“O Senhor é Deus zeloso (…)” (Na 1:2)
'O seu Deus é muito zeloso do seu amor, ó crente. Acaso Ele escolheu você? Então, Deus não pode suportar que você escolha outro. Não te comprou Ele com Seu próprio sangue? Então, Deus não pode suportar que você pense que você é seu próprio, ou que você pertença a este mundo. Deus lhe amou com um tal amor que não poderia descansar no céu sem você; Ele preferiu morrer do que deixar você perecer; Ele não pode suportar que alguma coisa se interponha entre o amor do seu coração e Ele mesmo. O Senhor é muito zeloso de sua confiança. Ele não permitirá que você confie em um braço de carne. Ele não pode suportar que você cave cisternas rotas (Jr 2:13) quando a fonte transbordante lhe está eternamente livre. Quando nos apoiamos sobre Ele, Ele Se regozija, mas quando transferimos nossa dependência para outro, quando confiamos em nossa própria sabedoria, ou na sabedoria de um amigo, ou, o pior de tudo, quando confiamos em qualquer de nossas obras, Ele Se desagrada, e nos corrigirá para nos trazer para Si mesmo. Ele também é muito zeloso de nossa companhia. Não deve haver alguém com quem conversemos mais do que com Jesus. Permanecer apenas nEle – isso é verdadeiro amor, mas comungar com o mundo, encontrar suficiente consolo em nossos confortos carnais, preferir a comunhão de nossos companheiros cristãos à íntima relação com Ele, tudo isso é doloroso ao nosso zeloso Deus. O Senhor deseja nos ter habitando nEle e desfrutando da constante comunhão consigo mesmo; e muitas das provações que nos envia têm o propósito de afastar nossos corações da criatura e trazê-los para mais perto de Si. Que este zelo que nos mantém perto de Cristo seja também um conforto para nós, pois se Ele nos ama tanto a ponto de Se importar com nosso amor, podemos ter certeza que Ele não permitirá que coisa alguma nos prejudique, e que nos protegerá de todos os nossos inimigos. Ó, que possamos ter graça no dia de hoje para manter nossos corações em sagrada castidade ao nosso Amado, fechando nossos olhos, com sagrado zelo, para todas as fascinações do mundo!'
[Devocional Manhã & Noite, trecho da manhã do dia 12 de setembro]
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“Cantarei a misericórdia e o juízo (…)” (Sl 101:1)
'A fé triunfa nas provações. Quando a razão é lançada no cárcere, com os pés amarrados no tronco, a fé faz com que as paredes do calabouço ressoem com suas alegres notas enquanto clama: “Cantarei a misericórdia e o juízo; a ti, Senhor, cantarei”. A fé puxa a sombria máscara da face dos problemas e descobre o anjo por detrás dela. A fé olha as temíveis nuvens e vê que… …“estão cheias com misericórdias, e romperão em bênçãos sobre sua cabeça”. Esse é um motivo de louvor, mesmo nos juízos de Deus para nós, pois, em primeiro lugar, a provação não é tão pesada quanto poderia ter sido; depois, o problema não é tão grave como merecíamos ter suportado, e nossa aflição não é tão esmagadora como o fardo que outros têm de carregar. A fé observa que, em sua pior tristeza, não há coisa alguma de punição; não há nela uma gota da ira de Deus; tudo é enviado em amor. A fé discerne o amor brilhando como uma joia no seio de um Deus irado. A fé diz de sua tristeza: “Esta é uma insígnia de honra, pois um filho deve sentir a vara”; então, ela canta o doce resultado de suas tristezas, pois elas trabalham seu bem espiritual. Não, mais ainda; a fé diz: “A nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2Co 4:17). Assim, a fé cavalga sobre o cavalo negro, vencendo e para vencer, pisando a lógica e a razão carnal, cantando notas de vitória em meio ao mais pesado combate.
“Tudo que encontro me ajuda,
em meu caminho para a felicidade celestial;
embora as provações agora me acompanhem,
elas não mais incomodarão ao final.
Acima abençoado com um peso de glória,
embora o caminho até lá eu nunca esquecerei;
porém, exultante, eu clamarei,
que ele me conduziu ao trono do meu abençoado Rei”.'
[Devocional Manhã & Noite, trecho da noite do dia 12 de setembro]
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**Nota do Tradutor (N.T.): “estão cheias com misericórdias, e romperão em bênçãos sobre sua cabeça” é o trecho de um hino escrito pelo hinista e poeta inglês William Cowper (1731–1800).