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10 abril 2020

Páscoa - EXODOS - EXIT



Hoje (10/04/2020), sexta-feira, é o dia mundialmente conhecido nos calendários como "Paixão de Cristo", e muitos já estão nos preparativos para o "Domingo de Páscoa", comprando ovos de chocolate e colorindo coelhinhos para decoração da casa.

Contudo...

A ressurreição do Senhor Jesus Cristo ocorreu no Domingo subsequente à sexta-feira da sua crucificação, que por sua vez, ocorreu logo após Ele, o "Cordeiro pascal"[1] ter realizado a última Ceia de Páscoa com os seus discípulos antes do seu sofrimento[2], instituindo o sacramento da Ceia do Senhor[3].

"14Chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos. 15E disse-lhes: Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do meu sofrimento. 16Pois vos digo que nunca mais a comerei, até que ela se cumpra no reino de Deus. 17E, tomando um cálice, havendo dado graças, disse: Recebei e reparti entre vós; 18pois vos digo que, de agora em diante, não mais beberei do fruto da videira, até que venha o reino de Deus" (Lucas 22:14-18).
Neste texto, particularmente no verso 15, quando o Senhor Jesus disse que estava desejando ansiosamente comer "esta Páscoa, antes do meu sofrimento", são usadas 2 palavras no original (grego)[4], para "Páscoa" e "sofrimento", que são muito parecidas:
- "Páscoa": πάσχα pascha (Dicionário Strong G3957)
- "sofrimento": πάσχω paschō (Dicionário Strong G3958)

Este é um dos eventos mais certificados em toda a história da humanidade, através de evidências históricas, arqueológicas, literárias, etc[5]. O evento da ressurreição de Jesus Cristo, o Senhor, foi tão significativo, que a igreja primitiva logo começou a se reunir no “primeiro dia da semana” (Domingo)[6] para prestar o culto (adoração) e participar do “partir o pão”[7].

De fato, no décimo quinto capítulo da primeira carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo exorta-os sobre a veracidade histórica da Ressurreição de Cristo, e de sua importância central para o Evangelho verdadeiro que ele já tinha anunciado para eles, e que estava precisando anunciar novamente nesta ocasião[8]. Segundo o texto Bíblico, “3Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, 4e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. 5E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. 6Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora; porém alguns já dormem. 7Depois, foi visto por Tiago, mais tarde, por todos os apóstolos 8e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo” (1Coríntios 15:3–8), o apóstolo dá várias evidências claras da Ressurreição do Senhor Jesus Cristo, incluindo mais de 500 testemunhas oculares, estando muitas delas ainda vivas em seus dias. Ele os exorta mais diretamente a partir do verso 12: “12Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? 13E, se não há ressurreição de mortos, então, Cristo não ressuscitou. 14E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé... 16Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. 17E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados”. Então, Paulo, se declarando o “menor dos apóstolos”[9], tendo visto o Senhor Jesus no caminho para Damasco[10], “como por um nascido fora de tempo”[11], conclui de forma gloriosa este texto maravilhoso, inspirado pelo Espírito Santo:
Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1Coríntios 15:19)

Sobre o EXODOS:

A alguns anos atrás, tive o privilégio de assistir a uma palestra do Dr. John C. Lennox no Youtube[12], intitulada “Living for the Eternal Word” (“Vivendo pela Palavra Eterna”), que infelizmente não está mais disponível neste link. No entanto, um dos registros mais marcantes que eu tenho sobre esta palestra foi quando o Dr. Lennox, falando sobre o famoso relato do “monte da transfiguração”[13], nos expõe o texto de forma extraordinária, chamando a atenção para a “partida” (ou “EXODOS”) de Jesus Cristo, que estava prestes a acontecer na Cruz do Calvário algum tempo depois deste episódio no "monte da transfiguração"
Tomando por base o relato do Evangelho segundo Lucas, o Dr. Lennox nos conduz pelo texto Bíblico, descrevendo que o Senhor Jesus Cristo[14] estava falando com Moisés e Elias[15], e que eles falavam da Sua partida (“exodos”, no original em grego), que Ele “estava para cumprir em Jerusalém”[16]. O Dr. Lennox ainda complementa durante a palestra, de forma até bem humorada, que se qualquer pessoa desejasse organizar um Congresso ou Simpósio para tratar do assunto “EXODOS”, os maiores especialistas que deveriam ser chamados para este evento, seriam justamente:
1) Moisés, que esteve à frente do êxodo de centenas de milhares de pessoas pelo deserto, até a “terra prometida”;
2) Elias, que teve um dos “EXODOS” mais espetaculares registrados nas Escrituras, com carro/carruagem e cavalos de fogo, tendo subido ao céu num redemoinho[17];
3) Senhor Jesus Cristo, que enfrentou o seu “EXODOS” (MORTE) na Cruz do Calvário!

O apóstolo Paulo nos lembra, em suas epístolas, desta maravilhosa verdade que morremos com Cristo, para vivermos com Ele. E isto nos traz conforto e nos motiva a fé em momentos de tribulação e sofrimento:
- "Fiel é esta palavra: Se já morremos com ele, também viveremos com ele" (2Timóteo 2:11)
- "Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos" (Romanos 6:8)

"1Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 2E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:1-2).
No capítulo 12 da mesma carta aos Romanos, o apóstolo Paulo também nos exorta, como crentes ("irmãos") a apresentarmo-nos como "sacrifício vivo, santo e agradável a Deus", usando uma linguagem veterotestamentária, fazendo referência ao sacrifício de animais no templo de Jerusalém. Em um comentário Bíblico[18], podemos encontrar as seguintes palavras para "sacrifício vivo": "[sacrifício vivo] em glorioso contraste com os sacrifícios da lei [cerimonial], que, exceto quando foram mortos, não eram, de fato, sacrifícios. A morte daquele “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”[19] varreu todas as vítimas mortas do altar de Deus, para dar espaço aos redimidos, como “sacrifícios vivos” para Aquele que “o fez pecado por nós”[20]; enquanto todo resultado que sai dos seus corações agradecidos, em louvor, e todo ato motivado pelo amor de Cristo, é em si mesmo um sacrifício a Deus com um aroma suave[21]".

O apóstolo Paulo ainda complementa, na segunda parte deste primeiro versículo do capítulo 12, dizendo que este "sacrifício vivo" é o nosso culto "racional"[22]. E isto parece estar relacionado, dentre outras coisas, a uma mudança de "cosmovisão"[23] e de postura diante deste "século"[24], transformando-nos pela renovação da nossa mente.

Caro(a) leitor(a), você ainda não conhece este Salvador necessário e suficiente?

Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6)

Pois pode ter a certeza absoluta de que o Senhor Jesus Cristo é o único EXODOS, o único CAMINHO, a única SAÍDA, o único EXIT seguro para toda a eternidade!


___
Notas de rodapé:
[1] 1Coríntios 5:7; Êxodo 12:1-28.
[2] Lucas 22:15.
[3] Mateus 26:26-30; Marcos 14:22-26; Lucas 22:14-18; João 13:21-30.
[4] Fonte: Logos Bible Software, dando preferência por mostrar as palavras em grego na forma "Lemma transliterado", para facilitar a procura em dicionários e léxicos.
[5] Ver as obras na área de Apologética Cristã, de autores como Norman Geisler (“Não tenho fé suficiente para ser ateu”, “Enciclopédia de Apologética”), Josh McDowell (“Evidência que exige um veredito”, “Mais que um Carpinteiro”), Lee Strobel (“Em defesa de Cristo”), etc.
[6] Domingo: palavra originária do latim "dies Dominicus", que significa "dia do Senhor".
[7] Atos 20:7. Ver também, por exemplo, 1Coríntios 16:2 e Apocalipse 1:10.
[8] Em 1Coríntios 15:1-19, o apóstolo Paulo fala em um tom de reprovação, usando a palavra “lembrar-vos”, do original grego γνωρίζω gnōrizō.
[9] 1Coríntios 15:9
[10] Atos 9
[11] 1Coríntios 15:8
[12] https://www.youtube.com/watch?v=1ehbtCYAG6A
[13] Mateus 17:1-8; Marcos 9:2-8; Lucas 9:28-36; 2Pedro 1:18.
[14] Com o rosto transfigurado e com as vestes resplandecentes de brancura.
[15] Separados por grandes distâncias no espaço e por vários séculos no tempo, mas reunidos ali, naquele monte e naquele momento, pelo Soberano Senhor do espaço e do tempo.
[16] Lucas 9:31.
[17] 2Reis 2:9-14.
[18] Commentary Critical and Explanatory on the Whole Bible, JFB.
[19] João 1:29.
[20] 2Coríntios 5:21.
[21] Hebreus 13:15-16.
[22] Do grego, λογικός lŏgikŏs.
[23] Ou “visão de mundo”.
[24] No grego, αἰών aiōn, que significa "mundo", "era".