Longe e perto
O
conceito de perto e longe parece depender de uma escala, de um referencial. Por
exemplo, dois átomos de hidrogênio (H), se estiverem separados por uma
distância de vários Ångstrons (10-10m), já é o suficiente para não
estarem ligados covalentemente, compartilhando seus elétrons na formação da
molécula de hidrogênio (H-H ou H2). Portanto, para a escala de dois
átomos de hidrogênio, uma distância da ordem de 10-10m é
suficientemente longe, não permitindo que eles possam se ligar quimicamente.
Em
outro exemplo extremo, a distância média entre os planetas Terra e Marte (um
dos vizinhos mais próximos no sistema solar) é de cerca de algumas dezenas de
bilhões de metros (1010m), e mesmo assim, o homem ainda sonha com
missões tripuladas a este planeta, através dos programas de exploração
espacial. Desta forma, para a escala ou o referencial humano, uma distância da
ordem de 1010m parece longe o bastante para representar um desafio
tecnológico de concretizar missões tripuladas ao planeta Marte.
São 20 ordens de grandeza entre 10-10
e 1010, ou seja, são 20 zeros de diferença (00000000000000000000)
entre estas duas escalas, e ainda não chegamos nem perto dos extremos do
Universo diminuto e do Universo cósmico.
Segundo os conceitos atuais da
ciência, o menor comprimento com significado físico é o comprimento de Planck,
da ordem de 10-35m (0,00000000000000000000000000000000001 m). Esta
seria a dimensão que representaria bem o Universo diminuto, o limite inferior
de tamanhos físicos. Por outro lado, o Universo observável (cósmico),
levando-se em conta todas as galáxias, seus grupos e agregados conhecidos, tem
um tamanho estimado da ordem de 1026m (100000000000000000000000000
m).
Se compararmos estes dois limites
aparentes, estamos falando de cerca de 60 ordens de grandeza, ou seja, de 60
zeros de diferença entre estas duas escalas
(000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000).
Considerando que a ciência atualmente
especula o significado de dimensões ainda menores do que o comprimento de Planck,
e que o Universo cósmico real ainda pode ser maior do que o Universo observado,
apenas porque ainda é inobservável, esta diferença de escalas ou ordens de
grandeza, entre o diminuto e o cósmico, pode ser ainda mais expressiva, ou
seja, conter mais zeros. É interessante ressaltar também que o tamanho médio de
um ser humano está na escala do metro (1 m), dimensão esta que se encontra
quase no meio da escala entre o diminuto e o cósmico, ou seja, grosso modo está
praticamente tão distante do comprimento de Planck do que está em relação ao
tamanho do Universo observável.
Consultando
as sagradas escrituras no livro de Jeremias (23:23), indaga o nosso
Senhor, "Sou Eu apenas um Deus de perto", ... , "e não também um
Deus de longe?” O Senhor continua, no versículo 24, dizendo, “Poderá alguém
esconder-se sem que Eu o veja?", ... , "Não sou Eu aquele que enche
os céus e a terra?"
O nosso Deus grandioso, que “enche
os céus e a terra”, ocupa-se tanto do diminuto, quanto do cósmico, e tem um
especial cuidado com os seus filhos, os seres humanos, sabendo o que se passa
no coração de cada um de nós.
Considerando a escala do Universo
observável, cada ser humano representa um tamanho ou uma fração bem pequena
deste Universo, e mesmo assim o Pai celestial presta atenção em cada um dos
Seus filhos, a exemplo do que está escrito em Isaías (49:16), onde declara o nosso
Senhor, “Veja, eu gravei você nas palmas das minhas mãos; seus muros estão
sempre diante de mim”, mostrando que ele se importa conosco a nível também
individual.
Independente da escala ou do
referencial, qualquer que seja a ordem de grandeza ou a unidade de medida, em
metros ou em qualquer outra, o Espírito Santo que habita em nós nos aproxima de
Deus, nos deixando o mais perto possível do nosso Criador, como pode ser
observado em Efésios (2:22): “Nele vocês também estão sendo juntamente
edificados, para se tornarem morada de Deus por seu Espírito”.
Portanto, não há distância ou
separação em relação ao nosso Senhor, quando o Seu Espírito faz de nós a Sua
morada, posicionando-nos o mais perto possível de Deus, em qualquer ordem de
grandeza ou unidade de medida conhecida pelo homem.
Graças te damos, “Deus de perto”,
por permitir-nos desfrutar da Tua majestosa presença, tão próxima, tão edificante
e tão transformadora.
Louvado seja o nosso Senhor.