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13 setembro 2025

C.H. Spurgeon: Manhã & Noite (13/09)

Que, passando pelo vale de Baca, faz dele uma fonte; a chuva também enche os tanques” (Sl 84:6; trad. da bíblia ESV
o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva” (Sl 84:6; bíblia ARA
'Isso nos ensina que o conforto obtido por uma pessoa pode muitas vezes revelar-se útil para outra, assim como os poços poderiam ser utilizados pela companhia que viesse depois. Lemos um livro cheio de consolação, que é como a vara de Jônatas destilando mel (1Sm 14:27). Ah, pensamos que nosso irmão esteve aqui antes de nós, e cavou esse poço para nós, bem como para ele mesmo. “Noites de Choro”, “Harmonias Noturnas”, “Dia Eterno”, “Quinhão de Tribulação” e “Conforto para Enlutados” foram poços cavados por um peregrino para si mesmo, mas eles se revelaram bastante úteis para outros. Notamos isso especialmente nos Salmos, como neste início: “Por que estás abatida, ó minha alma?” (Sl 42:5). Os viajantes ficaram encantados ao verem as pegadas de um homem em uma enseada deserta [***], e nós nos deleitamos ao ver as marcas dos peregrinos enquanto atravessamos o vale de lágrimas. Os peregrinos cavam o poço, mas estranhamente ele é preenchido de cima, e não pela parte de baixo. Nós usamos os meios, mas a benção não brota dos meios. Cavamos um poço, mas o céu enche-o com chuva. O cavalo se prepara para o dia da batalha, mas do Senhor vem a vitória (Pv 21:31). Os meios estão conectados com o fim, porém eles não o produzem. Veja aqui a chuva enchendo os tanques, a fim de que os poços se tornem úteis como reservatórios para a água; o trabalho não se perde, mas não substitui a ajuda divina. A graça pode muito bem ser comparada à chuva por causa de sua pureza, por sua influência refrescante e vivificante, pela sua vinda celestial, e pela soberania com que é concedida ou negada. Que os nossos leitores tenham chuvas de bênçãos, e que os poços que eles cavaram sejam preenchidos com água! Ó, o que são os meios e as ordenanças sem o sorriso do céu! Eles são como nuvens sem chuva e poços sem água. Ó Deus de amor, abra as janelas do céu e derrame uma bênção sobre nós!'
[Devocional Manhã & Noite, trecho da manhã do dia 13 de setembro
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Nota do Tradutor (N.T.): “Noites de Choro”, “Harmonias Noturnas”, “Dia Eterno”, “Quinhão de Tribulação” e “Conforto para Enlutados” são alguns dos livros publicados pelo inglês Octavius Winslow (1808–1878), também conhecido como “O companheiro do Peregrino”, considerado um dos pregadores protestantes mais importantes do século XIX na Inglaterra.  
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[***] A ideia de que não estamos sozinhos na jornada de peregrinação cristã, quando percebemos que outros já trilharam o caminho antes de nós, e, provavelmente, outros ainda continuarão a trilhar o caminho depois de nós. 

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“(…) Este recebe pecadores (…)” (Lc 15:2
'Observe a condescendência desse fato. Este Homem, que Se eleva sobre todos os outros homens, santo, inofensivo, imaculado, separado dos pecadores, “este recebe pecadores”. Este Homem, que não é outro senão o Deus eterno, diante de quem os anjos velam seus rostos, “este recebe pecadores”. É preciso uma linguagem angelical para descrever uma tão poderosa condescendência de amor. Que qualquer um de nós estivesse disposto a buscar o perdido não haveria qualquer coisa de impressionante, pois ele é da nossa própria espécie; mas que Ele, o Deus ofendido, contra quem a transgressão foi cometida, tomar sobre Si a forma de servo, carregar o pecado de muitos e, então, receber de bom grado o mais vil dos vis, isso é maravilhoso. “Este recebe pecadores”; não, porém, para que permaneçam pecadores, mas Ele os recebe para que possa perdoar seus pecados, justificar o seu ser, limpar seus corações por Sua palavra purificadora, preservar suas almas pela habitação do Espírito Santo, habilitá-los a servi-Lo e, assim, manifestarem Seu louvor e terem comunhão com Ele. Jesus recebe pecadores no amor de Seu coração, tirando-os do monturo e usando-os como joias em Sua coroa; Ele os arranca como tições do fogo e preserva-os como inestimáveis monumentos de Sua misericórdia. Ninguém é tão precioso aos olhos de Jesus como os pecadores pelos quais Ele morreu. Quando Jesus recebe os pecadores, Ele não os recebe em um lugar fora de casa, em local ermo, onde caridosamente os recepciona como homens que não passam de pedintes, antes Ele abre os portões de ouro de Seu coração real e recebe o pecador diretamente em Si mesmo; sim, Ele admite o humilde penitente em união pessoal, e faz dele um membro do Seu corpo, de Sua carne e de Seus ossos. Nunca houve uma recepção como esta! Esse fato é ainda mais certo esta noite; Ele continua recebendo os pecadores; que os pecadores O recebam.'
[Devocional Manhã & Noite, trecho da noite do dia 13 de setembro