Fobia incrédula
Ao
me deparar com o evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo pela primeira vez, estudando
o Novo Testamento de maneira sequencial e completa, fiquei maravilhado com a
coerência dos evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas), com a vivacidade
e a ponderação dos ensinamentos através de palavras diretas ou de parábolas
didáticas.
O
livro de Atos deixou clara a obediência dos apóstolos em relação à vontade do
nosso Senhor, depois dEle ter sido assunto aos céus, mostrando que eles
passaram por diversas tribulações e desafios para continuarem a espalhar as boas
novas da salvação.
Também
fiquei impressionado com as epístolas, pelo seu conteúdo de verdade e
exortação, particularmente as cartas paulinas, com toda a densidade de
ensinamentos e a visão detalhada da obra salvífica do nosso Deus absoluto,
misericordioso e justo.
Deixou-me
uma marca indelével o termo carinhoso empregado pelo apóstolo João em suas
epístolas, nos chamando de “filhinhos” e nos falando sobre o “Verbo da vida”.
Até
a carta de Judas, o penúltimo livro, o estudo seguiu bem fluido, até chegar ao
texto da Revelação em Apocalipse, o último texto neotestamentário, onde relutei
alguns dias para começar a estudá-lo, até finalmente vencer a fobia (do grego
“phobos”, medo).
Ao
estudar o texto de Apocalipse, já depois de ter recebido edificação dos outros
livros, a compreensão de algumas passagens deste livro ficou um pouco mais
clara, apesar do elevado grau de dificuldade para a sua interpretação.
Percebi
então, na parte final do texto (Ap 21:8), que é importante combater o medo,
pois este é um sinal da falta de fé, como está relatado no evangelho de Marcos
(Mc 4:40), onde Jesus “perguntou aos seus discípulos: Por que vocês estão com
tanto medo ? Ainda não têm fé ?”
A
primeira epístola de João (1Jo 4:18) resume bem esta questão: “No amor não há
medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe
castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor”.
Este
parece ser o verdadeiro sentido do amor, fortalecido ou estruturado pela fé na Santa
Trindade, que liberta do medo do castigo e se concentra na liberdade de poder
servir ao nosso Deus, de maneira corajosa e comprometida, atendendo às suas
ordenanças e propósitos para as nossas vidas. Louvado seja, Senhor nosso e Salvador
nosso, por teu sublime e destemido amor, derramado sobre nós através do Teu
sacrifício na cruz.