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13 setembro 2013

Institutas 11

"...com efeito, quem tem tamanha falta de juízo para pensar que o movimento do homem em nada difere do lançamento da pedra? [Cf. Cochlaeus, De libero arbitiro, I, B1a; C8bs] ...Razão pela qual Agostinho diz: 'Tu me dizes, então, que somos agitados, não agimos. Pelo contrário: tu ages e serás agitado; donde ages bem se agires desde o bem. O Espírito de Deus que age em ti é adjutor para os agentes. Prescreve o nome de adjutor para que, também tu, ajas de algum modo' [Agostinho, Sermões, 156, C.11, PL 38, 855s]."
(João Calvino, Livro 2, Capítulo V, parágrafo 14)

"E assim parece que a graça de Deus (como esse nome é tomado quando se fala da regeneração) seja a regra do Espírito para dirigir e moderar a vontade do homem. Não pode moderar sem que corrija, reforme, renove (pelo que dizemos que o princípio de regeneração seja abolir o que há de nosso) e sem, ao mesmo tempo, mover, agir, impelir, levar, manter. Donde podemos inferir que, com certeza, sejam d'Ele todas as ações que daí emanam. Paralelamente, não negamos que seja muito verdadeiro o que ensina Agostinho: que a vontade não seja destruída pela graça, mas, antes, por ela reparada [Agostinho, Sobre a graça e o livre-arbítrio, C.20, 41, PL 44, 905]."
(João Calvino, Livro 2, Capítulo V, parágrafo 15)

"...Assim, vem ao espírito aquela citação de Paulo: 'Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação' [1Co 1:21]. Ele chama de sabedoria de Deus este magnífico espetáculo do céu e da terra, indicado por inúmeros milagres, de cuja visão sabiamente chegava a conhecer a Deus, mas porque progredimos tão mal daí, nos chama para a fé em Cristo, que sob a imagem de loucura é o fastio do incrédulo. Por conseguinte, ainda que o intelecto humano não responda à pregação da cruz, é preciso entretanto que a abrace com humildade, se desejamos voltar a Deus, nosso criador e autor, de quem estamos afastados, para que comece novamente a ser um pai para nós."
(João Calvino, Livro 2, Capítulo VI, parágrafo 1)

"...Neste sentido, Irineu escreve que o Pai, que é imenso, seja finito no Filho, porque se acomodou ao nosso modo, para que não absorva nossa mente pela imensidão de sua glória [Irineu, Adv. haer., IV, 4,2,ed. Stieren, p.568]."
(João Calvino, Livro 2, Capítulo VI, parágrafo 4)