"... A primeira parte da obra do bem é a vontade, a outra, o esforço válido no executar: de ambas, o autor é Deus."
(João Calvino, Livro 2, Capítulo III, parágrafo 9)
"... a boa vontade do homem precede a muitos dons de Deus, entre os quais também ela está [Agostinho, Enchiridion, c.32, PL 40, 248]."
(João Calvino, Livro 2, Capítulo III, parágrafo 11)
"... Temos agora atestado, pela boca de Agostinho, o que quisemos obter antes: que a graça não é unicamente oferecida pelo Senhor para ser recebida ou para ser rejeitada segundo agrade a cada um, mas que é ela que forma no coração tanto a eleição como a vontade, para que tudo o que depois se seguir de boa obra seja seu fruto e efeito: não há vontade que a ela obedeça senão a que ela produziu. Também são de Agostinho as palavras de outro lugar: 'Toda boa obra em nós, não a faz senão a graça' [Epístola 105, Epístola 194]."
(João Calvino, Livro 2, Capítulo III, parágrafo 13)
"... em primeiro lugar, ensina que a vontade humana não alcança a graça pela liberdade, mas que pela graça alcança a liberdade. Que pela mesma graça é perpetuamente conformada pela afecção impressa do deleite. Que é fortalecida por uma força insuperável. Que enquanto aquela governar, jamais cai; quando desertar, prontamente desaba. Que pela misericórdia gratuita do Senhor tanto é convertida para o bem como, convertida, nele persevera. Que a direção da vontade humana para o bem, e, depois, a direção para a constância, pende unicamente pela vontade de Deus, e não por nenhum mérito do homem [Agostinho, Sobre a correção e a graça, C.8, 17, PL 44, 926]."
(João Calvino, Livro 2, Capítulo III, parágrafo 14)