Print Friendly and PDF
Mostrando postagens com marcador encorajamento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador encorajamento. Mostrar todas as postagens

07 maio 2025

"Boa palavra ao cansado" (Is 50:4)

"O SENHOR Deus me deu língua de eruditos, para que eu saiba dizer boa palavra ao cansado. Ele me desperta todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que eu ouça como os eruditos." (Is 50:4)

*Para as palavras destacadas no texto acima, os dicionários bíblicos trazem os seguintes significados:
eruditos: (#H3928) discípulo, ensinado, instruído.
cansado: (#H3287) fatigado, exausto, fraco, desgastado, exaurido, desfalecido.
desperta: (#H5782) agitar, despertar, acordar, incitar.

**João Calvino tem o seguinte comentário (traduzido) sobre este texto (Is 50:4):
'Deu-me a língua dos eruditos. Ele [Servo do Senhor] diz que o Senhor lhe deu uma "língua", para que as promessas com as quais ele anima o povo tenham maior peso. Nossa fé vacila, se suspeitamos que um homem [proclamando o Evangelho] fala por si mesmo; e a condição daquele povo era tão miserável que nenhum argumento humano poderia induzi-lo a alimentar a esperança de libertação. Isso se resume a que a mensagem da salvação iminente lhes é trazida do céu; e se alguém não a recebe, prova ser rebelde e desobediente. Embora essas palavras sejam literalmente intencionadas pelo Profeta [Isaías] para assegurar a crença em suas declarações, podemos inferir delas, de modo geral, que ninguém é apto para ensinar, se não tiver sido primeiro qualificado por Deus. Isso lembra a todos os professores piedosos que peçam ao Espírito de Deus o que de outra forma não poderiam possuir. Eles devem, de fato, estudar diligentemente, para não subir ao púlpito até que estejam totalmente preparados; mas devem se apegar a este princípio: todas as coisas necessárias para o desempenho de seu ofício são dons do Espírito Santo. E, de fato, se não fossem órgãos do Espírito Santo, seria extrema temeridade manifestar-se publicamente em nome de Deus.
Para que eu saiba dizer uma palavra oportuna aos cansados. Algum verbo deve ser acrescentado aqui, como "administrar" ou "proferir". A palavra "conhecer" inclui sabedoria e habilidade, que um pastor deve possuir, para que a Palavra de Deus seja fiel e proveitosamente administrada por ele; como se ele tivesse dito que foi bem instruído na escola de Deus e, portanto, sabe bem o que é adequado para aqueles que são miseráveis ​​e que gemem sob um fardo. O termo "cansado" é aplicado àqueles que são oprimidos por muitas aflições; como vimos anteriormente, "que dá força ao cansado" (Is 40:29). Assim também Cristo fala: "Vinde a mim, todos os que estais cansados ​​e sobrecarregados" (Mt 11:28). Ele [Servo do Senhor], portanto, quer dizer que Deus tem sido seu mestre e instrutor, para que ele possa confortar os homens miseráveis ​​com a consolação apropriada, para que, por meio dela, seus corações abatidos sejam encorajados ao sentir a misericórdia de Deus.
Daí inferimos que o dever mais importante dos ministros da Palavra é confortar os homens miseráveis, oprimidos pelas aflições, ou que se curvam sob seu peso, e, em suma, apontar o que é o verdadeiro descanso e serenidade de espírito, como vimos anteriormente (Is 33:20). Da mesma forma, somos ensinados o que cada um de nós deve buscar principalmente nas Escrituras, a saber, que possamos ser providos de doutrina apropriada e adequada para aliviar nossas aflições. Aquele que, por meio de consolação oportuna, em situações aflitivas ou mesmo desesperadoras, consegue animar e sustentar seu coração, deve saber que obteve boa proficiência no Evangelho. Reconheço que a doutrina tem, de fato, vários usos; Pois não só é útil para confortar os aflitos e fracos, mas também contém severas repreensões e ameaças contra os obstinados (2Tm 3:16) Mas Isaías mostra que o principal dever que lhe incumbe é trazer algum consolo aos judeus que, na angústia presente, estão prestes a desfalecer.'

***Matthew Henry também tem um comentário (traduzido) sobre este texto (Is 50:4):
'Nosso Senhor Jesus, tendo provado ser capaz de salvar, mostra-se aqui tão disposto quanto capaz de salvar. Supomos que o profeta Isaías diga algo sobre si mesmo nestes versículos, engajando-se e encorajando-se a prosseguir em sua obra como profeta, apesar das muitas dificuldades que enfrentou, sem duvidar que Deus o apoiaria e o fortaleceria; mas, como Davi, ele fala de si mesmo como um tipo de Cristo, que é aqui profetizado e prometido como o Salvador.
I. Como um pregador aceitável. Isaías, como profeta, era qualificado para a obra para a qual foi chamado, assim como o restante dos profetas de Deus, e outros a quem ele empregou como seus mensageiros; mas Cristo foi ungido com o Espírito, acima de seus semelhantes. Para tornar o homem de Deus perfeito, ele tem: 1. A língua dos eruditos, para saber instruir, como dizer uma palavra, a seu tempo, ao que está cansado, v. 4. Deus, que criou a boca do homem, deu a Moisés a língua dos eruditos, para falar para o terror e a convicção de Faraó, Êx 4:11-12. Ele deu a Cristo a língua dos eruditos, para falar uma palavra a seu tempo, para o conforto daqueles que estão cansados ​​e sobrecarregados sob o fardo do pecado, Mt 11:28. A graça foi derramada em seus lábios, e deles se diz que gotejam mirra de aroma agradável. Veja qual é o melhor aprendizado de um ministro: saber confortar consciências atribuladas e falar de forma pertinente, adequada e clara aos vários casos de pobres almas. A capacidade de fazer isso é um dom de Deus, e é um dos melhores dons, que devemos cobiçar fervorosamente. Descansemos nas muitas palavras consoladoras que Cristo disse aos cansados. 2. O ouvido dos eruditos, para receber instrução. Os profetas têm tanta necessidade disso quanto da língua dos eruditos; pois devem transmitir o que lhes é ensinado e nada mais; devem ouvir a palavra da boca de Deus com diligência e atenção, para que a pronunciem com exatidão, Ez 3:17. O próprio Cristo recebeu para poder dar. Ninguém deve empreender ser mestre, sem antes ter aprendido. Os apóstolos de Cristo foram primeiramente discípulos, escribas instruídos para o reino dos céus, Mt 13:52. Não basta ouvir, mas devemos ouvir como os eruditos, ouvir e compreender, ouvir e lembrar, ouvir como aqueles que aprenderiam pelo que ouvimos. Aqueles que ouviriam como os eruditos devem estar despertos e vigilantes; pois somos naturalmente sonolentos e adormecidos, e incapazes de ouvir de forma alguma, ou ouvimos pela metade, ouvimos e não prestamos atenção. Nossos ouvidos precisam ser despertados; Precisamos que algo nos seja dito para nos despertar, para nos despertar de nosso sono espiritual, para que possamos ouvir sobre nossas vidas. Precisamos ser despertados manhã após manhã, tão adequadamente quanto o dia retorna, para sermos despertados para fazer o trabalho do dia a dia. Nossa situação exige suprimentos contínuos e renovados da graça divina, para nos libertar da monotonia que contraímos diariamente. A manhã, quando nossos espíritos estão mais animados, é um momento apropriado para a comunhão com Deus; então estamos na melhor posição tanto para falar com Ele (minha voz ouvirás pela manhã) quanto para ouvi-Lo. O povo vinha cedo pela manhã para ouvir Cristo no templo (Lc 21:38), pois, ao que parece, seus sermões eram matinais. E é Deus quem nos desperta manhã após manhã. Se fazemos algo com propósito em Seu serviço, é Ele quem, como nosso Mestre, nos chama; e dormiríamos perpetuamente se Ele não nos despertasse manhã após manhã.'

****Outros comentaristas (Bíblia FSB) também trazem comentários (traduzidos) neste texto (Is 50:4):
'A língua de um pupilo (discípulo). O Servo [do Senhor] afirma ser discípulo do próprio Deus, e atribui a Deus o mérito de Sua fala erudita. O papel de um discípulo era aprender com seu mestre, e transmitir com precisão as tradições aprendidas com ele. O Servo aprende com Deus — como Israel deveria ter aprendido — e é capaz de transmitir a palavra de Deus (novamente, como Israel deveria ter aprendido).
O Servo diz que recebeu a "língua dos discípulos". O termo hebraico para eruditos [#H3928, proveniente de #H3925], que significa “aqueles que são ensinados”, também é traduzido como “discípulos” em Is 8:16. O uso mais comum desta palavra no Antigo Testamento descreve alguém que é instruído a manter o relacionamento divino-humano (Dt 4:10), e alguém que sabe viver de uma maneira que agrade a Deus (ver Is 1:17).
As alusões ao Êxodo podem continuar aqui, com uma conexão com o chamado de Moisés, que afirma ser “pesado de língua”. Javé (Yahweh) repreende Moisés, e o lembra de que pode torná-lo eloquente (Êx 4:10-12). As conexões com o Êxodo ligam a imagem messiânica das passagens sobre o Servo com a expectativa de um "profeta semelhante a Moisés" em Dt 18:15.
Os Evangelhos apresentam Jesus como um mestre erudito e eloquente, mencionando frequentemente como as multidões se maravilhavam com Seus ensinamentos (Mt 7:28-29; Mc 6:2), e se maravilhavam com o poder singular de Suas palavras (Jo 7:46).
Ajude o cansado com uma palavra. O poder da palavra do Servo [do Senhor] é comparável à renovação prometida àqueles que esperaram em Javé (Yahweh) em Is 40:31. O Servo cumpre perfeitamente o papel que Deus designou a Israel, e é aquele por quem eles esperavam para inaugurar a Sua salvação.'

11 janeiro 2025

EB13: "Encorajamento Proverbial"

Encorajamento Proverbial (Mashal)

Provérbios 3:13-18;19-26 (ARA):

13Feliz o homem que acha sabedoria,

e o homem que adquire conhecimento;

14porque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata,

e melhor a sua renda do que o ouro mais fino.

15Mais preciosa é do que pérolas,

e tudo o que podes desejar não é comparável a ela.

16O alongar-se da vida está na sua mão direita,

na sua esquerda, riquezas e honra.

17Os seus caminhos são caminhos deliciosos,

e todas as suas veredas, paz.

18É árvore de vida para os que a alcançam,

e felizes são todos os que a retêm.

19O Senhor com sabedoria fundou a terra,

com inteligência estabeleceu os céus.

20Pelo seu conhecimento os abismos se rompem,

e as nuvens destilam orvalho.

21Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos;

guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso;

22porque serão vida para a tua alma

e adorno ao teu pescoço.

23Então, andarás seguro no teu caminho,

e não tropeçará o teu pé.

24Quando te deitares, não temerás;

deitar-te-ás, e o teu sono será suave.

25Não temas o pavor repentino,

nem a arremetida dos perversos, quando vier.

26Porque o Senhor será a tua segurança

e guardará os teus pés de serem presos.

Perguntas retóricas:

- Caro irmão ou irmã, você se sente desencorajado ou desencorajada?

- Caro irmão, cara irmã, onde você tem buscado encorajamento? Tem sido na Palavra de Deus (Bíblia), e no próprio Senhor, a “Palavra Viva”?

***Nas palavras de Samuel Rutherford:***

"Todos os dias podemos ver algo novo em Cristo. Seu amor não tem borda nem fundo. Em nossas variações de sentimento, é bom lembrar que Jesus não admite nenhuma mudança em Seus afetos; o [nosso] coração não é a bússola pela qual Jesus navega."

O Livro de Provérbios (Mashal)

[The Exhaustive Dictionary of Bible Names]

- Mashal (ma’-shal): oração; súplica; (roots = [1] similitude; sentença; oração; [2] governar; tornar-se semelhante; falar em provérbios). Uma parábola; alguém que fala em parábolas.

[Holman Illustrated Bible Dictionary]

- Mashal (Māʹ shăl): 1. Cidade no território tribal de Aser, mais tarde atribuída aos levitas (1Cr 6:74). Em Js 19:26;21:30, o nome aparece como Misheal (KJV) ou Mishal (traduções modernas). 2. Termo técnico hebraico para provérbio, parábola, símile (paralelo).

- “Livro de Provérbios”: contém a essência da sabedoria de Israel. Fornece uma visão de mundo [cosmovisão] piedosa, e oferece insights [percepção, discernimento, perspicácia] para a vida. Pv 1:7 fornece a perspectiva para entender todos os provérbios: “O temor do SENHOR é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino”. O “temor do SENHOR” é uma abreviação bíblica para uma vida inteira em amor, adoração e obediência a Deus.

*O Livro de Provérbios pode ser melhor compreendido como uma “coleção de coleções”, que cresceu ao longo do tempo, em sua variedade de conteúdo e títulos. Esses títulos introduzem as principais subcoleções do livro, e são encontrados em 1:1; 10:1; 22:17 (“palavras dos sábios”); 24:23; 25:1; 30:1; 31:1. Para datação, 25:1 coloca a cópia ou edição dos capítulos 25–29 na corte do rei Ezequias, portanto, cerca de 700 a.C., cerca de 250 anos depois de Salomão. O processo de compilação provavelmente se estendeu até o período pós-exílico.

*Caráter Literário e Formas: O livro de Provérbios usa uma variedade de formas ou gêneros de sabedoria. A palavra hebraica para provérbio (mashal), encontrada no título do livro [“Provérbios de Salomão, filho de Davi, o rei de Israel” (Pv 1:1)], pode se referir a uma variedade de formas literárias além do provérbio: “discurso” profético (Nm 23:7,18), “alegoria” (Ez 17:2; 24:3), “canção de provocação/escárnio” (Mq 2:4).

*Diferentes seções do livro se especializam em formas características:

- “Instruções”: longos poemas de sabedoria (1:8 - 9:18).

- “Ditos”: expressam brevemente (tipicam. 2 linhas) percepções sábias sobre a realidade (10:1 - 22:16; 25:1 - 29:27). Esses ditos podem simplesmente “dizer como as coisas são”, e deixar que os leitores tirem suas próprias conclusões (11:24; 17:27–28; 18:16). Eles também podem fazer julgamentos de valor claros (10:17; 14:31; 15:33; 19:17). A maioria dos “ditos antitéticos”, que contrastam opostos, aparecem em 10:1 - 15:33, mas estão misturados alguns ditos “melhor [isso]... do que [aquilo]” (16:8, 19; 17:1; 19:1; 21:9; 25:24; 27:5, 10b; 28:6).

- “Admoestações”: Essas formas curtas de sabedoria contêm imperativos ou proibições, geralmente seguidas por uma cláusula de motivo que dá uma ou duas razões para a admoestação (22:17–24:22).

 

[Biblical Commentary of Proverbs of Solomon, F. Delitzsch. Transl. german: M.G. Easton]

* Antigo Livro de Provérbios (1-24). Título Externo (1:1-6); Lema do Livro (1:7).

* Discurso Mashal Introdutório (IMD):

- 1º IMD (1:8-19): Advertência contra a Comunhão com aqueles que Pecam contra a Vida e a Propriedade do Próximo.

- 2º IMD (1:20-ff): Discurso de Sabedoria para Seus Desprezadores.

- 3º IMD (2): Sincero Esforço por Sabedoria, como Caminho para o Temor a Deus e para a Virtude.

- 4º IMD (3:1-18): Exortação: Amor, Fidelidade e Devoção Abnegada a Deus, como Verdadeira Sabedoria.

- 5º IMD (3:19-26): A Sabedoria Criativa do Mundo, como Mediadora da Proteção Divina.

- 6º IMD (3:27-35): Exortação à Benevolência e Retidão.

- 7º IMD (4:1-5:6): Lembranças da Casa de Seu Pai.

- 8º IMD (5:7-23): Advertência contra o Adultério, e Recomendação ao Casamento.

- 9º IMD (6:1-5): Advertência contra Fiança irrefletida [impensada].

- 10º IMD (6:6-11): Chamado ao Preguiçoso para Despertar.

- 11º IMD (6:12-19): Advertência contra Engano e Malícia.

- 12º IMD (6:20-ff): Advertência contra Adultério, e por referência, também às suas Terríveis Consequências.

- 13º IMD (7): Advertência contra Adultério: Representação - sua Natureza Abominável e Detestável - Exemplo.

- 14º IMD (8): Discurso de Sabedoria, a respeito de Sua Excelência e de Seus Dons.

- 15º IMD (9): Convite Duplo: da Sabedoria e da Sua Rival (Loucura).

* 1ª Coleção de Provérbios Salomônicos (10:1-22:16).

* 1º Apêndice da 1ª Coleção de Provérbios Salomônicos (22:17-24:22).

* 2ª Coleção de Provérbios Salomônicos (25-29): coletados pelos Homens de Ezequias.

* 1º Apêndice da 2ª Coleção de Provérbios Salomônicos (30).

* 2º Apêndice da 2ª Coleção de Provérbios Salomônicos (31:1-9).

* 3º Apêndice da 2ª Coleção de Provérbios Salomônicos (31:10-31).

[Commentary on the Old Testament]

- Discurso Mashal Introdutório (“ IMD” - Pv 3:19–26):

A Sabedoria Criativa do Mundo, como Mediadora da Proteção Divina

Ó filho, guarda-te dos sedutores (Pv 1:8ss.); ouve a voz de advertência da Sabedoria (Pv 1:20ss.); busca a Sabedoria: ela é o caminho para Deus, vem de Deus e te ensina a evitar o caminho mau, e a andar no caminho que é bom (Pv 2); tu a obterás se, renunciando à autoconfiança, te entregares sem reservas a Deus (Pv 3:1–18) — estes são os quatro passos, até agora, desta παραίνεσις [parainesis] introdutória. Cada discurso contribui, por si próprio, para apresentar vivida e notavelmente o que é a Sabedoria, e o que ela provê, sua natureza e suas bênçãos. De sua mão vêm todas as boas dádivas de Deus aos homens. Ela é a árvore da vida. Seu lugar entre Deus e os homens é, portanto, o de uma ‘mediatrix’ [mediadora, intercessora].”

[The Lexham Analytical Lexicon of the Septuagint]

- parainesis: conforto; conselho; encorajamento (“proverbial”).

Usado em “The Wisdom of Solomon” (Wis 8:9), LXX (Septuaginta):

[The Holy Bible: New Revised Standard Version]

Wisdom Indispensible to Rulers [Autoridades]

Therefore I determined to take her to live with me, knowing that she would give me good counsel and encouragement [parainesis] in cares and grief.”

“Portanto, decidi levá-la para viver comigo, sabendo que **ela** me daria bons conselhos e encorajamento [parainesis] em minhas preocupações e tristezas.”

**ela**, neste contexto, está se referindo à Sabedoria (“Wisdom”).

 

APLICAÇÕES FINAIS:

<#1> “TRANSMITA GRAÇA AOS QUE OUVEM” (ENCORAJAMENTO) à “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem.” (Ef 4:29)

<#2> “ALEGRA-VOS” (ENCORAJAMENTO) à Filipenses 4

1Portanto, meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor.

Apelo de Paulo para Evódia e Síntique. Regozijo e oração

2Rogo a Evódia e rogo a Síntique pensem concordemente, no Senhor.3A ti, fiel companheiro de jugo, também peço que as auxilies, pois juntas se esforçaram comigo no evangelho, também com Clemente e com os demais cooperadores meus, cujos nomes se encontram no Livro da Vida.4Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.5Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor.6Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.7E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.

O “em que pensar”

8Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.9O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.

10 Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor...

<#3> ORAÇÃO (ENCORAJAMENTO) à Anselmo de Cantuária:

[‘Saint Anselm and His Biographer’, Richard W. Southern, Cambridge, 1963]

Venha agora, homenzinho, deixe de lado o seu negócio por um momento, refugie-se um pouco de seus pensamentos tumultuados; livre-se de seus cuidados e deixe que suas distrações oprimentes esperem. Tenha algum tempo livre para Deus; descanse um pouco nEle. Entre no aposento de sua mente; ponha tudo para fora, exceto Deus e tudo aquilo que o ajuda a buscá-lo; feche a porta e o busque. Diga a Deus agora com todo o seu coração: ‘Eu busco Tua face, ó Senhor, Tua face eu busco realmente’.

SDG

---------------------------------------- 

 Mensagem:

"Encorajamento Proverbial"

PIBREP - 05/01/2025


24 fevereiro 2024

Miraculina (2024)


 “Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca.” (Sl 119:103)

Synsepalum dulcificum é o nome científico de uma curiosa planta originária da África tropical, de onde pode ser colhida uma fruta avermelhada – quando madura – popularmente conhecida como fruta-do-milagre. O nome desta fruta é proveniente de sua peculiar capacidade de alterar a percepção gustativa (paladar), transformando sabores amargos ou ácidos (azedos), em doces [i]. Por causa desta extraordinária capacidade, uma glicoproteína [ii] encontrada nesta fruta – e identificada como responsável por este fenômeno gustativo – foi denominada de miraculina [iii].
Devido ao potencial uso desta planta – ou da substância química miraculina – na indústria alimentícia [iv], por exemplo como adoçante [v], existem pesquisadores ao redor do mundo tentando obter a miraculina sinteticamente, ou através de modificações genéticas em outras plantas [vi]. É importante alertar que, embora a fruta-do-milagre apresente várias propriedades terapêuticas, ela precisa ser consumida com cautela, por causa de efeitos adversos (colaterais) que ela pode apresentar. 
Apesar destes maravilhosos aspectos químicos da miraculina, gostaríamos de chamar a atenção para outro aspecto desta extraordinária realidade, principalmente por causa do curioso e compreensível nome que esta molécula recebeu.
Imagine como seria conveniente ter uma fruta-milagrosa, que pudesse ser consumida toda vez que alguma experiência gustativa, tátil, olfativa, visual ou sonora (os 5 sentidos humanos) fosse para nós potencialmente desagradável, transformando-a “miraculosamente” em uma aventura bem-sucedida e extremamente prazerosa [vii]. E porque não estender essa hipotética perspectiva de “alteração da percepção” também para experiências emocionais? Não seria interessante ter uma fruta-milagrosa que pudesse nos livrar de qualquer fato ou acontecimento desagradável ou indesejável? Normalmente, a espera por uma “solução milagrosa” – como descrita neste contexto – que possa nos livrar de qualquer 
mazela existencial, é tipicamente frustrante.
Vamos lembrar que foi pela desobediência de nossos “primeiros pais” – Adão e Eva – que o pecado original entrou no mundo recentemente criado, e que antes era “muito bom” segundo o seu próprio Criador (Gn 1:31). O paralelo curioso com o tema deste texto é que esta primeira desobediência – descrita no relato histórico e literal do capítulo 3 de Gênesis – aconteceu por meio do consumo proibido do fruto da “árvore do conhecimento do bem e do mal” (ver Gn 2:15-17). 
Onde está a verdadeira “doçura”?
A verdadeira “doçura” está revelada nas Escrituras, com diversos trechos repletos de referências à termos como “doce”, “favos de mel” e outros correlacionados:
 “Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo.” (Pv 16:24)
A alma farta pisa o favo de mel, mas à alma faminta todo amargo é doce.” (Pv 27:7)
O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre; os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos. São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.” (Sl 19:9-10)
Na revelação concedida pelo Senhor ao apóstolo João, particularmente no capítulo 10 do livro de Apocalipse, há um trecho que se assemelha muito à experiência de transformação gustativa (amargo em doce) que a miraculina pode proporcionar:
Fui, pois, ao anjo, dizendo-lhe que me desse o livrinho. Ele, então, me falou: Toma-o e devora-o; certamente, ele será amargo ao teu estômago, mas, na tua boca, doce como mel. Tomei o livrinho da mão do anjo e o devorei, e, na minha boca, era doce como mel; quando, porém, o comi, o meu estômago ficou amargo.” (Ap 10:9-10) [viii]
Se estamos procurando pela “solução milagrosa” definitiva em nossas vidas, poderíamos dizer que – sem sobra de dúvida – é a salvação manifesta e garantida pela obra sobrenatural de um Deus Criador, que também é Redentor... Louvado seja o nosso Senhor Jesus Cristo! O mesmo Cristo que, na Gólgota (Calvário), recusou-se a beber o “vinho com mirra” (Mc 15:22-24) que lhe foi oferecido como uma bebida amarga (mirra) e narcótica (analgésica) – não por misericórdia dos soldados romanos, mas apenas para que o condenado à vergonha e à humilhação da crucificação pudesse suportar por mais tempo aquele espetáculo público horrendo e degradante [ix]. O único cálice que Cristo tomou plenamente foi o da ira de Deus (Mt 26:42; Mc 14:36; Lc 22:42; Jo 18:11)... e ele fez isto em nosso lugar!
Caro irmão ou irmã em Cristo, continue “saboreando” a jornada cristã, em cada circunstância ou oportunidade que nos aguarda diariamente, sejam “sabores” azedos, amargos ou doces... O Deus da nossa salvação – ao qual servimos e adoramos – conhece bem as nossas dificuldades e tribulações, e está presente para nos ajudar a atravessar momentos difíceis (ex.: Êx 3:7; Js 1:9; Sl 56:8; Sl 119:50; Sl 126:5-6; Jr 29:11-14; Jo 16:33; Rm 8:28; 2Co 12:9-10; Fp 4:13).
A verdadeira fruta-milagrosa da vida cristã é a fé (Hb 12:1-2), amparada pelo poder do Espírito Santo de Deus, que altera a nossa percepção como “novas criaturas” (2Co 5:17), transformando experiências realmente ou potencialmente desagradáveis (“amargas” ou “azedas”), em momentos de aprendizado e crescimento espiritual, produzindo o “doce sabor” que somente a Palavra de Deus pode trazer à nossa alma (Sl 119:103).
Louvado seja o Glorioso Gênio da química, criador da miraculina!

 *Notas:
[i] Frequentemente se encontra relatos de pessoas que, após consumirem a fruta-do-milagre, tomaram suco de limão e perceberem apenas sabores doces.
[ii] O artigo original “Taste-Modifying Protein from Miracle Fruit” (Science, 1968) pode ser encontrado em: https://doi.org/10.1126/science.161.3847.1241
[iii] A estrutura molecular predita para a miraculina pode ser observada em: https://www.rcsb.org/structure/AF_AFP13087F1
[iv]Miraculin-based sweeteners in the protein-engineering era: an alternative for developing more efficient and safer products” (2023): https://doi.org/10.1080/07391102.2023.2262589
[v]Synsepalum” significa “com uma cobertura doce”, e “dulcificum” significa “adoçante”.
[vi]Production of Recombinant Miraculin Using Transgenic Tomatoes in a Closed Cultivation System” (2010): https://doi.org/10.1021/jf100414v
[vii] Hedonismo é a “dedicação ao prazer como estilo de vida”, ou as “doutrinas que concordam na determinação do prazer como o bem supremo”.
[viii] O comentário de R.C. Sproul (“The Reformation Study Bible - ESV”) em Ap 10:9 é o seguinte: “O conteúdo do livro [Apocalipse] contém notícias de julgamento e sofrimento [“será amargo ao teu estômago”], segundo o padrão de Ez 2:8 – 3:3”.
[ix] Para mais detalhes sobre o sofrimento infringido ao nosso Senhor: https://astse.blogspot.com/2022/05/palestra-sobre-morte-fisica-do-senhor.html
[x] Link para o livro “O Glorioso Gênio da química”: https://www.amazon.com.br/dp/B09T3HR628

07 fevereiro 2024

Caminho estreito e reto

 

Outro lhe disse: Seguir-te-ei, Senhor; mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa. Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus.” (Lc 9:61-62).

O Brasil é uma magnífica nação, sendo impossível negar sua grande vocação agrícola, e onde a “agricultura de precisão” [i] – conjunto de técnicas que permitem o gerenciamento localizado dos cultivos – tem se mostrado como uma forte tendência atual. Neste tipo de agricultura, há uma importante característica baseada na precisão da localização em cada ponto das propriedades agrícolas, normalmente utilizando tecnologias como GPS e GIS, além de outros recursos como drones, por exemplo. É possível visualizar as fotografias de satélite – por exemplo no Google Maps – de belíssimas lavouras espalhadas por todo o território brasileiro, percebendo-se o caráter tipicamente retilíneo das linhas paralelas nos campos arados.

Voltando ao texto bíblico, no contexto do Evangelho segundo Lucas, onde estão reveladas as palavras do próprio Senhor Jesus (Lc 9:62), R.C. Sproul comenta [ii], sobre discipulado e serviço cristão: “Quando você coloca a mão no arado, sua visão só pode ser para frente, para o futuro, não importa o passado. Muitas oportunidades de ouro para a obra de Cristo neste mundo foram sufocadas e mortas, porque as pessoas não conseguiram tirar os olhos do passado... Jesus disse-lhes para esquecerem o ontem. O futuro é onde nossos olhos deveriam estar. A missão que ele nos deu é seguir em frente. Olhe para Jerusalém [celestial]... O que acontece quando um agricultor, que está arando um campo, fica se virando para ver o que acabou de arar? Você pode imaginar como seriam os sulcos [arados na terra]? Eles ziguezagueiam pelo campo... Jesus quis dizer algo do tipo: ‘Se você quiser arar, se quiser fazer uma colheita, você tem que arar em linha reta’. O mesmo acontece com o reino de Deus. Todos aqueles que desejam pertencer a Deus, que desejam avançar em direção a esse reino, devem ter os olhos fixos em Cristo, no seu reino e no seu futuro.

 

Comentando também sobre este mesmo texto (Lc 9:62), Matthew Henry nos ensina [iii] que a repreensão de Cristo – pelo pedido feito a ele no verso anterior (61) – pode ser interpretada da seguinte forma: “... ‘então tu, se tens o propósito de me seguir e colher as vantagens daqueles que o fazem, ainda assim se olhares para trás para uma vida mundana novamente, e ansiares por isso, se olhares para trás como a esposa de Ló fez para Sodoma [iv]... você não está apto para o reino de Deus’... ‘Tu não és um semeador adequado para espalhar a boa semente do reino se não conseguires segurar melhor o arado’. O arado é para a semeadura... Observe que aqueles que começam com a obra de Deus devem decidir continuar com ela, ou não farão nada com ela. Quem olha para trás tende a recuar, e recuar é perdição. Não são adequados para o céu aqueles que, tendo voltado o rosto para o céu, agora olham para trás. Mas aquele - e somente aquele - que perseverar até o fim, será salvo [v].

 

Já que estamos falando do “Caminho estreito e reto”, um fato curioso é que no relato da conversão do apóstolo Paulo – encontrado no capítulo 9 do livro de Atos – há uma menção à “rua que se chama Direita” (At 9:11), onde “Saulo, apelidado de Tarso” estava hospedado na casa de Judas. Os dicionários bíblicos [vi] nos ensinam que essa “rua Direita” existe até os dias de hoje em Damasco, e data aproximadamente do primeiro século (A.D.), tendo sido construída como o “Decumanus Maximus[vii] – uma das principais vias segundo a arquitetura urbana romana. Talvez, neste contexto de Atos 9, o fato que é mais extraordinário sobre este tipo de rua – Decúmano Máximo – orientada no sentido leste-oeste nas cidades e acampamentos romanos, é que ela comumente ligava a “Porta Pretória” (mais próxima de um potencial inimigo) à “Porta Decumana”, que era a porta mais afastada de um potencial inimigo. Talvez isto seja uma das maravilhosas e extraordinárias referências bíblicas ao fato de que Saulo de Tarso, um dos maiores inimigos da fé cristã – perseguidor daqueles que “eram do Caminho” (At 9:2) – tenha sido convertido pela graça do Senhor em um dos seus maiores amigos (Jo 15:13-15)... “um instrumento escolhido para levar o meu nome [do Senhor] perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; pois eu [o Senhor] lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome” (At 9:15-16).

Se me permitem, agora me dirijo diretamente a você, caro(a) leitor(a), que está enfrentando os desafios típicos de ambientes hostis à fé cristã, como são notoriamente conhecidos os ambientes acadêmicos/universitários, por exemplo. Fiquem cientes de que o “Senhor do Caminho” vai continuar nos conduzindo – por meio do seu Santo Espírito – pelo caminho que é estreito e “apertado”, mas que “conduz para a vida” (Mt 7:13-14). Lembremos que em uma de suas 7 grandiosas declarações “Eu Sou” – encontradas no Evangelho segundo João [viii] – ele mesmo se declarou como “o caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14:6).

Que o Senhor continue nos concedendo graça, força, coragem, ousadia, equilíbrio, humildade e amor, junto com a sua “entranhável misericórdia” (Lc 1:78), para ficarmos firmes “no caminho e na verdade”, vivendo uma vida para a Sua Glória, e aprendendo – como o apóstolo Paulo – o “quanto importa sofrer” pelo nome de Cristo! Neste instante, esta é a nossa oração, em nome de Jesus. Amém.

Glória somente a Deus

 

*Notas:

[i] “O Sistema de Posicionamento Global (GPS), Sistema de Informações Geográficas (GIS) e máquinas de aplicação localizada de insumos a taxas variáveis são algumas das ferramentas que tratam, especificamente, cada ponto da propriedade agrícola. Para essa tarefa, cada particularidade do solo é considerada. O resultado é a otimização dos gastos da produção agrícola.” (fonte: https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/cultivos/cana/producao/avanco-tecnologico/agricultura-de-precisao)

[ii] R. C. Sproul, A Walk with God: An Exposition of Luke (Great Britain: Christian Focus Publications, 1999).

[iii] Matthew Henry’s Commentary on the Whole Bible: Complete and Unabridged in One Volume (Peabody: Hendrickson, 1994).

[iv]E a mulher de Ló olhou para trás e converteu-se numa estátua de sal” (Gn 19:26). Segundo os dicionários de hebraico, o termo “olhou para trás” foi traduzido a partir da palavra “nabat”, que tem o sentido de “olhar atentamente, considerar com prazer, contemplar com desejo”.

[v] Ver textos bíblicos como, por exemplo: Fp 3:13-14; 2Pe 2:20-22; Mt 10:22; 24:13; Mc 13:13.

[vi] Jan H. Nylund, “Straight Street,” ed. John D. Barry et al., The Lexham Bible Dictionary (Bellingham, WA: Lexham Press, 2016).

[vii] Para mais detalhes sobre “Decumanus maximus”, ver por exemplo: https://vitoroliveira.fe.up.pt/pdf/aula-3-romana.pdf

[viii] https://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/03/os-7-eu-sou-de-cristo-no-evangelho-de-joao-infografico-teologia-visual