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13 junho 2025

EB16: "A Bondade do Redentor para com uma Alma Crente"


A Bondade do Redentor para com uma Alma Crente

(Sermão #8 de Robert Murray M’Cheyne - RMM)

Cântico dos Cânticos [de Salomão] 8:5-7

Coro

5Quem é esta que sobe do deserto

e vem encostada ao seu amado?

Esposo

Debaixo da macieira te despertei,

ali esteve tua mãe com dores;

ali esteve com dores aquela que te deu à luz.

[*Esposa*]

6Põe-me como selo sobre o teu coração,

como selo sobre o teu braço,

porque o amor é forte como a morte,

e duro como a sepultura, o ciúme;

as suas brasas são brasas de fogo,

são veementes labaredas.

7As muitas águas não poderiam apagar o amor,

nem os rios, afogá-lo;

ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor,

seria de todo desprezado.

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“Quem é esta que vem subindo do deserto, apoiada em seu amado? Debaixo da macieira eu a despertei; ali a sua mãe teve dores de parto, ali esteve com dores aquela que o deu à luz. Ponha-me como selo sobre o seu coração, como selo sobre o seu braço, porque o amor é tão forte como a morte, e o ciúme é tão duro como a sepultura. As suas chamas são chamas de fogo, são labaredas enormes. As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo. Ainda que alguém oferecesse todos os bens da sua casa para comprar o amor, receberia em troca apenas desprezo” (Ct 8:5-7)

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Introdução ao livro “Cântico dos Cânticos” [de Salomão]

Bíblia ESV:

- “De acordo com a interpretação mais comum, o Cântico dos Cânticos é uma coletânea de poemas de amor entre um homem e uma mulher, celebrando o relacionamento amoroso [intimidade] que Deus planejou para o casamento. Deus estabeleceu o casamento, incluindo a união física entre marido e mulher (Gn 2:18-25), e a literatura sapiencial israelita valoriza esse aspecto do casamento como a expressão apropriada da sexualidade humana (Pv 5:15-20). O Cântico dos Cânticos também tem sido entendido como uma ilustração do amor mútuo de Cristo e sua igreja. É possível que Salomão (século X a.C.) seja o autor (1:1). No entanto, este versículo pode significar que o Cântico foi dedicado a Salomão ou foi escrito sobre ele e, portanto, muitos estudiosos consideram o livro anônimo.”

Bíblia de Estudo da Reforma (ed. R.C. Sproul):

- O título do livro em hebraico é melhor traduzido como Cântico dos Cânticos, uma construção que expressa o superlativo (cf. ‘Senhor dos senhores’). Em outras palavras, este é ‘O Melhor Cântico’. O livro recebe alguns nomes diferentes. Um deles é ‘Cantares de Salomão’, que permite a hipótese de Salomão ser o autor ou o destinatário.

- Em certo sentido, o livro inteiro é um único poema de amor, daí o título “O Cântico [singular] dos Cânticos [plural]”. Mas o Cântico também pode ser visto como uma coletânea de poemas menores.

- Alguns leem o Cântico como um drama com dois personagens, a sulamita e o rei/pastor, mas parece que estamos em terreno mais seguro ao ler o Cântico como uma antologia de poemas de amor (românticos).

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Mensagem baseada no Sermão 8 de RMM (Dundee, 1840)

- Neste texto somos apresentados ao grande Redentor e a uma alma crente, e podemos ouvir uma conversa entre eles.

I. A postura da igreja

1. O texto diz que ela estava no “deserto”:

- Para um filho de Deus, este mundo é um deserto.

- Em primeiro lugar: porque tudo que há aqui está perecendo. Aqui nada é duradouro. As pessoas são como a erva: “Quanto ao homem, os seus dias são como a relva; como a flor do campo, assim ele floresce; pois, soprando nela o vento, desaparece; e não conhecerá, daí em diante, o seu lugar.” (Sl 103:15-16)

- Frequentemente, os confortos deste mundo são como a aboboreira (“planta”) de Jonas (4:6 em diante), que cresceu e fez sombra para sua cabeça a fim de refrescá-lo do calor intenso. No dia seguinte, Deus preparou um verme, e a planta secou. Assim como Jonas “pediu para si a morte”, nós também nos desesperamos da própria vida.

- “não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir” (Hb 13:14)

- “Levantai-vos e ide-vos embora, porque não é lugar aqui de descanso; ide-vos por causa da imundícia que destrói, sim, que destrói dolorosamente” (Mq 2:10)

- “não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2Co 4:18)

- Em segundo lugar: porque tudo neste mundo está contaminado com o pecado.

- “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno” (1Jo 5:19)

- “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7:24)

2. O texto também diz que ela estava “subindo do deserto”:

- Almas não convertidas estão descendo para o deserto, para perecerem ali. Todos os cristãos estão saindo dele [do deserto].

- Todo cristão verdadeiro deveria estar progredindo, “subindo do deserto”.

- Sul da Rússia: vastas planícies que vão gradualmente se elevando, dos Montes Urais até ao sopé das Montanhas do Cáucaso.

- Durante uma viagem, jamais pensamos em construir uma casa no deserto.

- Todos os nossos esforços devem ser empregados em “avançar na jornada”.

3. O texto ainda diz que ela estava “apoiada (encostada) em seu amado”:

- Não há mais ninguém neste cenário, além da noiva e do seu amado, em um vasto deserto. Ela não está se apoiando nele com um braço, e em outra pessoa, com o outro braço. Ela está se apoiando somente no seu amado!

- Isso acontece com a alma ensinada por Deus. Ela sente que está sozinha, com Cristo, neste mundo, então ela se apoia completamente em Cristo, como se não tivesse mais ninguém no universo. Ela coloca todo o seu peso sobre o seu marido!

- Quando uma pessoa é salva de um afogamento, ela coloca todo o seu peso sobre o seu salvador. Quando a ovelha perdida foi encontrada, ela foi colocada sobre os ombros do pastor (“Parábola da ovelha perdida”, Lc 15:3-7).

- Lance o fardo das coisas temporais e a preocupação de sua alma sobre Cristo.

- “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31b).

- “mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam” (Is 40:31).

- A águia sobe tão diretamente para cima, que os poetas têm imaginado que ela tem o sol como seu alvo. Assim faz a alma que espera em Cristo!

II. A palavra de Cristo para a alma que se apoia nela

1. “Eu a despertei”. Cristo lembra ao crente de seu estado natural.

- Toda alma que agora está em Cristo era como um “bebê abandonado” (Ez 16).

- “Então, vos lembrareis dos vossos maus caminhos e dos vossos feitos que não foram bons; tereis nojo de vós mesmos por causa das vossas iniqüidades e das vossas abominações” (Ez 36:31).

- “Disse-me ele: Profetiza a estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR. Assim diz o SENHOR Deus a estes ossos: Eis que farei entrar o espírito em vós, e vivereis. Porei tendões sobre vós, farei crescer carne sobre vós, sobre vós estenderei pele e porei em vós o espírito, e vivereis. E sabereis que eu sou o SENHOR” (Ez 37:4-6).

2. Ele lembra você do amor dele: “Eu a despertei”.

- O próprio Cristo é a macieira, que espalha os seus galhos em todas as direções e proporciona sombra e frutos. “Eu a despertei”, Cristo não apenas abriga, mas atrai para o abrigo, “debaixo da macieira” (Ct 8:5).

III. A alma apoiada clama por graça contínua

- A alma diz: “Põe-me como selo” (Ct 8:6). Uma das evidências mais seguras de que recebemos a graça divina é desejar mais graça!

- Se você estiver contente em permanecer onde está, sem se aproximar mais de Deus ou sem ser mais santo, então essa é uma indicação de que você não possui nenhuma graça. A alma que recebeu a graça de Deus diz a ele: ‘Esconda-me mais profundamente, amarre-me mais firmemente e leve-me mais completamente’.

1. O amor de Cristo é forte como a morte.

- A morte é terrivelmente forte! Quando atinge alguém, ela o derruba. Assim é o amor de Cristo!

2. O amor de Cristo é duro, ou implacável, como a sepultura.

- A sepultura não abrirá mão de seus mortos e nem Cristo abrirá mão daqueles que lhe pertencem. As chamas desse amor são veementes e inextinguíveis como as chamas do Inferno!

- Assim, queridos amigos, vocês devem escolher entre dois fogos eternos: “Quem nos separará do amor de Cristo?” (Rm 8:35a).

- As “muitas águas” (Ct 8:7a), como sinal de “obstáculos”, não poderiam apagar esse amor! Tampouco os obstáculos das aflições o podem!

3. O amor de Cristo não pode ser comprado.

- “ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Ct 8:7b).

- Você deve receber o amor de Cristo de graça, ou não o receberá de modo algum!

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Aplicações:

Cântico é mais do que amor e intimidade: é sobre amor e intimidade redimidos” (R.C. Sproul)


- O lar cristão: marido e mulher (Ef 5:22-33)

- No lar cristão, o marido como reflexo de Cristo, e a esposa como reflexo da igreja.

- “1Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? 2De modo nenhum!” (Rm 6:1-2)

- Superabundante graça: “Graças a Deus pelo seu dom inefável!” (2Co 9:15)


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Conclusão:


Provérbios 5:15–20

   15Bebe a água da tua própria cisterna

    e das correntes do teu poço.

   16Derramar-se-iam por fora as tuas fontes,

    e, pelas praças, os ribeiros de águas?

   17Sejam para ti somente

    e não para os estranhos contigo.

   18Seja bendito o teu manancial,

    e alegra-te com a mulher da tua mocidade,

   19corça de amores e gazela graciosa.

    Saciem-te os seus seios em todo o tempo;

    e embriaga-te sempre com as suas carícias.

   20Por que, filho meu, andarias cego pela estranha

    e abraçarias o peito de outra?

 

Cântico dos Cânticos 8:14

Esposa

14Vem depressa, amado meu,

faze-te semelhante ao gamo ou ao filho da gazela,

que saltam sobre os montes aromáticos.


26 julho 2024

Aprendizado piedoso 187

Cantares (de Salomão) 2:1-3  (versão ARA):
[Esposa]
1 "Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales."
[Esposo]
2 "Qual o lírio entre os espinhos, tal é a minha querida entre as donzelas."
[Esposa]
3 "Qual a macieira entre as árvores do bosque, tal é o meu amado entre os jovens; desejo muito a sua sombra e debaixo dela me assento, e o seu fruto é doce ao meu paladar."

“Veja o que Cristo pensa do crente. 'Qual o lírio entre os espinhos, tal é meu amor entre as filhas' (Ct 2:2). O crente é como uma linda flor aos olhos de Cristo. 1. Porque, justificado aos olhos de Cristo, lavado em Seu sangue, ele é puro e branco como um lírio. Cristo não pode ver nenhuma mancha em Sua própria justiça e, portanto, Ele não vê mancha no crente. 'Tu és toda formosa, meu amor, como um lírio entre os espinhos assim é o meu amor'. 2. A natureza de um crente é mudada. Uma vez que ele era como o estéril espinheiro, que só serviria para ser queimado, agora Cristo colocou um novo espírito nele, o orvalho tem sido concedido a ele, e ele cresce como o lírio. Cristo ama a nova criatura. 'Todo meu prazer está neles'. 'Qual o lírio entre os espinhos, tal é meu amor entre as filhas' (Ct 2:2). Você é um Cristão? Então não importa se o mundo te despreza, embora eles chamam-lhe por nomes depreciativos, lembre-se que Cristo te ama, Ele te chama: 'meu amor'. Permanecei nEle, e você deve permanecer no Seu amor. 'Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos'. 3. Porque, estão sós no mundo. Observem, só há um lírio, mas muitos espinhos. Há um grande deserto cheio de espinhos, e apenas uma flor solitária. Portanto, há um mundo que jaz no maligno, e um pequeno rebanho dos que creem em Jesus. Alguns crentes ficam abatidos porque eles se sentem solitários e sozinhos. Pensam: 'Se eu estivesse no caminho certo, certamente eu não seria tão solitário'... Certamente as pessoas sábias, e as amáveis e gentis que eu vejo ao redor de mim, com certeza, se houvesse alguma verdade na religião [fé cristã], elas saberiam disso. Não te abatas. É uma das marcas do povo de Cristo, a saber, que eles estão sozinhos no mundo, e ainda assim eles não estão sozinhos. É uma das peculiares belezas que Cristo vê em Seu povo, que eles são solitários entre um mundo de espinhos. 'Qual o lírio entre os espinhos, tal é meu amor entre as filhas' (Ct 2:2). Não desanimes. Este mundo é o mundo da solidão. Quando vocês forem transplantados para o jardim de Deus, então vocês não serão mais solitários, e então vocês ficarão longe de todos os espinhos. Como flores em um belo jardim misturam seus milhares de odores para enriquecer a brisa que passa, assim, no paraíso acima, você deve se unir aos milhares de redimidos misturando o aroma deles como o seu louvor. Você deve se unir aos redimidos como flores vivas para formar uma guirlanda para a fronte do Redentor.

(R.M. M’Cheyne, em sermão intitulado "Qual o Lírio Entre os Espinhos, Tal é Meu Amor Entre as Filhas", baseado no livro de Cantares de Salomão)