâmetro. 
- Em quarto lugar, e de forma conclusiva, o “Deus vivo” (como o próprio salmista define em Salmos 42:2) foi confinado em uma sepultura, depois de ter sido morto como um Cordeiro pascal (1Coríntios 5:7; Isaías 53; Apocalipse 5:12).
Contudo, mesmo enfrentando estes confinamentos extremos durante o seu ministério terreno, particularmente nos últimos momentos relatados nos Evangelhos, Ele disse, diante dos seus acusadores e da multidão que era testemunha ocular da Sua crucificação: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
Desta forma, o confinamento final da morte do Senhor Jesus Cristo, em sua dupla natureza perfeita como Deus e como homem, não conseguiu detê-lo por muito tempo, porque depois de 3 dias Ele ressuscitou: o Seu túmulo está vazio! E esta é a mesma esperança para todas as almas abatidas com o confinamento (“lockdown”), mas que confiam neste Senhor como seu Salvador, mesmo diante de uma ameaça como esta pandemia de coronavírus. O Senhor Jesus é as primícias dos que “dormem”... as primícias da ressurreição (ver 1Coríntios 15:20-21,54-57).

Segue abaixo um resumo magnífico do Evangelho de Jesus Cristo:
“O Infinito tornou-se finito. O Criador se tornou uma criatura. Ele (que fez todas as coisas a partir do nada) nasceu de uma mulher. Ele (a quem os céus não podem conter) estava contido no pequeno útero de uma mulher. O pão da vida estava com fome. A água da vida estava com sede. O maior descanso estava cansado. A maior alegria estava triste. A maior fúria e o maior favor se encontraram na cruz. O maior ódio e o maior amor se manifestaram na cruz. Infinita justiça foi satisfeita e infinita misericórdia foi garantida na cruz. Estamos enriquecidos por Sua pobreza, preenchidos por Seu vazio, exaltados por Sua desgraça, curados por Suas feridas, confortados por Sua dor, e justificados por Sua condenação. 
'Graças a Deus pelo seu dom inefável!' (2Coríntios 9:15)” 
[pr. Stephen Yuille, “Um dom inefável”, traduzido do original]

Ó minha alma, não parece, agora, que estás mais tão abatida como antes... continue esperando em Deus, pois Ele é o teu auxílio, continuamente!

Glória somente a Deus, pelo Seu dom inefável!  


03 fevereiro 2021

Minha Bíblia

 


Esta é a minha Bíblia de uso cotidiano... à primeira vista, para quem costuma valorizar um livro apenas pela capa, não parece grande coisa, não é mesmo?
Mas o Senhor tem nos ensinado a amar cada vez mais este livro precioso, que pode ser melhor descrito como uma biblioteca de 66 livros inspirados pelo Espírito Santo de Deus... a "Biblioteca do Espírito Santo", como costumamos falar.
A Bíblia é inerrante e autoritativa. Ela é a nossa única regra de fé e prática. A Bíblia é a Palavra de Deus, "viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração" (Hebreus 4:12).

É digno de nota observar como Deus move o coração de algumas pessoas que não sabem ler, despertando nelas o desejo de ler a Bíblia e, portanto, fazendo um grande esforço para aprender a ler, muitas vezes com idades avançadas, apenas para poderem ter acesso a este tesouro que é a Palavra de Deus!

Patativa do Assaré, o conhecido poeta popular, deixou este registro na poesia intitulada "Autobiografia":

"Autobiografia"
(Patativa do Assaré)

Mas porém como a leitura
É a maió diciprina
E veve na treva iscura
Quem seu nome não assina,
Mesmo na lida pesada,
Para uma escola atrasada
Tinha uma parte do dia,
Onde estudei argum mês
Com um veio camponês
Que quase nada sabia.

Meu professô era fogo
Na base do português,
Catálogo, era catalôgo,
Mas grande favô me fez.
O mesmo nunca esqueci,
Foi com ele que aprendi
Minhas premêra lição,
Muito a ele tô devendo,
Saí escrevendo e lendo
Mesmo sem pontuação.

Depois só fiz meus estudo,
Mas não nos livro escola
Eu gostava de lê tudo,
Revista, livro e jorná.
Com mais uns tempo pra frente,
Mesmo vagarosamente,
Não errava nenhum nome.
Lia no claro da luz
As pregação de Jesus
E as injustiça dos home.


Obrigado, Senhor, por tua Palavra escrita, a Bíblia... mas te agradecemos, especialmente, por tua Palavra viva, o Verbo (João 1) encarnado, o Senhor Jesus Cristo!

A Deus toda a glória!



12 agosto 2019

minha fé



Quando penso no tamanho da minha fé em Cristo, muitas vezes sou levado a crer que é menor do que um quark de um próton, de um núcleo, de um átomo, de uma molécula, de uma célula, de um tecido de um pequeno grão de mostarda.

"E ele lhes respondeu: Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível."
(Mateus 17:20)

"Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá."
(Lucas 17:6)

"Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma."
(Hebreus 12:1-3)

"Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado."
(Romanos 7:25)

Apesar da pequenez da nossa fé, podemos bradar, como o apóstolo Paulo, "Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor", que é o "Autor e Consumador da fé", pois apesar da nossa fé, muitas vezes, ser pequena (menor do que uma partícula subatômica, que é bem menor do que um grão de mostarda), ela está fundamentada em Cristo, e isto é o que é mais significativo e o que faz a diferença nesta fé!

Soli Deo Gloria!