"Lady Jane Kenmure estava intimamente familiarizada com a tristeza e adversidade. Em 1600, ela nasceu numa distinta família escocesa e, mais tarde, casou-se com Sir John Gordon, que se tornou o Lorde Kenmure. Muitos podem ter invejado seu prestígio social, mas grandes dificuldades marcaram a vida dessa crente humilde e devota. Casada havia apenas oito anos, ela havia perdido três filhas pequenas. No mesmo ano em que sua terceira filha morreu, o marido caiu em dores mortais e também faleceu. Um mês ou dois depois, ela deu alegremente à luz um filho, mas quatro anos depois, o menino ficou doente e também morreu. Cerca de um ano mais tarde, ela se casou novamente, mas sua felicidade durou pouco porque seu segundo marido faleceu logo depois. Durante o prolongado período de luto de Lady Kenmure, Samuel Rutherford, seu pastor, escreveu cartas pastorais para confortá-la. Observe como ele a orientou a pensar na soberania de Deus:
Estejais contente em passas pelas águas ao teu redor e gloria-te nEle, segurando Sua mão, pois Ele conhece todas as vaus... Quando levantares teus olhos naquela direção e deres uma olhada na cidade de ouro... haverás de dizer, então 'Vinte e quatro horas habitando nesse lugar valem mais que setenta anos de tristeza sobre a terra'... Em todo o Seu proceder com Seus filhos, Deus almeja levá-los a ter um elevado desprezo e uma inimizade mortal pelo mundo; a fim de que estabeleçam um valor elevado para Cristo e pensem nEle como Aquele que não pode ser adquirido com ouro e que é digno de que lutemos por ele. Não é por nenhum outro motivo... que o Senhor retira de ti os brinquedos e os deleites terrenos que Ele dá aos outros, mas para que tu sejas completamente dEle... Aceita a vontade do Todo-Poderoso... Deixa que a cruz de teu Senhor Jesus tenha o teu submisso e resoluto AMÉM... Confesso que me pareceu estranho que o Senhor tivesse que fazer aquilo que dava a impressão de querer lançar por terra todos os teus confortos mundanos; mas nós não podemos ver as razões da Soberania do Todo-Poderoso. 'Ele vai à nossa direita e à nossa esquerda, mas não o vemos'. Não vemos nada senão os pedaços dos elos quebrados das correntes da Sua providência. ['The Letters of Samuel Rutherford', Samuel Rutherford]"
Estejais contente em passas pelas águas ao teu redor e gloria-te nEle, segurando Sua mão, pois Ele conhece todas as vaus... Quando levantares teus olhos naquela direção e deres uma olhada na cidade de ouro... haverás de dizer, então 'Vinte e quatro horas habitando nesse lugar valem mais que setenta anos de tristeza sobre a terra'... Em todo o Seu proceder com Seus filhos, Deus almeja levá-los a ter um elevado desprezo e uma inimizade mortal pelo mundo; a fim de que estabeleçam um valor elevado para Cristo e pensem nEle como Aquele que não pode ser adquirido com ouro e que é digno de que lutemos por ele. Não é por nenhum outro motivo... que o Senhor retira de ti os brinquedos e os deleites terrenos que Ele dá aos outros, mas para que tu sejas completamente dEle... Aceita a vontade do Todo-Poderoso... Deixa que a cruz de teu Senhor Jesus tenha o teu submisso e resoluto AMÉM... Confesso que me pareceu estranho que o Senhor tivesse que fazer aquilo que dava a impressão de querer lançar por terra todos os teus confortos mundanos; mas nós não podemos ver as razões da Soberania do Todo-Poderoso. 'Ele vai à nossa direita e à nossa esquerda, mas não o vemos'. Não vemos nada senão os pedaços dos elos quebrados das correntes da Sua providência. ['The Letters of Samuel Rutherford', Samuel Rutherford]"
"Será que Deus realmente usa o nosso sofrimento para o nosso bem? Absolutamente. Um dos benefícios do sofrimento é que ele nos ensina a odiar o pecado. Quando Cristo foi ao túmulo de Lázaro, Ele 'agitou-se no espírito e comoveu-se' (João 11:33). Ele agonizou diante das lágrimas, da dor e da tristeza que o pecado e a morte trazem. Quando experimentamos o sofrimento, aprendemos a odiar o pecado, que é o causador dessas coisas. O sofrimento também coopera para o nosso bem, porque expõe o pecado em nossas vidas. Quando tudo está bem, é fácil nos sentirmos piedosos. Mas, assim que as coisas desmoronam e os infortúnios se interpõem em nosso caminho, somos mais tentados a ficar irados com Deus. Podemos perder a paciência facilmente e começar a duvidar da Sua bondade. É nesse ponto que a pessoa descobre se, de fato, confia em Deus, pois o sofrimento evidenciará todo o mal que estiver no coração. O sofrimento não só evidenciará o pecado, como também o removerá. Ele é um fogo que queima a nossa escória e releva o ouro e a prata puros. Jó disse a respeito de Deus: 'Mas ele sabe o meu caminho; se ele me provasse, sairia eu como o ouro' (Jó 23:10). De que outra maneira o sofrimento coopera para o nosso bem? Ele revela que nós, na verdade, somos Seus filhos. Afinal, 'o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos' (Hebreus 12:6-8). Sua disciplina é a evidência de que somos Seus filhos. O sofrimento também nos leva a Deus. Na prosperidade, o coração fica facilmente dividido. É por isso que Deus advertiu os israelitas para que não se esquecessem dEle quando Ele os levasse para a Terra Prometida (Deuteronômio 6:10-13). O sofrimento nos obriga a parar de nos concentrar no mundo. Quando tudo em nossas é confortável, somos inclinados a nos preocupar com a nossa casa, o carro, o trabalho, os negócios ou com nosso guarda-roupa. Mas suponha que um ente querido fique com uma doença terminar. Isso mudaria os nossos valores e nos levaria a Deus, que é uma boa resposta para uma situação trágica. O 'espinho na carte' de Paulo o levou ao Senhor (2 Coríntios 12:7-10). Quaisquer que sejam nossas aflições, estejamos seguros de que Deus as está usando soberanamente para o nosso bem. Tendo esse assunto como tema, Margaret Clarkson escreveu um livro para aqueles que vivem suas vidas numa dor perpétua. Ela o intitulou Grace Grows Best in Winter [A Graça Cresce Melhor no Inverno] - uma citação das cartas de Samuel Rutherford, o pastor que procurava confortar a senhora em sofrimento [Lady Jane Kenmure]... O subtítulo do livro de [Margaret] Clarkson é Help for Those Who Must Suffer [Ajuda para Aqueles que Devem Sofrer], e uma de suas muitas observações úteis é a seguinte:
A soberania de Deus é a rocha invencível, à qual o coração humano em sofrimento deve se firmar. As circunstâncias que rodeiam a nossa vida não são uma casualidade: elas podem ser obra do mal, mas esse mal está firmemente preso na mão poderosa de nosso Deus soberano... Todo mal está sujeito a Ele, e o mal não pode tocar Seus filhos, a menos que Ele permita. Deus é o Senhor da história humana e da história pessoal de cada membro de sua família redimida... Ele não explica suas ações a nós mais do que explicou a Jó, mas Ele nos deu o que os sofredores dos tempos antigos nunca tiveram - a revelação escrita de Sua soberania e de Seu amor, e a manifestação de Si mesmo no Salvador [Cristo Jesus]. Se aqueles Santos puderam triunfar de modo tão glorioso sem tamanha revelação, nós que a temos seremos derrotados? ['Grace Grows Best in Winter', Margaret Clarkson]"
[trechos do capítulo 9 (Nosso Deus soberano) do livro "Deus: face a face com sua majestade", de John MacArthur]