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30 novembro 2023

Os Atributos de Deus: A Bondade de Deus (cap.11)

A bondade de Deus revelada:
" 'A bondade de Deus dura para sempre' (Sl 52:1). A bondade de Deus refere-se à perfeição de Sua natureza: 'Deus é luz, e não há nele treva nenhuma' (1 Jo 1:5). Há uma perfeição tão absoluta na natureza e no ser de Deus que nada lhe falta ou é defeituoso, e nada pode ser acrescentado a Ele para torná-lo melhor. 'Ele é originalmente bom, bom em Si mesmo, o que nada mais é; pois todas as criaturas são boas apenas pela participação e comunicação de Deus. Ele é essencialmente bom; não só o bom, mas é a própria bondade; o bem da criatura é uma qualidade acrescentada, em Deus o bem é a sua essência. Ele é infinitamente bom; o bem da criatura é apenas uma gota, mas em Deus é um oceano infinito. Ele é eternamente e imutavelmente bom, pois não pode ser menos bom do que é; como não pode haver nenhuma adição feita a Ele, então também não pode haver nenhuma subtração n’Ele.' (Thomas Manton)"
 
"Assim, a bondade de Deus é vista, primeiro, na criação. Quanto mais a criatura é estudada, mais a beneficência de seu Criador se torna aparente. Pegue a mais elevada das criaturas terrenas de Deus; o homem. Ele tem abundantes razões para dizer com o salmista: 'Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem' (Sl 139:14). Tudo sobre a estrutura de nossos corpos atestam a bondade de seu Criador. Quão adequadas são as mãos para realizar o trabalho que lhes foi atribuído! Quão bom foi o Senhor em designar o sono para refrescar o corpo cansado! Quão benevolente Sua provisão para dar aos olhos pálpebras e sobrancelhas para sua proteção! E assim podemos continuar indefinidamente."
 
"A bondade de Deus é vista na variedade de prazeres naturais que Ele proveu para Suas criaturas. Deus poderia ter se agradado em satisfazer nossa fome sem que a comida fosse agradável ao nosso paladar, mas a Sua benevolência aparece nos sabores variados que Ele deu às carnes, vegetais e frutas! Deus não apenas nos deu sentidos, mas também nos deu aquilo que os gratifica; e nisso Ele também revela Sua bondade. A terra poderia ter sido tão fértil como é sem que sua superfície fosse tão deliciosamente variada. Nossas vidas físicas poderiam ter sido mantidas sem lindas flores para regalar nossos olhos com suas cores e nossas narinas com seus doces perfumes. Poderíamos ter caminhado pelos campos sem que nossos ouvidos fossem saudados pela música dos pássaros. De onde, então, vem essa beleza, esse encanto, tão livremente difundidos sobre a face da natureza? Em verdade, 'as Suas ternas misericórdias permeiam todas as suas obras' (Sl 145:9)."
 
"A bondade de Deus é vista no fato de que, quando o homem transgrediu a lei de Seu Criador, uma dispensação de ira pura não começou imediatamente. Bem, Deus poderia ter privado Suas criaturas caídas de toda bênção, todo conforto, todo prazer. Em vez disso, Ele inaugurou um regime de natureza mista, de misericórdia e julgamento. Isso é muito maravilhoso se for devidamente considerado, e quanto mais minuciosamente esse regime for examinado, mais parecerá que 'a misericórdia triunfa sobre o juízo' (Tg 2:13). Apesar de todos os males que acompanham nosso estado caído, o equilíbrio do bem prepondera grandemente. Com exceções comparativamente raras, homens e mulheres experimentam um número muito maior de dias de saúde do que de doença e dor. Há muito mais felicidade do que miséria na vida das criaturas no mundo. Até mesmo nossas tristezas admitem alívio considerável. Além disso, Deus deu à mente humana uma flexibilidade que é capaz de se adaptar às circunstâncias e aproveitá-las ao máximo."
 
"Deus seria 'bom' se não punisse aqueles que abusam de Suas bênçãos, abusam de Sua benevolência e pisoteiam Suas misericórdias? Não será uma reflexão sobre a bondade de Deus, mas sim a mais brilhante exemplificação dela, quando Ele livrar a terra daqueles que quebraram Suas leis, desafiaram Sua autoridade, zombaram de Seus mensageiros, desprezaram Seu Filho e perseguiram aqueles por quem Ele morreu."
 
"A bondade de Deus é a vida da confiança do crente. É essa excelência em Deus que mais atrai nossos corações. Porque Sua bondade dura para sempre, nunca devemos desanimar: 'O SENHOR é bom, é fortaleza no dia da angústia e conhece os que nele se refugiam' (Naum 1:7). 'Quando os outros se comportam mal conosco, isso deve apenas nos incitar ainda mais a dar graças ao Senhor, porque Ele é bom; e quando nós mesmos estamos conscientes de que estamos longe de ser bons, devemos apenas bendizê-lo com mais reverência por Ele ser bom. Nunca devemos tolerar um instante de incredulidade quanto à bondade do Senhor; o que quer que seja questionado, isso é absolutamente certo, que Jeová é bom; Suas dispensações podem variar, mas Sua natureza é sempre a mesma' (C.H. Spurgeon)."

(Trechos do livro "Os Atributos de Deus", de A.W. Pink, cap. 11: "A Bondade de Deus")