EU SOU UM DEVEDOR
Quando este mundo passageiro findar,
Quando tiver afundado naquele sol ofuscante,
Quando estivermos com Cristo na glória,
Olhando para a história completa da vida,
Então, Senhor, saberei plenamente –
Só então saberei – o quanto sou devedor.
Quando eu ouvir o chamado perverso
Nas rochas e colinas para cair,
Quando eu os vir começar e encolher
À beira do dilúvio de fogo, –
Então, Senhor, saberei plenamente –
Só então saberei – o quanto sou devedor.
Quando eu estiver diante do trono,
Vestido com uma beleza que não é minha,
Quando eu te ver como tu és,
Amar-te com um coração sem pecado,
Então, Senhor, saberei plenamente –
Só então saberei – o quanto sou devedor.
Quando o louvor do céu eu ouvir,
Alto como um trovão aos ouvidos,
Alto como o barulho de muitas águas,
Doce como a voz melodiosa de uma harpa,
Então, Senhor, saberei plenamente –
Só então saberei – o quanto sou devedor.
Mesmo na terra, como que através de um vidro
Sombriamente, deixe Tua glória passar,
Faça o perdão parecer tão doce,
Faça com que a ajuda do Teu Espírito seja tão adequada,
Mesmo na terra, Senhor, faça-me saber
Algo do quanto sou devedor.
Escolhido não pelo bem em mim,
Despertado da ira para escapar,
Escondido ao lado do Salvador,
Pelo Espírito santificado,
Ensina-me, Senhor, na terra a mostrar,
Por amor a mim, o quanto sou devedor.
Muitas vezes eu caminho sob as nuvens,
Obscuro, como a mortalha sombria da meia-noite;
Mas, quando o medo está no auge,
Jesus vem, e tudo é luz;
Bendito Jesus! Ordena-me que eu mostre
aos santos duvidosos, o quanto sou devedor.
Quando trilho por caminhos floridos,
Muitas vezes, pelo pecado sou levado cativo;
Muitas vezes, eu caio – mas ainda me levanto –
O Espírito vem – o tentador foge;
Bendito Espírito! Ordena-me que eu mostre
aos pecadores exaustos, o quanto sou devedor.
Muitas vezes, reinam as noites de tristeza –
Choro, doença, suspiro, dor;
Mas, uma noite, Tua raiva arde –
A manhã chega e a alegria retorna;
Deus do conforto! Ordena-me que eu mostre
aos Teus pobres, o quanto sou devedor.
("I am a Debtor", Poema/Hino de Robert Murray M'Cheyne, maio de 1837)