"Mas para o crente, o fato da onisciência de Deus é uma verdade carregada de muito conforto. Em tempos de perplexidade, ele diz como Jó: 'Mas Ele sabe o meu caminho' (Jó 23:10). Pode ser profundamente misterioso para mim, bastante incompreensível para meus amigos, mas 'Ele sabe'. Em tempos de cansaço e fraqueza, os crentes asseguram a si mesmos: 'Ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó' (Sl 103:14). Em tempos de dúvida, eles apelam para esse mesmo atributo, dizendo: 'Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno' (Sl 139:23,24). Em tempos de triste fracasso, quando nossas ações desmentiram nossos corações, quando nossas ações repudiaram nossa devoção, e a pergunta perscrutadora nos vem: 'Tu me amas?'; dizemos, como Pedro disse: 'Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo' (Jo 21:17)."
"Aqui mora o incentivo à oração.
Não há motivo para temer que as petições dos justos não sejam ouvidas,
ou que seus suspiros e lágrimas escapem à atenção de Deus, visto que Ele
conhece os pensamentos e intenções do coração. Não há perigo de o
santo individual ser esquecido em meio à multidão de suplicantes que
diariamente e a cada hora apresentam suas várias petições, pois uma Deus
infinito é tão capaz de prestar a mesma atenção a milhões, como se
apenas um indivíduo estivesse buscando sua atenção. Assim também a
falta de linguagem adequada, a incapacidade de dar expressão ao anseio
mais profundo da alma, não comprometerá nossas orações, pois 'E será que, antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei' (Is 65:24)."
(Trechos do livro "Os Atributos de Deus", de A.W. Pink, cap. 3: "O Conhecimento de Deus")